quinta-feira, dezembro 12, 2013

Breathe in (2013)


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Filme: Breath In (2013) - IMDb 6,4
Diretor: Drake Doremus
Roteiro: Drake Doremus, Ben York Jones
Elenco: Felicity Jones, Guy Pearce, Mackenzie Davis e mais

Uma jovem estudante britânica chega a uma pequena cidade do subúrbio de Nova York por meio de intercâmbio. Ela será abrigada por uma família que terá sua dinâmica profundamente alterada depois da sua chegada.
Keith Reynolds (Gui Pearce) é um homem infeliz no casamento que se apaixona por uma mulher com metade da sua idade - Sophie (Felicity Jones), e tem esperança que ela o liberte de sua prisão imaginária. O que temos aqui é uma drama muitas vezes feito, mas raramente com qualquer criatividade ou paixão. Breath In/Inspire, não inspira muita emoção à primeira vista, mas o diretor sabe contornar os clichês basicos de um drama sobre infidelidade e cria um filme estranhamente delicado, tenso e cirúrgico que cativa, e consegue entreter apesar de alguns inconvenientes menores no enredo.

Reynolds é um musico que dá aulas na escola local e é também violoncelista substituto da Filarmônica de Nova York. Seu casamento de 17 anos parece ser controlado inteiramente pela mulher Megan (Amy Ryan), fazendo dele um mero coadjuvante na relação. Esperançoso de dar mais sentido a sua vida, deseja abandonar a escola e se tornar musico permanente na Filarmônica, ele está prestes a realizar uma audição para concorrer a vaga. A narrativa consegue nos fazer sentir a entediante rotina que vive Reynolds, ele é um cara que vaga pela casa recebendo ordens da mulher e se percebe cedo que sua opinião conta pouco na relação. O casamento do cara está a ponto de implodir.

Com um enredo que se presta facilmente ao melodrama, mas que ao invés disso é executado com moderação nesse sentido. Keith e Sophie nem chegam a se beijar até para mais de uma hora de filme, a ligação de ambos, claro por serem músicos, inicialmente se dá pela musica e por meio de seus instrumentos (violoncelo ele, e piano ela) que ambos dominam com maestria. Paixões compartilhadas, desejos mútuos de libertar cada um de suas aflições e  um curiosidades, que parece, ambos há muito não recebiam. Refrescante por sua vez, não é tudo sobre sexo - é sensual e as conexões de dão num nível mais profundo, intimo, em vez de um físico e, por incrível que pareçam, há momentos em que você não pode ajudar, mas quer que eles sejam. Sophie é linda de se ver. Felicity merece todos os elogios aqui. Shopie é um estereotipo falso-intelectual, confiante de que vê tudo e sabe tudo, e Felicity mantém essa vaidade adolescente enquanto acrescenta a ela uma dor solitária, uma dureza tranquila, mas escondendo-a do  mundo. 


Uma simples partitura para piano, cinematografia simples e não afetada, muitos closes e cenas onde nada é comunicado verbalmente. Os personagens são menos simpáticos nesse momento, mas a medida que vão sendo desenvolvidos fica mais fácil de se relacionar com eles. Ainda assim é difícil encontrar alguém para se torcer.

Há menos dependências de artifícios de enredo para se mover ao longo da história, e ao invés disso a direção permite que as pequenas fissuras, a sensualidade sem som, e a tensão crescente dirijam o filme para o seu final explosivo e agonizante. Há algum grande caráter e construção de dinâmica aqui. Mesmo eu não gostando de dramas fiquei satisfeito com esse filme, porque tem a musica como pano de fundo e poderia ter assumido um tom mais para o melodrama, mas não fez.

Em tempo: A personagem de Felicity da um show no piano ao tocar uma peça de aquecimento de Chopin. A musica começa suave e sem expressão, para do nada, tornar-se forte e surpreendente. Nesse momento a paixão de Keith por Sophie se revela. Foi fantástico.

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