-18
Eu não sou um aficionado por música eletrônica. Sempre me
mantive em nichos muito específicos, no mainstream do gênero: Daft Punk, Chemical
Brothers e, muito recorrentemente, Moby.
Mesmo sendo algo recorrente, que brota
na playlist, ainda assim é algo muito raro. Tenho uma dificuldade imensa em me
conectar com música eletrônica. Ainda mais quando se trata de produto barato e de
qualidade duvidosa, como David Guetta, Skrillex, essas coisas.
Eis a grande diferença do novo disco do Moby: Innocents,
lançado em este ano, 2013.
É um disco que tem uma levada eletrônica extremamente
sutil e uma qualidade musical absurda, uma produção excelente e nomes de peso a
quem o DJ cede os vocais.
Innocents é um dos raros trabalho do Moby que não pendem
para o lado do tecno, como é sua sonoridade habitual. É algo difícil até de classificar,
não é de um gênero específico. Há músicas mais pop, algumas mais agitadas com
uma pegada tecno mais forte, outras soam quase como hinos gospel, uma ou outra
pendem pro rock...
Innocents é mais sóbrio e minimalista que a maioria dos
trabalhos do DJ, é mais sombrio também, meio pessimista, marcado por uma certa
amargura, provavelmente decorrente da fase atual do artista, das mudanças, das
desilusões...
Mas acima de tudo o disco é verdadeiro, tem um feeling
real que foge dos clichês do ritmo, que se diferencia do cenário atual pela
qualidade. Não é só um pop/eletrônico vagabundo, é música mesmo, não é só
apertar botões e sacudir os bracinhos pra cima.
O mais incrível é que o disco quase inteiro é excelente,
poucas músicas precisam de uma análise mais cuidadosa para se compreender a
ideia, grande maioria delas cativa logo de cara. A minha favorita em disparado
é The Lonely Night, cantada pelo esquisitão Mark Lanegan. Além das ótimas
Everything That Rises (que abre o disco magnificamente), A Case of Shame (de
longe uma das mais belas), e Almost Home.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por comentar no 01Pd! Seja bem vindo e volte sempre!