sexta-feira, outubro 24, 2014

Livrai-nos do Mal (2014) - Scott Derrickson


Descobri, após uma análise pouco profunda, que meu estilo de filme de terror sobrenatural preferido é o de possessão. Basta ver: "O Exorcista", "O Exorcismo de Emily Rose", "O Ritual"... filmes que causam estranheza, asco, medo e, ao final, trazem a possibilidade de re-ligação com o Criador.



Desses todos, até hoje, um dos filmes que mais consegue me assustar é "O Exorcismo de Emily Rose", realizado por Scott Derrickson. Não pelo fato de o filme ser "baseado em fatos "reais" ", mas pela maneira como o longa é dirigido, e como mexe com o imaginário do público.

Este mesmo Derrickson nos entregou, neste 2014, mais um bom filme: "Livrai-nos do Mal", protagonizado pelo excelente Eric Bana - um dos meus atores - subestimados - preferidos, e por Édgar Ramírez, numa atuação muito bacana.


Devemos deixar claro aqui, entretanto, que "Livrai-nos do Mal" não é do mesmo nível que "Emily Rose". Fica bem abaixo no quesito originalidade e susto - mas a tentativa de localizar o mal no coração dos homens e no sobrenatural permanece e alcança seus objetivos.

A história é "baseada em fatos". O sargento Ralph Sarchie tem a habilidade de pressentir os casos mais cabreiros quando está nas ruas. Seu parceiro chama isso de "Radar", e isso vai ter um papel crucial no desenrolar da trama.


Numa dessas noites loucas de Nova York, eles vão até o zoológico, onde uma mulher acabou de jogar seu bebê na cova dos leões. Chegando lá, encontram-na piradinha, piradinha, totalmente desfigurada e sem um pingo de juízo. "Louca", dizem eles, e louco é o mundo.

Crianças mortas sem motivo, violência doméstica, assassinatos brutais... o mundo é um lugar maligno, e o coração do homem é de onde brota todo o mal. Nada de demônio, afirma Sarchie. Só a boa e velha maldade humana.

É aí que entra o padre Mendoza, um cara pé no chão, que anda sem o colarinho clerical por que está "disfarçado". E ele fala a Sarchie que existem dois níveis de mal: o primário e o secundário. O secundário é o que é praticado pelo homem, consequência de sua maldade e da queda; o primário é o que traz o envolvimento direto do Inimigo ou de seus agentes no mundo.

E o caso agora, que estão lidando, é do tipo primário.


Temos então uma associação incomum: um policial cristão cético e que desacredita do sobrenatural, e um padre meio mundano que luta contra o mal primário.

A dinâmica entre os dois é excelente. Bana é aquele ator que passa intensidade com apenas um olhar, e você consegue ver crescendo a dúvida nele: será real isso? Será mesmo o demônio agindo? Ramírez é duro e seco, e honesto ao extremo - e não leva desaforo para casa.

E sobre a trilha sonora? The Doors cortando todo o filme e criando o clima. Muito bom!

Para não entregar spoilers, deixo a análise por aqui.

Bom filme para quem está querendo ver um daqueles filmes bacanas de terror. Mas não vá com muitas expectativas e você vai se divertir mais.

Abraços e boa noite.

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