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Mas por quê nos enganamos assim? O que nos motiva a continuar caminhando quando tudo parece fadado ao fracasso, e o destino final é a cessação da existência?
George Harrison é meu Beatle preferido. Sua serenidade, sua discrição, seu silêncio... o sorriso fácil e verdadeiro... a guitarra suave, a voz tranquila, a música transcendente...
"All Things Must Pass" é o primeiro trabalho de Harrison após o fim dos Beatles. É daqueles discos que você ouve do início ao fim e pensa: "Putz! Que disco!". Algumas das músicas foram compostas por George ainda nos Beatles, mas foram deixadas de lado para que a entidade Lennon/McCartney pudesse aparecer mais. E então você dá aquele sorriso e percebe que o Harrison acabou fazendo uma coisa maravilhosa: guardando o melhor para ele. Guardando o melhor para nós.
George passeia pelo country, pelo blues, pelo rock e pelo pop com uma desenvoltura surpreendente. Sua versatilidade é assombrosa, e sua humildade é sublime. Sua música fala de coisas simples, de pequenas verdades, da busca pela paz e pela luz. Ele agradece à divindade pelo simples fato de estar vivo para apreciar a beleza de viver.
Ouvindo "All Things Must Pass" fica impossível sustentar o mau humor. É como se a simples levada do disco te conduzisse à níveis mais altos de compreensão, libertação ou seja lá o que for. Mesmo sem olhar pelo lado místico, dá pra perceber que a vibe é outra.
Não vou destacar nenhuma faixa: preciso que você escute o disco na íntegra. Vai fazer teu dia melhorar. Vai te fazer sentir bem. Vai te levar a perceber que, apesar de todas as nuvens escuras, tudo vai passar.
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