Antes começar a comentar nosso filme de hoje gostaria de propor um experimento mental, na verdade um experimento bem conhecido dos alunos de filosofia e que tem tudo a ver com o filme da nossa resenha.
Imagine que você se encontra a margem de um sistema de trilhos com um trem desgovernado correndo nele em direção a cinco pessoa amarradas a uma das linhas. Uma alavanca permite desviar o trem desgovernado para um outro ramal com apenas uma pessoa pressa a ele. Somente você pode fazer a escolha se deve ou não acionar a alavanca. O que você faria?
Em um segundo cenário a mesma situação, mas ao invés da alavanca que desvia o trem temos um homem gordo a margem dos trilhos, que se for empurrado descarrilhará o trem e salvará a todos, e novamente cabe a você a decisão de fazê-lo.
Estamos exercitando aqui uma decisão diante de um dilema moral, e maioria das pessoas não hesitaria em acionar a alavanca do primeiro cenário, movido pelo pragmatismo de salvar cinco pessoas pelo sacrifício de uma. Mas no segundo cenário a coisa parece se complicar para maioria das mesmas pessoas, que hesitam em empurrar o gordo nos trilhos para salvar a todos. Por que?
A configuração para este filme é brilhante. Alunos de filosofia muito inteligentes se juntam a para aquela que seria a ultima aula para o fim do curso. Eles esperam um exame final fácil, mas em vez disto lhes é dado um experimento mental brutal e desafiador. Um holocausto nuclear de proporções apocalípticas e um bunker salvador, mas que só tem suporte para manter 10 dos alunos vivos dentro dele por um ano. Mas a classe tem 21 deles.
Desde o seu inicio, o filme se sai como uma navalha inteligente amplificando as expectativas do que está por vir. Você vai de surpresa em surpresa pensado: Este é um roteiro mais esperto do que parece, mas ele não vai assim até o seu final. Antes disso descobriremos que ele colocou todas a as suas cartas à mesa antes da hora e nada mais para o resto do tempo. Uma pena, existiam muitas possibilidades sobre este filme, haviam muitos caminhos excelentes para onde ele poderia ir. Existe um proposito subjacente a experiência proposta? Qual é a sua meta? Seria a medida dele o acompanhamento de algo que os alunos não conhecem? Como eles aceitam a a figura de autoridade do professor? Como eles percebem seus semelhantes? Quais são os motivos do professor em tudo isso?
As perguntas acima são todas abordadas, mas de forma plana e o que criam é uma especie de anticlímax. Os resultados do experimento em si acabam sendo diferente do esperado, e claro a história vai se desenvolvendo fora do experimento e sendo mostrada ao espectador. Mas essa história é muito pequena, muito discreta e não dá suporte para ser algo real do jogo mental.
Ele lembrou-me O Homem da Terra, outro filme onde um grupo de pessoas discutem também um cenário desafiador proposto por um dos membros, que diz ser o homem mais antigo da terra. Ainda que este se foque mais nas descrença e no choque da afirmação que é feita. After the Dark parecia ter uma semelhança, mas faltou-lhe a sensação de realidade. A narrativa mostra um grupo de estudantes e seu professor discutindo quem se salvará e começará um novo planeta depois do apocalipse, mas eles nunca parecem fazer escolhas criveis. Demasiado racional, com decisões que se estendem apenas a uma demissão imediata ou aceitação por todos dos grupos. O mais preocupante foi a total ausência de candidatos com habilidades de sobrevivência, que diferença faz você ser um médico se você não consegue acender uma fogueira, caçar um animal, colher frutos, etc. Você sera apenas um médico morto. Além disso, seu final é um desperdício completo, sem sentido e sem proposito.
Há ainda algumas discrepâncias sobre o título desse filme. Algumas fontes citam o título After the Dark, que soa como um filme de terror. Já o IMDb usa o titulo The Philosophers, que na minha opinião lhe é mais adequado.
Quanto ao nosso experimento inicial, que também é descrito no filme, no primeiro cenário prevalece a escolha pragmática, portanto a decisão e baseada nesse pragmatismo e o impacto moral fica em segundo plano. De fato não há mesmo uma escolha moral. No segundo, no entanto, a escolha moral reaparece, já que salvar os cinco, implica que você deve empurrar um homem nos trilho, portanto, um assassinato entra em cena.
Em um segundo cenário a mesma situação, mas ao invés da alavanca que desvia o trem temos um homem gordo a margem dos trilhos, que se for empurrado descarrilhará o trem e salvará a todos, e novamente cabe a você a decisão de fazê-lo.
Estamos exercitando aqui uma decisão diante de um dilema moral, e maioria das pessoas não hesitaria em acionar a alavanca do primeiro cenário, movido pelo pragmatismo de salvar cinco pessoas pelo sacrifício de uma. Mas no segundo cenário a coisa parece se complicar para maioria das mesmas pessoas, que hesitam em empurrar o gordo nos trilhos para salvar a todos. Por que?
A configuração para este filme é brilhante. Alunos de filosofia muito inteligentes se juntam a para aquela que seria a ultima aula para o fim do curso. Eles esperam um exame final fácil, mas em vez disto lhes é dado um experimento mental brutal e desafiador. Um holocausto nuclear de proporções apocalípticas e um bunker salvador, mas que só tem suporte para manter 10 dos alunos vivos dentro dele por um ano. Mas a classe tem 21 deles.
Desde o seu inicio, o filme se sai como uma navalha inteligente amplificando as expectativas do que está por vir. Você vai de surpresa em surpresa pensado: Este é um roteiro mais esperto do que parece, mas ele não vai assim até o seu final. Antes disso descobriremos que ele colocou todas a as suas cartas à mesa antes da hora e nada mais para o resto do tempo. Uma pena, existiam muitas possibilidades sobre este filme, haviam muitos caminhos excelentes para onde ele poderia ir. Existe um proposito subjacente a experiência proposta? Qual é a sua meta? Seria a medida dele o acompanhamento de algo que os alunos não conhecem? Como eles aceitam a a figura de autoridade do professor? Como eles percebem seus semelhantes? Quais são os motivos do professor em tudo isso?
As perguntas acima são todas abordadas, mas de forma plana e o que criam é uma especie de anticlímax. Os resultados do experimento em si acabam sendo diferente do esperado, e claro a história vai se desenvolvendo fora do experimento e sendo mostrada ao espectador. Mas essa história é muito pequena, muito discreta e não dá suporte para ser algo real do jogo mental.
Ele lembrou-me O Homem da Terra, outro filme onde um grupo de pessoas discutem também um cenário desafiador proposto por um dos membros, que diz ser o homem mais antigo da terra. Ainda que este se foque mais nas descrença e no choque da afirmação que é feita. After the Dark parecia ter uma semelhança, mas faltou-lhe a sensação de realidade. A narrativa mostra um grupo de estudantes e seu professor discutindo quem se salvará e começará um novo planeta depois do apocalipse, mas eles nunca parecem fazer escolhas criveis. Demasiado racional, com decisões que se estendem apenas a uma demissão imediata ou aceitação por todos dos grupos. O mais preocupante foi a total ausência de candidatos com habilidades de sobrevivência, que diferença faz você ser um médico se você não consegue acender uma fogueira, caçar um animal, colher frutos, etc. Você sera apenas um médico morto. Além disso, seu final é um desperdício completo, sem sentido e sem proposito.
Há ainda algumas discrepâncias sobre o título desse filme. Algumas fontes citam o título After the Dark, que soa como um filme de terror. Já o IMDb usa o titulo The Philosophers, que na minha opinião lhe é mais adequado.
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Quanto ao nosso experimento inicial, que também é descrito no filme, no primeiro cenário prevalece a escolha pragmática, portanto a decisão e baseada nesse pragmatismo e o impacto moral fica em segundo plano. De fato não há mesmo uma escolha moral. No segundo, no entanto, a escolha moral reaparece, já que salvar os cinco, implica que você deve empurrar um homem nos trilho, portanto, um assassinato entra em cena.
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