quarta-feira, fevereiro 19, 2014

Lone Survivor / O Grande Herói 2013

Diretor: Peter Berg
Roteiro: Peter Berg, Marcus Luttrell (Livro)
Elenco: Mark Wahlberg, Taylor Kitsch, Emile Hirsch, Eric Bana e outros
Estreia 21 de Fevereiro no Brasil

Lone Survivor. O Grande Herói no Brasil, queima como uma febre de um projeto apaixonado. Uma gratidão do diretor e roteirista Peter Berg ao militares norte americanos por todo seu sacrifício que se transforma num quadro visceral feito para durar. Baseado em livro de 2007 de não-ficção de Marcus Luttrell com o mesmo nome, e retrata acontecimentos dos fracassados Navy Seals dos ​​Estados Unidos na missão Operação Red Wings durante a guerra no Afeganistão, em que quatro membros da SEAL Team 10 foram incumbidos de capturar ou matar o líder do Talibã Ahmad Shah.


O filme abre com uma longa montagem em imagens reais do treinamento dos  NAVY SEALS e termina com um slide show definido por uma balada emocional, com eles que vivem agora, uma vida feliz fora do serviço. Ele funciona, em termo de valores emocionais, como uma especie de "A paixão de Cristo" para os militares norte americanos: um episódio histórico sangrento contado principalmente em imagens de homens jovens sendo rasgados em bruta violência. Embora o material de origem de Berg não seja o Novo Testamento, ele lida com a narrativa do Navy Seal Marc Lutrell (via ghostwriter Patrick Robison) sobre sua condenada missão de reconhecimento em 2005 com a mesma reverência da estrondosa crucificação e ressurreição de Cristo de Mel Gibson.

Berg mostra com um toque muito sutil um conjunto de apresentações. Cenas dos guerreiros de elite em seus momentos de relaxamento e lazer e brincando com a antecipação de momentos terríveis que capturam a essência da química de um grupo jocoso. Mark Wahlberg como Luttrell, Taylor Kitsch como o Tenente Michael Murphy e Emile Hirsch como Danny Dietz contribuem com carisma natural e inteligência sob o olhar francamente delirante de Berg.

O melhor exemplo disso  é uma cena perfeitamente controlada na qual a equipe SEALS usa uma colina nas montanhas afegãs para vigiar uma aldeia talibã do lider Ahmad Shah. Berg constrói a tensão, mantendo a nossa visão restrita aos quatro seals empoleirado em suas posições, mal camuflados por baixo dos ramos de pinheiro e vegetação e seu ponto de vista do vale. Eles vigiam e dão um tempo enquanto conversam silenciosamente como para queimar a ansiedade enquanto a nossa aumenta. Aos poucos, sua vantagem geográfica torna-se uma armadilha. Essa transição lenta de reconhecimento e rotina para tiroteio insano me fez lembrar de uma batalha na floresta do clássico de John McTienan, Predador.


Claro, Predador foi um filme de ação Scifi, o que significa que ele poderia facilmente se dar ao luxo de deixar a tensão explodir em emoções. Lone Survivor tem que negociar com a realidade. Berg tem um coração de diretor de ação, por isso a sua maneira de conter o impulso de Rambo de seus heróis no interesse da agenda patriótica desse filme é dobrar o sofrimento deles. Sempre que um dos Seals leva um tiro, os efeitos sonoros nos torna íntimos do progresso do projetil através da carne, ossos e órgãos vitais. O som do sangue em aspiração pulmonar, em suspiros irregulares nunca foi tão vívido. Sob uma chuva de projeteis, os Seals rolam para baixo na irregularidade da montanha a um angulo de cerca de 65 graus, quebrando rochas gigantes com seus próprios corpos e claro, se quebrando no processo. Eles vão caindo e batendo por um longo tempo, em uma série de edições maravilhosamente fluidas que eu lembrei da clássica cena da escadaria em os Intocáveis. E eles continuam caindo, o sangue jorrando, mas desde que um olho possa observar uma linha de tiro e um dedo possa alcançar um gatilho, cada soldado vai lutar até a morte.

A partir daí o filme chega embriagado em heroísmo. Aldeões Pasthus, hostis ao talibã salvam Lutrell, cuidam e o defendem como se ele fosse um deles. Eles gentilmente apaziguam seu panico e desconfiança, apesar de não existir tradutor entre eles. Tal como acontece em o Reino. O estrangeiro, nosso herói americano tem um momento emocional com eles, uma troca de olhares, um abraço conectado de entendimento entre combatentes da liberdade: Lealdade e coragem não tem fronteiras nacionais ou tribais.


Feito com Lutrell como consultor perto de Berg, este filme tem uma sinceridade e senso de respeito para as tropas que não devem ser confundido com profundidade. Lone Survivor significa bem, mas o que ele tem a dizer sobre os custos da guerra moderna não é nada novo ou especialmente esclarecedor. É cortado do mesmo tecido em que já foi feito O Resgate do Soldado Ryan e outras sagas guerreiras, honrando o sacrifício de sangue em imagens que a maquina de guerra americana pode facilmente transformar em um comercial de recrutamento. Lone Survivor faz os interesses políticos se tornarem supérfluos diante da religião do guerreiro, que é tudo que se tem para suportar as dificuldades e proteger o irmão ao seu lado.

O que realmente está história amaldiçoa é todo equipamento com defeito e a falta de planejamento operacional que se torna letal para Lutrell e seus irmão de armas. Ele se preocupa com o rádios quebrados, telefones e helicópteros indisponíveis. Não se preocupem com os membros da academia de cinema que votam no inicio do ano. O importante aqui é lembrar sobre os congressistas americanos que eventualmente vejam o filme e que votarão sobre projetos de lei para ampliação de gastos militares e o emprego de forças em guerras dos outros.


Um comentário:

  1. Ótimo filme! Berg é um excelente realizador que em qualquer de seus filmes deixar o público críticos e satisfeitos em geral.

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