terça-feira, setembro 02, 2014

Em defesa de uma.... segunda temporada para Halt and Cath Fire




Eu não posso sentar ocioso, preso em uma onda de silêncio que se mostra mais polarizada que o mais alto dos gritos. Não quando eu continuo lendo as coisas que eu leio ou internalizando as palavras que ouço. Não quando tudo parece tão súbito, tão reacionário, tão injusto. Eu me recuso em tudo isso, Eu me recuso a cair no meio do coro de detratores cínicos, e, ouso dizer, esnobes. Então, eu vou dar um apoio (aparentemente solidário) para Halt and Cath Fire.

A primeira temporada dessa produção da AMC, configurada no inicio dos anos 1980,  como um drama sobre a industria de tecnologia, chegou ao fim assustadoramente, e de forma definitiva em 3 de agosto. A temporada foi um passeio selvagem, reconhecidamente irregular, através da vida de três personagens que se apresentavam terrivelmente falhos moralmente, e apenas ocasionalmente fascinante.

Não era algo perfeito, não por falta de  qualquer esforço de qualquer imaginação. Os pontos baixos foram muitos. O ritmo de MacMillian, por exemplo, tornou-se um pouco previsível a cada episódio. Ninguém sabia bem o rumo que queria ir. Pode ter havido mais dois ou três absurdos do que parecia ter havido. E no final do dia, tudo parecia exatamente como se os roteiristas nunca tivessem escrito uma série de TV.

Ao contrario do que muitos dos seus critico tiveram que compartilhar antes e depois de cada um dos seus dez episódios, havia um monte de coisas para se da valor tecida dentro do universo de Halt and Catch Fire, durante sua temporada de estreia. Podemos começar com o ator. Pace, que apareceu em outras produções grandes e pequenas, por está razão, foi quase universalmente reconhecido pelo seu trabalho de ator desde o inicio da temporada. O seu Joe MacMillan, enquanto eternamente imperfeito como personagem por causa de suas semelhanças com outro papeis misterioso de anti-herói de chumbo recentes na televisão, era uma extensão do orgulho, um pedaço convincente de vida. Claro, ele pode ter sido o mais fraco dos três personagens principais, mas por pouco tempo, pelo menos, ele acrescentou uma camada de diversão manipuladora a equação. Nada mal.

Scoot Mcnairy, entretanto, deve ganhar uma indicação ao Emmy no ano que vem depois do jeito que encarna a loucura de Gordon Clark. Muito do seu desempenho foi tão visceral que era possível senti-la vazando pela tela da TV. Tudo à partir do possível caso de sua esposa, o seu flerte com o alcoolismo, o seu fracasso como homem de negócios, seu carro esporte roubado e até mesmo por ter tirado sua barba pra se apresentar melhor, você não poderia deixar de torcer por ele e para o sucesso que você sabia cada vez mais se tornava distante.

Mackenzie Davis como Cameron, Davis acrescentou um elemento de juventude com sua atitude punk-rock e lampejos de genialidade. Demorou um pouco para dar um fora em Joe e ainda mais para me comprar em seu romance, mas como a imagem se tornou mais clara, sua personagem, entrou para o trio que carregou a temporada.

Nada disso serviu para ofuscar as performances criminosamente negligenciadas e injustamente criticada de um cativante Toby Huss (como o chefe que, eventualmente, chega para ajudar a fazer as coisas) e Kerry Bishe (no papel de Donna, a esposa de Clark). Ambos os personagens iluminaram a tela cada vez que apareciam. A ex-autoridade comandando de forma prestativa e a última proporcionando uma leveza essencial.

Se não teve nada mais, a série teve um elenco que faz mais do que o suficiente para trazer a narrativa, por vezes irregular, a vida.



Eu comecei  a assistir esta série em sua quarta semana da estreia. Dentro de um prazo de um dia vi os quatro primeiros episódios da temporada, e depois baixando cada vez que um novo estava disponível. Decidi, que não importava o que acontecesse, eu ficaria com ela. Por quê? Porque ficou claro que tomaria as mentes em uma quantidade maior do tempo usual para contar qualquer história do tipo que eles estavam tentando. Às vezes, testou a paciência de seus telespectadores para um ponto onde eles questionam se sua lealdade e o tempo que eles estão gastando é um mal necessário para se manter sustentando a relevância de assisti-lá.

É por isso que Halt and Cath Fire não deve ser rapidamente descartada; ela prosperou na prática de prolongar o tempo. O exemplo mais flagrante veio na forma do penúltimo episódio da temporada. Sem dúvida o momento mais completo da série, que levou todos os ângulos sobre os quais os espectadores podiam estar céticos e justificou cada um deles através de uma boa dose de tom da velha moda testada pelo drama até então.

Um caso clichê patrão-empregado destruidor de lares e chato se transformou em uma levemente surpreendente revelação durante  a viagem do grupo a Comdex. A escolha de Joe entre negócios ou amor, sentiu-se genuinamente conflitante, seja devido às excelentes cotas de atuação, do ritmo, ou uma virada na narrativa que já havia sido bem escondida. Giant o PC criado por eles, única razão do grupo para hipotecar suas vidas pessoais em primeiro lugar, não inicia quando precisam que ele faça, criando um efeito dramático inerente sobre cada movimento físico.

Mesmo algo tão pequeno como um lugar pra ficar. Logo no inicio do episódio, nossos protagonistas descobriram que suas reservas de quarto no hotel tinham sido canceladas. E isso acrescenta uma quantidade aguda e essencial de intrigas com um toque agradável para alem do desastroso de ter que fazer um extenso jogo de cintura e truques para permanecer no hotel como fundamental para vender o Giant.

Entretanto, as coisas não foram sempre assim em todos os nove episódios. Quando Donna (esposa de Gordon) beija seu chefe, no episódio sete, o exercício foi um pouco chato, facilmente descartado como apenas mais um caso para TV, fez sentir-se como algo que desonrava a narrativa. Embora que quando descobrimos que seu chefe estava na verdade usando Donna para roubar a ideia de seu marido para um novo computador, isso deu uma pequena incursão de proposito ao clichê, deu peso ao momento.

Nós, como telespectadores fomos convidados a confiar que os escritores não estavam nos levando a viajar por estradas já muitas, muitas vezes caminhada por outros. Eu quase não  fiz, aquele beijo entre Donna e seu chefe era tão indiferente, que quase me levou embora para sempre. No entanto, dois episódios depois, quando o caçador revelou suas verdadeiras intensões, a confiança foi revalidada. Ela fez o lento set-up valer a pena.

O que é indicativo do motivo pelo qual a série merece uma segunda temporada. Claro, os executivos que escolhem as séries para AMC pode ser cautelosos com a concessão para alguns novatos mais afoitos ter acesso às chaves de um carro que eles tanto amavam e querem manter brilhante e novo, mas o que há de tão errado em dar uma chance? Os roteiristas mostraram claramente a capacidade de melhorar no decorrer do tempo. Com a exceção do apressado final, estranhamente lotado, a última metade da corrida não era apenas a metade superior, mas também foi extremamente promissora quando se tratava de perspectivas. 

O quão legal seria ver Cameron e Donna, os dois personagens mais brilhantes do grupo, competir contra seus respectivos amantes no mundo dos negócios? Será que Joe voltaria para Cardiff Eletric para trabalhar com Gordon, ou ele deixaria a sua "criação" (como ele gostava de apontar através de toda temporada) para a perspectiva de ter uma mão no advento do que certamente será o futuro, a Internet ?

O tipo de pessoas na linha de frente desta série, literalmente, tinham toda uma cultura popular em suas mãos quando se sentaram em 1983 para chegar a uma forma de tornar os computadores mainstream acessíveis. Eles não sabiam que, em seguida,(ou, como Cameron intuiu muito bem) acabaria por ser a criação do dispositivo mais influente da raça humana, desde talvez, a roda, ou o fogo. Os computadores são agora tão arraigado na sociedade de hoje que estamos a apenas uma ou duas gerações de distância de toda visualização do anos 80 da mesma forma como o milênio visualiza Woodstock.

Houve realmente um tempo, que talvez você não possa imaginar, em que para se acessar a internet significava desligar o telefone, plugar um fio, e discando-se um numero a algum tipo de servidor, você esperava para ver um pop-up da home page da UOL, para sete minutos depois chegar onde desejava. Haviam fios, E o tom de discagem, para alguns kilobytes de velocidade e a frustração que você iria sentir cada vez que tentasse verificar sua conta no hotmail.

Halt and Catch Fire nos lembrou que os luxos tecnológicos de hoje não vieram sem lagrimas, sem frustração, dor e sacrifício de muita gente. Ninguém foi pra cama numa quinta-feira para na sexta-feira acordar com uma receita para o Wifi. Ninguém pegou um telefone em maio para em junho descobrir como acessar emails por ele. 

E apesar de como a AMC, ou o clube dos críticos (ouso dizer mais uma vez), esnobes, pode sentir, ninguém prova que eles podem criar algo perfeito para televisão dentro do parâmetro de dez episódios. Tal como está agora, a serie tem tanto ou mais potencial do que qualquer outra produção atual, para ser um tipo de envolvimento, de queima lenta e revigorante que nós podemos apreciar. A base toda está lá, imperfeições e tudo. É só uma questão de se vai ser lhe dado uma oportunidade ou não, para ela florescer em suas capacidade muito clara e real.



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