segunda-feira, fevereiro 24, 2014

Saudade - Thievery Corporation, ou: Como se fazer Bossa Nova nos dias que estão...

Dia 55. (Já?).
Que capa linda... como o disco!
Ando meio desligado do 01PD esses dias e não sei bem porquê. Talvez seja um pouco pela sensação de liberdade que isto me traz - poder escrever quando quiser, e não por obrigação -; talvez seja apenas pela falta de tempo que tem me assolado nestes últimos dois meses; talvez seja por estar me dedicando a outros projetos outrora negligenciados...

Seja qual motivo for, pretendo compensar a falta de  regularidade com qualidade.


Sim, tenho ouvido pelo menos um disco por dia - quando não dois ou três. Isto tem mantido minha mente musical meio ocupada e cheia de teorias malucas, mesclando sentimentos enquanto eu mergulho profundamente em minhas lembranças sentimentos num escafandro feito de poesia e violões.

Num desses mergulhos, num lapso de minha já famosa e superestimada curiosidade, deparei com o novo disco do duo norte-americano Thievery Corporation, que tem um título singular:

"Saudade".

Palavrinha cheia de significados - e de lendas. Uma delas diz que tal palavra e seus significados pleno só existe em Língua Portuguesa. É claro que existem aproximações, em outras línguas, mas o sentimento descrito por essa palavra, amarrado por ela, pertence a nós.

Se alguém pensa assim, precisa rever seus conceitos após ouvir "Saudade". O disco  tem uma vocação natural e uma inegável atração pela Bossa Nova. Misturados à isso, a base eletrônica e ritmos latinos que, vez ou outra cruzam as músicas catadas em português, francês, espanhol e inglês.

Que disco, senhoras e senhores. Quanta riqueza! Quanta beleza trazida pela suavidade e pela sutileza das roucas vozes femininas que auxiliam o T. C. nessa jornada! LouLou Ghelichkhani, Elin Melgarejo, Karina Zeviani (brasileira!), Natalia Clavier e Shana Halligan.

Atenção especial às faixas "Saudade" (uma bela música instrumental, que traduz o sentimento de maneira impecável) e "Depth Of My Soul" - uma lindíssima canção.

O disco inteiro foi feito com o sentimento que o nomeia como norte. Os violões, a percussão, mesmo a base eletrônica... tudo se casa de maneira tão orgânica que - vai outro daqueles palpites! - este está no páreo dos melhores do ano junto com o "Post Tropical" de McMorrow.

Delicioso, com aquele feeling de fim de tarde/início de noite (happy hour, né?), "Saudade" chegou para reverberar com a presença da ausência que está sempre dentro de alguém que sente falta.

Cinco luas completas.


Até mais, e boa audição.

P.S.: Infelizmente, o disco todo ainda não saiu para audição via streaming. Assim que aparecer, atualizo o post. Abraços!

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