domingo, março 08, 2015

Wyrmwood: Road of the Dead (2014). Porque filme ruim é bom pra caralho!




A maioria dos fãs de horror vão passar o primeiro ato de Wyrmwood: Road of the Dead marcando as caixas de influência cinematográficas. Há um pouco de George Romero. Um respingo de Peter Jackson. Um zoom angular roubado de Sam Raimi...  e porque diabos essa coisa toda me faz lembrar tanto de Mad Max.

Enquanto a linha tênue entre a homenagem e o plágio podem ser transpostas com facilidade para alguns, o estreante na direção, Kiah Roache-Turner comete uma insanidade completa com seu conceito de fusão que me conquistou com pura força. Enquanto Adam Wingard afirma ter sonhado literalmente, The Guest, depois de assistir Hallowen e o Exterminador do Futuro na mesma noite, pode-se ver que Roache-Turner teve uma visão semelhante depois de uma dupla sessão de Dawn of the Dead e Mad Max.


"Esta manha eu atirei na minha mulher e minha filha com uma pistola de pregos" - Este é o nosso herói, Barry (Joe Gallagher) na sua primeira linha de dialogo em Wyrmwood, o que deve lhe dar uma ideia do que lhe espera. Todo sangue e tripas da mitologia zumbi, filtrados através de uma sensibilidade horror australiana. E logo Roache nos fornece o cerne da questão, um dia, todos que não tem sangue A negativo vão ser infectados por uma variante de vírus zumbi raivoso e louco. E eles são mais corredores, aterrorizantes e gritantes que as criaturas de Danny Boyle em 28 Days Later (Extermínio), ou a ninhada desmedida de Romero. Após a eliminação da mulher e da filha da forma mencionada. Barry se junta a um par de amigos sobreviventes para tentar resgatar sua irmã Brooke (Bianca Bradey), que foi feita prisoneira por um grupo paramilitar que andam fazendo experimentos envolvendo pessoas que ainda não foram despertadas para sua fome de cérebros.

Há uma simplicidade simplificada em Wyrmwood que é admirável em uma época em que muitos filmes de terror ficam perdidos em subtramas e personagens que vagueiam apenas para ser transformados em sangue depois. É um filme de estrada (Road Movie) alimentado por uma paixão pelo gênero. Horror é um gênero em que a homenagem/plagio pode ser mais facilmente perdoada como um produto de amor relacionáveis para os mesmos filmes. A maioria dos fãs de filmes de zumbis amam Boyle, Jackson, Raimi e Romero. E fica claro. a partir do quadro pintado por Roache, que ele é um fã de filmes de zumbis e dos caras citados. Nós gostamos quando os nosso filmes de terror não são sentidos como mercadorias, mas o resultado de uma paixão ao qual podemos facilmente ser simpáticos e se relacionar.


Há também reviravoltas inteligentes para a narrativa que eu não vou estragar, mas que guardam em Wyrmwood um sentimento de que algo foi ripado de coisas que não nos são estranhas. O cientista louco amante da musica disco que parece ter ansiosamente antecipado o apocalipse zumbi é uma criação de horror fantástica, e a trajetória da personagem de Brooke é certamente o inesperado. No final, porem Wyrmwood não se trata de narrativa de nada. Trata-se de um estilo "tome nas fuças", o tipo onde cada soco, chute e pontapé vem com um zoom de acompanhamento um angulo inclinado, e um corte rápido. Roache-Turner e a câmera do cineasta Tim Nagle são sentidos como um personagem o tempo todo, comentando sobre a insanidade da ação a medida que sobem de tom. Eles estão sempre em movimento (muito parecidos com Raimi e Jackson) e  no tempo com a ação, dando a peça um ritmo animado, cheio de energia, apesar de não ter muito de uma trama quando se olha para trás e sobre eles.


Em última análise, o sucesso de Wyrmwood se resume a confiança. Roache-Turner é como o médico louco do filme, experimentando com seu gênero, com uma dança e um sorriso maniaco. Ele não esta apreensivo em levantar um pedaço aqui e ali, a partir dos filmes que ele ama, ele empurra as suas influencias para frente, girando e torcendo-as, e possuindo-as de tal forma que o meu receio do inicio acaba por virar uma expectativa para uma sequencia depois do fim.

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