The Brass Teapot, Louco por Dinheiro ou literalmente, a Chaleira de Bronze, é mais um filme que exerce o seu direito inalienável de ser uma joia com entusiasmo peculiar de um filme indie. Minha definição de "entusiasmo peculiar" provavelmente será diferente da sua.
Nesse particular, me vem em mente a lembrança de outro filme indie, também resenhado aqui por min, que é outra comédia de humor negro do ano passado, Bernie, do diretor Richard Linklater, que conta a história do gentil agente funerário vivido pelo genial Jack Black. Bernie, que faz o inpensavel considerando a sua personalidade, ao assassinar uma mulher mais velha, uma mullher abusivamente verbal que tinha perdido o marido recentemente. É um filme fantástico em termos de tom, o desenvolvimento do caráter e ambiente, mas também, assumiu o desafio de humanizar um personagem bastante genial fazendo-o verdadeiramente desprezível. O que o tornou um "entusiasmo peculiar" era apenas a forma geral com que foi conduzindo, com personagens enigmáticos e com personalidades. Um enredo que você acredita que sera interessante depois de 50 minutos. Acho que o que estou tentando dizer aqui é que, quando você vê com entusiasmo peculiar você saberá o que é entusiamo peculiar.
A história aqui, gira em torno de John e Alice (Michael Angarano e Juno Temple, respectivamente), um jovem casal de classe média baixa (ou qualquer coisa assim, em termos de padrão americano), lutando para sobreviver em tempos tão implacáveis. Ele é um operador de telemarketing que vende garantias desnecessárias para aparelhos de TV. Ela, uma mulher incapaz de aceitar uma posição de nível de entrada, querendo começar direto do topo, com uma graduação em História da Arte em seu curriculum. Um dia eles se deparam com uma loja de antiguidades dirigida por uma estranha e velha senhora. Alice rouba da loja um estranho, mas fascinante, bule de latão.
Não muito tempo depois de rouba-lo Alice e John descobrem que o bule de chá, que é de fato uma peça muito bem acabada e meticulosamente trabalhada, na verdade possui um poder estranho. Se o seu dono infringir algum tipo de dor a si mesmo ou a terceiros, ele o recompensará com dinheiro. Quanto maior a dor, mais dinheiro. Isso faz com que John e Alice recorram a medidas cada vez mais drásticas, com métodos cada vez nais doloridos que vão desde a extensas sessões de depilação com cera a cirurgias dentárias sem nenhum tipo de anestésicos. Eles logo descobrem que o seu tesouro recém-descoberto e unica fonte de renda dos dois é uma peça altamente desejada não só por violentos judeus ortodoxos, mas também por um misteriosos asiático que afirma que todos que entraram em contato com o objeto, mudaram para sempre e não para melhor. Claro que nosso casal ignoram as advertências e jogam conforme as obscuras regras do bule que parecem mudar a qualquer momento. Por exemplo, a certa altura o bule para de fornecer tanto dinheiro para a dor física passando a fornecer mais para a dor do tipo mental. John e Alice então, passam a provocar o sofrimento mental a si mesmos e ao que os cercam sem nenhum limite moral.
O filme foi baseado nos quadrinhos de Tim Macy, que também escreveu um curta em 2007, e expõe a todos com resultados engraçados de humor negro. No entanto, talvez, uma centena de minutos dedicados a narrar uma história de um bule de bronze que pode produzir dinheiro pode ser um pouco demorado. Isso pode cansar depois de uns 20 minutos, mas também pode produzir alguns querendo mais dessa história. Para min foi um tempo de exposição perfeito que explora a maioria das possibilidades que podem ser feitas com a narrativa. Ele mantem as coisas rápidas e divertidas, e em sua maior parte, em consonância com os dilemas dos personagens e vê-los como mais que um arquétipo da história. É uma alternativa melhor que os viés melodramático quase sempre explorado pelos filmes indi.
O filme é uma alegoria ultra-fina apontando um dedo acusador para a loucura da ganância humana a qualquer custo. O ideal ocidental de chegar ao enriquecimento rápido e colher recompensa sem trabalho duro. Um enredo imaginativo, uma visão convincente sobre ficção histórica fundido com humor negro. Mosley, o diretor, incorpora habilmente uma missão da Sociedade Teosófica e o uso do bule como uma metáfora pára a ganância, construindo cuidadosamente marcos de auto-consciência e altruísmo para a audiência. Quer se trate de brincadeiras espirituosas ou um momento agradável,l Juno e Angarano tem uma grande química na tela que só complementa a visão criativa de Mosley. Este é um recurso que você não vai querer perder.
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