House of Cards não seria o sucesso que é se não fosse pelo talento em ser cínico de Kevin Spacey. O seu Frank Underwoood, o deputado congressista dos Estados Unidos, líder fictício do Partido Democrata Americano e o Netflix nos oferecem uma aula magistral sobre os efeitos do pragmatismo - ou do cinismo - na politica.
Frank e Claire (Robin Wright) sua mulher, formam um casal afinado pronto para se manter no poder e que não medem esforço, cada um a seu modo, para alcança-lo. A série começou a sua primeira temporada o ano passado e na reestreia da segunda este ano, mostrou que o Netflix apostou certo em produzir conteúdo além de tentar ser apenas uma locadora online.
Frank fica frustrado quando sabe que foi preterido para nomeação de Secretário de Estado pelo presidente que acabou de se eleger com sua ajuda. A partir daí ele lança mão da demagogia e da difamação para fustigar o mandatário enquanto posa de aliado cordato. Manipular as fraqueza de seus aliados ou inimigos é o menor dos feitos de Francis, no estilo rolo compressor impiedoso ele até suja as mãos se for necessário para conseguir o que deseja.
A série é de uma qualidade impecável em todos os aspectos, e é quase impossível tirar os olhos de Spacey fazendo um Frank que a todo momento olha para câmera e conversa com o espectador. Esse é um diferencial que o torna à parte das produções sobre bastidores da politica americana. O personagem antecipa sua intensão, mostra o porque de todo pragmatismo e cinismo com que ele coordena seus movimentos políticos. De uma maneira brilhante ele vai construindo uma empatia com quem assiste, e ao compartilhar suas intensões e os porquês delas nos conquista, mesmo quando suas ações são odiosas de um ponto de vista moral.
Quem tem pelo menos uma vaga noticia do Teatro de Shakespeare constatará de pronto: Claire a esposa, é uma reencarnação de Lady Macbeth, a personagem que instiga o marido a se lançar numa sangrenta escalada para se tornar rei da Escócia, "um pouco de água lavará nossa evidencia de culpa", diz a personagem da tragedia shakespeariana. A seu modo, Claire também lava os crimes do marido. Frank por sua vez, do valor da dissimulação à lição de que o poderoso deve preferir ser temido que ser amado, encampa com brio os ensinamentos do renascentista Nicolau Maquiavel
O que estamos vendo aqui é uma revolução. A série é uma refilmagem da versão inglesa que foi ao ar em 4 episódios no final de 1990. Por sua vez ela foi adaptada do livro de mesmo nome do escritor britânico Michel Dobbs. Os direitos de adaptação foram adquiridos pela produtora independente MRC, que a apresentou a alguns canais de TV, como a HBO e o Showtime que não toparam produzir a série. Até que o Netflix, resolveu produzi-la como a primeira série exclusivamente criada para a web. De forma diferente, o Netflix produziu todos os 13 episódios e os disponibilizou todos de uma vez.
Agora vem o ponto chave, se um site consegue fazer conteúdo que rivalize em qualidade e audiência ao que é produzido pelas melhores emissoras de TV, sem falar de vários filmes e séries que podem ser acessados a qualquer momento por um valor muito mais barato, por que as pessoas continuariam a assinar pacotes caros de TV por assinatura? Ou melhor, continuar vendo televisão? É apenas um seriado, só que é assim que uma revolução se inicia. É apenas uma questão de tempo para iniciativas semelhantes surjam, a Amazon, por exemplo, não perdeu tempo, produziu o episódio-piloto da série Zombieland, baseada no filme homônimo, e o colocou na íntegra pra ser visto online. Infelizmente a qualidade não era lá muito boa e os fãs acabaram odiando o material liberado, depois dessa o site cancelou os planos de fazer uma temporada completa. Não tardará para que outros sites produzam material próprio de qualidade. Para desespero das grandes emissoras, vejam o que Beau Willimon um dos criadores da série, tem a dizer sobre o assunto “Este é o futuro, streaming é o futuro. A TV não será TV daqui a cinco anos, todos estarão streaming”.
Vou Finalizar com algumas perolas de Frank que da uma boa ideia do tipo de pessoa com quem você lidará ao assistir a série:
Como podemos ver o cara não é mole.
A série é de uma qualidade impecável em todos os aspectos, e é quase impossível tirar os olhos de Spacey fazendo um Frank que a todo momento olha para câmera e conversa com o espectador. Esse é um diferencial que o torna à parte das produções sobre bastidores da politica americana. O personagem antecipa sua intensão, mostra o porque de todo pragmatismo e cinismo com que ele coordena seus movimentos políticos. De uma maneira brilhante ele vai construindo uma empatia com quem assiste, e ao compartilhar suas intensões e os porquês delas nos conquista, mesmo quando suas ações são odiosas de um ponto de vista moral.
Quem tem pelo menos uma vaga noticia do Teatro de Shakespeare constatará de pronto: Claire a esposa, é uma reencarnação de Lady Macbeth, a personagem que instiga o marido a se lançar numa sangrenta escalada para se tornar rei da Escócia, "um pouco de água lavará nossa evidencia de culpa", diz a personagem da tragedia shakespeariana. A seu modo, Claire também lava os crimes do marido. Frank por sua vez, do valor da dissimulação à lição de que o poderoso deve preferir ser temido que ser amado, encampa com brio os ensinamentos do renascentista Nicolau Maquiavel
O que estamos vendo aqui é uma revolução. A série é uma refilmagem da versão inglesa que foi ao ar em 4 episódios no final de 1990. Por sua vez ela foi adaptada do livro de mesmo nome do escritor britânico Michel Dobbs. Os direitos de adaptação foram adquiridos pela produtora independente MRC, que a apresentou a alguns canais de TV, como a HBO e o Showtime que não toparam produzir a série. Até que o Netflix, resolveu produzi-la como a primeira série exclusivamente criada para a web. De forma diferente, o Netflix produziu todos os 13 episódios e os disponibilizou todos de uma vez.
Agora vem o ponto chave, se um site consegue fazer conteúdo que rivalize em qualidade e audiência ao que é produzido pelas melhores emissoras de TV, sem falar de vários filmes e séries que podem ser acessados a qualquer momento por um valor muito mais barato, por que as pessoas continuariam a assinar pacotes caros de TV por assinatura? Ou melhor, continuar vendo televisão? É apenas um seriado, só que é assim que uma revolução se inicia. É apenas uma questão de tempo para iniciativas semelhantes surjam, a Amazon, por exemplo, não perdeu tempo, produziu o episódio-piloto da série Zombieland, baseada no filme homônimo, e o colocou na íntegra pra ser visto online. Infelizmente a qualidade não era lá muito boa e os fãs acabaram odiando o material liberado, depois dessa o site cancelou os planos de fazer uma temporada completa. Não tardará para que outros sites produzam material próprio de qualidade. Para desespero das grandes emissoras, vejam o que Beau Willimon um dos criadores da série, tem a dizer sobre o assunto “Este é o futuro, streaming é o futuro. A TV não será TV daqui a cinco anos, todos estarão streaming”.
Vou Finalizar com algumas perolas de Frank que da uma boa ideia do tipo de pessoa com quem você lidará ao assistir a série:
"Ele escolheu o dinheiro em vez do poder, um erro que quase todos cometem. Dinheiro é a McMansão que começa a desmoronar em dez anos. O poder é o edifício de pedra que resiste em pé por séculos"
"Para aqueles de nós que estão chegando ao topo da cadeia alimentar, não pode haver piedade. A regra é caçar ou ser caçado."
"Estenda sua mão direita, mas segure sempre uma pedra na esquerda"
"O poder é como o mercado imobiliario. Localização é tudo. Quanto mais perto você está da fonte dele, maior o valor da sua propriedade"
"É assim que você devora uma baleia, uma mordida por vez"
"Um grande homem certa vez disse que tudo tem a ver com sexo. Exceto o sexo. O sexo tem a ver com poder"
"Os amigos se tornam os piores inimigos"
Como podemos ver o cara não é mole.
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