terça-feira, fevereiro 10, 2015

A Marca do Medo

The Quiet Ones - 2014
Dir: John Pogue
Elenco: Jared Harris, Sam Claflin, Olivia Cooke

A Marca do Medo, título nacional para The Quiet Ones, lançado em 2014, conta a história de um professor universitário (um que devia estar bem entediado, por sinal) que recruta 3 alunos para acompanhar e documentar um experimento """""científico""""" realizado por ele. Um experimento que tem como objetivo provar ou desmitificar de uma vez por todas a existência do sobrenatural. Para isso os quatro aprisionam e testam (torturam) uma garota que, supostamente, está possuída por demônios (com o consentimento da moça). Um dos alunos é Brian McNeil (Sam Claflin, o Finnick Odair de Jogos Vorazes), que foi escolhido porque tem uma câmera. Os outros dois são Krissi Dalton e Harry Abrams, que foram escolhidos porque sim. Os testes à moça, Jane Harper (Olivia Cooke, da série Bates Motel) consistem em privação de sono, exposição à música ruim e outras coisas aleatórias. A ideia é fazer a moça manifestar seus poderes proveniente de sua possessão em frente à câmera do rapaz. Mas as coisas não saem como o planejado e... Bem... Há uma tendencia de realismo pessimista nos filmes de terror atuais. A Marca do Medo segue essa tendência.
(SPOILER: Todo mundo morre no final.)
O negócio é que A Marca do Medo é um filme baseado em uma história real. E isso sempre agrega quando estamos falando de terror.
Você tem lá todos os elementos para fazer um terror intrigante: uma história real, uma garota possuída por demônios, uma universidade sinistra, um professor obcecado (Jared Harris no seu padrão excelente mesmo na mais porca das produções)... e um filme merda.
A Marca do Medo vai se desdobrando, aquele monte de nada vai acontecendo na tela e você fica se perguntando: "Tá. Mas, e daí?", enquanto aqueles personagens irritantes vão falando coisas e fazendo outras coisas que vão totalmente de encontro ao seu discurso inicial.
"Não faça contato visual", diz o professor; "Não fale com ela", diz o professor. E lá está o jovem cinegrafista, batendo papo com a menina possuída, se interessando nada profissionalmente por ela, fazendo "contato visual" até demais com ela. O professor não disse "Não coloque sua língua na boca dela", faltou esse conselho.
Porque a moça é perigosa, é desequilibrada, mesmo que não esteja possuída, ela é um risco para as pessoas e para si mesma, mas vamos deixá-la sair da masmorra e brincar no jardim! Porque não?
Conforme o longa vai se desdobrando, os personagens vão sendo aprofundados, revelações são feitas e relações humanas são desenvolvidas. Os tipos de relações humanas irrelevantes ao gênero do filme. Do tipo que não interessa, não acrescenta e ainda torna tudo enfadonho.
Tecnicamente A Marca do Medo não incomoda, tudo é bastante correto. Por se passar nos anos setenta, a localização histórica é competente: cenários, figurinos, tudo em seu devido lugar. A fotografia é a mesma de uma série da BBC (isso não necessariamente é um elogio), a trilha sonora é bem qualquer coisa e as atuações são convincentes (tirando a da garota possuída).
De resto, nada acontece até o final. Que é ruim e tem um gancho pra continuação ridículo.
Eu não sei se eles provaram ou não a existência do sobrenatural mas, com esse longa, conseguiram provar que nem toda história real dá bons filmes.

PS: tanto a tal marca do medo quanto os tais quiet ones recebem menções ridículas no filme, logo nem mesmo os títulos são interessantes.


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