The Strain - Série/Piloto - Primeira impressões

UM VÍRUS EXISTE APENAS PARA ENCONTRAR UM TRANSPORTE E SE REPRODUZIR

"Não deveríamos esperar por socorristas, senhor?" Sim isso pode parecer razoável diante de uma crise que envolve um avião. Eles são chamados de primeiros socorros por uma razão, certo? Mas, ainda assim há uma dupla de controladores de tráfego aéreo no aeroporto JFK em Nova York diante de um avião pousado. Um algo morto na pista, querendo saber se eles se devem abordá-lo, sabendo que um evento terrível desconhecido ocorreu.

Essas preocupações não-intuitivas de indivíduos tendem a ocupar espaço em histórias assustadoras, para que possa instruí-los em suas mentes ("Não vá lá"), antecipando a chegada dos heróis mais inteligentes e intuitivos. É apenas alguns minutos antes de THE STRAIN oferecer esses heróis, sob a forma de um oficial médico do CDC, (O centro de controle de doenças dos Estados Unidos), chamado Efraim Goodweather ou Ef (Corey Stoll).

Confrontando um agente de segurança do governo que está prestes a ordenar que homens armados entre no avião, Ef o remove ideia do agente com os seguintes argumentos: "Você não gosta de terroristas? Tente negociar com um vírus". Os auxiliares de Ef, Nora (Mia Maestro) e Jim Texas (Sean Astin) e você continuam a escutar uma versão estendida deste discurso:

"Um vírus existe apenas para encontrar um transporte e se reproduzir. Ele não tem pontos de vistas políticos, não tem crença religiosa, não tem uma cultura por trás de si, ele não tem nenhum respeito por um crachá, e ele não tem noção de tempo ou geografia. Ele poderia muito bem achar que isso é a idade média, exceto pela conivência de pegar uma carona em um tubo de metal voando de refeição para refeição. Isso é como uma praga começa. Então, você vai querer ser o primeiro a atravessar aquela porta"

Imediatamente a essa exposição de entretenimento, percebe-se que esse monólogo configura praticamente tudo que possa acontecer de certo ou errado com a série que está por vir. Com base em uma trilogia de romances de Guillermo Del Toro e Chuck Hogan (que também deu origem a um conjunto de histórias em quadrinhos), o programa de TV apresenta um vírus como Ef o descreve, mas também vem incorporado como vampiros.

Os vampiros vem com um mestre (Robin Atkin Downe) e um facilitador humano insidiosamente rico (Jonhatan Hyde). Assim, este vírus em particular também está ligado a tudo que Ef não vai ter como interesse, da politica à motivação para um sentido de tempo e lugar. Esses interesses alinham este vírus e esses vampiros com o mais cruel precedente desde de Drácula de Bram Stoker e Nosferatu de Murnau, cuja as infeções mortais são iniciadas por compras de imóveis,  lhe permitindo a passagem por outras fronteiras geográficas.

Aqui, novamente, a viagem do vampiro mestre de Berlim a Nova York inclui o transporte de seu caixão e todos os tipos de arranjo feito com ajudantes, incluindo o ex-comandante de Treblinka, Thomas Eichhorst (Richard Sammel), que tem a cada dia que colocar um falso nariz e maquiagem a fim de apresentar-se no meio dos humanos, de cujo materiais (dinheiro, veículos, endereços) os vampiros ainda dependem. Eichhorts anseia pelo dia em que não mais precisará se disfarçar. Os vampiros tem um plano a colocar em prática no qual eles não precisarão mais dos humanos para se alimentar e nem para reproduzir-se. Essa dependência significa que, por enquanto, os seres humanos tem uma chance, desde que eles não frustarem algum passo dos vampiros ao longo do caminho. No entanto, como The Strain começa, os vampiros parecem muito mais ousados em seus planos.

Ainda assim, a série estabelece alguns dos lutadores contra o vírus e os vampiros em seu primeiro episódios, incluindo Ef, é claro, que não levará muito tempo para reconhecer que esse vírus não é como os outros. Ele vai ser ajudado muito fortemente por Nora, bem como uma dupla de rapazes que, por agora aparecem em histórias separadas, o membro de uma gangue que ama sua mãe, Gus (Miguel Gomez) e o exterminador de pragas que odeia ratos, Vasiliy Fet (Kevin Durand). A fonte de saber e conhecimento sobre a ameaça, é o ex-prisoneiro do campo de Treblinka, Abraham  Setrakian (David Bradley) que toca uma casa de penhores do Harlem e parece nutrir um ressentimento particular e muito pessoal contra o vampiro mestre.

A série leva um tempo para colocar todos os sujeitos dessa equipe juntos, mesmo estando todos em Nova York. Enquanto você espera que isso aconteça, você será apresentado a uma série de imagens chocantes que vão lhe causa calafrios e lhe assustar. Como se vê, o vírus transforma suas vítimas em conchas sem humanidade, perdendo não apenas o coração e os pulmões que são inúteis, mas os órgãos genitais também. Estes não são os vampiros sensuais que vemos por ai, mas monstros sem nenhum traço de atração física.

Uma autopsia revela órgãos substituídos por viscosos pedaços de tecido e outras peças que tendem a saltar para fora da boca a fim de criar novas vítimas. As primeira vítimas são os passageiros da aeronave vinda de Berlim, o que é claro, e todos voltam para suas casas para atacar/infectar suas famílias e vizinhos. Mas nem todos foram infectados, ainda não se sabe o porque, mas quatro dos passageiros, entre ele uma estrela do Rock chamado Gabriel Bolivar, ficaram de fora da infecção.

Cada um desses monstros recém formados no interior do avião são assustadores e angustiantes, a sua maneira. Horrores básicos do corpo que vão desde doces crianças a adultos sem genitais e nem um pouco atraentes.

Del Toro é famoso pelos sustos pegajosos e barulhento, a série também apresenta tais experiências de pesadelos em um mundo de Del Toro que é bastante familiar. Os vampiros monstruosos estão bem como criaturas instintivas. Os humanos monstruosos são piores. Sim, eles são alvos fáceis de nazistas e lideres empresariais à políticos e estrelas do Rock, e eles sabem como manter o poder.

"Uma boa história sempre supera a verdade", Palmer explica, por meio da manipulação da imprensa, sabendo, tanto quanto sobre a desinformação como qualquer pessoa, a NSA ou a CIA. Se a tensão e os sustos não são novos ou profundos, eles são habilmente sinais alusivos ao que é assustador a cada dia.