Diretor: Keanu Reeves
Roteiro: Michael G. Cooney
Elenco: Keanu Reeves , Iko Uwais , Tiger Hu Chen |
Tiger Chen é um estudante de Tai Chi, que é um pouco rebelde e usa Tai Chi para lutar, apesar das preocupações de seu mestre. Quando o templo onde estuda é ameaçada de demolição, ele começa a lutar em um clube de combates clandestino para conseguir dinheiro e salvar o templo. No entanto, ele logo percebe que seu empregador tem outros motivos questionáveis. (Sinopse).
Keanu Reeves tem uma mistura de constrangimento empolado e graça desengonçada que é exclusivamente sua, e isso faz dele uma presença muitas vezes estranha e descontente. Isso pode atrapalhar ou não atrapalhar. Suas falas são por vezes desconcertantes, mas o simples senso de verdade e confiança que seu toque confere ao material (seja ele qual for) é uma das razões de sua carreira já durar ha tanto tempo. Não há muito do seu ego em seu trabalho. É refrescante.
Man of Tai Chi, é a estreia de Reeves como diretor e tem a mesma mistura por vezes estranha que Reeves traz para mesa como ator. O filme é super sério (como condizente com o gênero de artes marciais) com momentos de diálogos empolados e cenas de combates físicos emocionantes, filmado com graça e certeza e nenhuma pequena quantia de temor para os atletas envolvidos.
Tiger Chen, um dublê nas duas últimas continuações de Matrix, interpreta o personagem de mesmo nome, sim, ele também se chama Tiger Chan. Ele é um profissional dedicado da antiga arte do Tai Chi, trabalhando com um mestre chamado Yang (Yu Hai) em um belo templo. Durante seu dia ele trabalha entregando pacotes, conduzindo um carro pela cidade, e flertando com uma recepcionista em uma de suas regulares paradas. Ele vive com os pais. Ele não tem uma ambição de fazer alguma coisa com seus conhecimentos do Tai Chi, por que as regras subjacentes a sua aprendizagem com o mestre Yang dizem que aquele que praticam Tai Chi não o fazem por dinheiro, glória ou até mesmo para vencer. Mas durante um concurso de luta na TV, sua habilidade inegável atrai a atenção de um individuo misterioso chamado Donaka Mark (Reeves) Donaka vive em um isolamento frio, em um apartamento decorado com couro preto e cromado. Ele caminha descalço em pisos de mármore preto brilhante. Ele só fala em comandos concisos. Ele tem um sistema e um "staff" de segurança trabalhando para ele de fazer inveja e rivalizar com a NSA americana. Ele estende a mão para Tiger, oferecendo-lhe um emprego de segurança, quando na realidade, isso é um processo de recrutamento para um ringue de lutas "underground" e letal.
Tiger é levado para um local desconhecido, colocado em uma sala vazia, cinza com um espelho na parede, enquanto espera para o que vai acontecer. O comando de uma voz feminina: Figth! e do nada um oponente agarra Tiger por trás. Tiger é, então envolvido em uma luta por sua vida naquela sala cinza com o espelho grande e é um momento Alice no Mundo do Espelho que irá dar frutos pelo resto do filme: Como Alice, Tiger é catapultado de uma experiência estranha para outra. As regras normais do seu dia-a-dia não se aplicam mais aqui.
Donaka, é claro, observa através do espelho. Essa primeira luta é um teste. Tiger passa, mas é apenas o primeiro de muitos. O Clube da Lura de Donaka é executado como um culto, onde a informação essencial sobre a natureza da organização é vedada aos participantes até que eles estejam envolvidos profundamente para não mais sair. Tiger se encontra de volta aquela sala cinza mais e mais vezes, lutando contra oponentes cada vez mais ferozes e qualificados. Para quê? O que é tudo isso?
O Dinheiro que Donaka oferece é substancial. Quando o templo do Mestre Yang é ameaçado de demolição eles precisam urgente dele para custear uma reforma para a torna-lo mais seguro.. E assim, o lugar sagrado esta sendo reformado financiado por alguém que traiu os princípios ensinados lá, uma terrível ironia. Tiger Chen (o ator), um atleta soberbo (vê-lo é ficar de queixo caído com admiração e apreço) é um ótimo ator, indo do crível cara com ar de doce garoto ao assassino frio, magro com aspecto mal-assombrado. Man of Tai Chi se passa em um universo profundamente moral onde as escolhas tem implicações espirituais.
O ringue de luta é ilegal. Os policiais (um em particular) fecham o cerco sobre Donaka. que permanece indefinido e onisciente. Donaka entende que Tai Chi não é a tarefa normal nas artes marciais subterrânea que ele promove. Mas ele está nisso a partir do que Tiger lhe mostra sobre sua excelência na arte, pelo tesão, a viagem de poder. Reeves não esta em cena o tempo todo, e quando aparece é um par de cenas com extensos diálogos. Mas ele vai para uma luta impressionante com Tiger perto do fim. Este é Tiger por todo o seu caminho. Você vai ver a sua transformação, e você assiste a sua alma ir da luz a obscuridade.
O Diretor de fotografia Elliot Davis filma as cenas de luta com um imediatismo emocionante: os lotes de tomadas longas e profundas, fazem você perceber que o que esta vendo são os lutadores a fazer de fato aquilo, ao invés de assistir a algo reunido mais tarde na sala de edição. Os círculos de câmeras levantam-se e se voltam para trás, movendo-se horizontalmente e verticalmente com os golpes em cada luta. A filmagem é intuitiva e visceral. Há uma obra-prima em cena que se passa em um bote flutuante escondido nas entranhas de um navio de carga ancorado no porto de Hong Kong. O cenário é surreal: o palco-ringue circular pintado com redemoinhos vertiginosos e psicodélicos e as mesas circulares em torno dele, para não mencionar a elegante multidão silenciosa e entediada, é uma reminiscência da meia-noite teatral da Cidade do Sonho de David Linch. Cada luta fica mais perigosa. Os riscos aumentam. A morte é o único resultado possível. Reeves de aproxima do gênero com respeito e paixão. Man of Tai Chi é extremamente divertido.
Fascinante. Fiquei curioso para ver o filme. Obrigado, Mestre Assis.
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