quarta-feira, dezembro 11, 2013

SINGULARIDADE TECNOLÓGICA

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1. Qualidade do que é singular, unicidade, único: a singularidade do fato. Particularidade, excentricidades: suas singularidades chocantes.
2. Sinônimos de singularidade: estroinice - estúrdia - excentricidade - extravagância (Dicionário Eletrônico)


Dentro da tradição de países anglo-saxônicos a partir da década de 1950 a DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA é o mesmo que "popularização da ciência". Ela se caracteriza por atividades que buscam fazer uma difusão do conhecimento científicos para públicos não especializado. A divulgação cientifica é fundamental para desenvolvimento da ciência, uma vez que ela é responsável pela circulação de ideias e divulgando resultados de pesquisas para a população em geral.
Esta é a minha proposta - com a permissão dos criadores do blog, é claro -, para um novo marcador em nossa publicações. Divulgação cientifica. No entanto minha proposta é de um viés mais critico do que for divulgado aqui com esse titulo.

Hoje eu gostaria de falar sobre Singularidade Tecnológica, que é a denominação dada a um evento histórico previsto para o futuro, no qual a humanidade atravessará um estagio de colossal avanço tecnológico em um curtíssimo espaço de tempo. Mas quais seriam os fundamentos teóricos dessa ocorrência tão importante para a humanidade? Eles são baseados em avanços percebidos nas áreas da informática, inteligência artificial, medicina, astronomia, nanotecnologia, genética e biotecnologia, que fazem muitos estudiosos acreditarem que nas próximas décadas a humanidade irá atravessar a singularidade tecnológica e é impossível prever o que acontecerá depois deste período.

Nos últimos 300 anos, a característica mais marcante da história da humanidade, desde o surgimento da ciência com Galileu Galilei, Isaac Newton e Leibniz, foi a crescente aceleração do progresso científico e tecnológico que agora culmina com as profundas mudanças políticas e econômicas dos últimos 30 anos com a explosão da era digital e do capitalismo financeiro em todos os países.
Ainda não se sabe quais seriam os agentes responsáveis pela singularidade tecnológica. Alguns afirmam que ela virá naturalmente, como consequência dos acelerados progressos. Outros acreditam que o surgimento iminente dos supercomputadores dotados com a chamada inteligência artificial será a base de tais avanços, a favor disso estão os argumentos de que só com uma inteligência superior à humana poderíamos ter os avanços tecnológicos tão rápidos e importantes. Há ainda os que acreditam na integração homem-computador para o surgimento da superinteligência, mas a tecnologia que permitiria essa integração pode estar mais distante do que a inteligência artificial.
Vários cientistas, entre eles o criador do termo, Vernor Vinge e Raimond Kurzweiil, assim como alguns filósofos, este evento histórico de importância semelhante ao aparecimento da inteligência humana na terra. Outros mais levianos, afirmam que a singularidade tecnológica é para o século XXI o que a revolução industrial foi para o século XVIII, ou simplesmente que o evento é, nas verdade, a quarta revolução industrial.

"Você saberá que a Singularidade está chegando quando tiver um milhão de e-mails em sua caixa de entrada"

- Ray Kurzweil, 'The Singularity is Near'

Exposto isso, vamos mais fundo e por um outro caminho.

Somos propenso a acreditar ingenuamente que todo o avanço tecnológico, e que todo produto dele, será usado sempre para o melhor, para o bem comum da humanidade. Em poucas palavras, para o "bem". Duas personalidade da história, para não falar de outros tantos, entraram nessa crença ingenua e tudo que tiveram foi uma grande decepção. Albert Einstein e o brasileiro Santos Dumont. Ambos tiveram os frutos de suas genialidades usadas como maquinas de guerra. O que se imagina como frutos da singularidade tecnológica certamente em sua maior parte, virará propriedade dos Estados das grandes corporações e do capital. O passado tem nos mostrado que isso é algo com qual devemos nos preocupar.

Pensando sobre isso em termos politico e deixando de lado o fato de que "singularidade" é praticamente uma palavra da moda para um futuro radicalmente transformado pela tecnologia, o passo seguinte, que deriva disso, é pensar que o futuro "transhumano" não deveria ser dominado pelo grande capital e/ou governos autoritários e de nenhuma espécie, e que - ao contrario das palavras de garantias de muitos futuristas loquazes - isto requer alguma intencionalidade, tanto em termos de programação quanto de ativismo. A tecnologia não assegura o bem estar humano por sua própria natureza. E a tendência geral atual a este respeito não é inteiramente positiva, mas extremamente ambígua na melhor das hipóteses.


O inteligente, o lógico é: A nossa limitada programação/cérebro homem-macaco não deveria ser autorizada a instanciar a humanidade, o universo e tudo mais em...  bem... a humanidade, o universo e tudo mais. Os trapaceiros, os loucos, os surrealistas, os hedonistas, os forasteiros e todas as estranhezas que emergem da diversificação dos códigos biológicos em complexidade cultural, devem sequestrar a singularidade das mãos dos engenheiros e recodificá-la de modo a permitir espaços liminares fora do alcance do totalizante. Vivemos em um tempo em que os seres humanos aparentemente inteligentes gostam de se apresentar com absolutas opções dualistas: republicano ou democrata, socialismo ou capitalismo, crente ou ateu, Britney ou Christina, ciência ou superstição. Esses são discursos dominantes, mesmo entre uma classe intelectual que o utiliza para se conhecer melhor. Para ela a noção de que poderia haver terreno fora desses quadros torna-se assim, não exatamente impensável, mas de alguma maneira muito trivial para considerar como nada além de um espetáculo à parte.

Estou ciente do risco aqui, mesmo o que implica que a instanciação dos vieses da mente do macaco de engenharia, mais que tudo, é uma intenção consciente ou inconsciente que sustenta grande parte da sensibilidade dessa singularidade. O "Singularismo" e - mais amplamente, transhumanismo, produziu uma verdadeira escassez de teorização abstrata, então o que quer que novas percepções ou objeções, ou preocupações que se pode pensar em trazer para a festa, haverá sempre um espertinho que tentará enxota-lo para fora ou incorporá-lo a sua totalidade lógica.

Essa falta, esta aparente negligencia, ou negação, ou banalização dos aspectos não óbvios da experiência humana subjetiva e suas peculiaridades, podem revelar-se de importância minima se a tecno-evolução transhumana chegar a singularidade. Essa singularidade tem que permitir que se projete inteligências de silício que, para todos os efeitos, substituam-nos, ou pelo menos dominem nossos cérebros biológicos  originais, do contrario acabaremos simplesmente com ferramentas que ampliam e melhoram nossas habilidades.

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"A noção de que no nosso futuro robotizado, os seres humanos irão se comportar roboticamente o pós-humano bem arrendondado - se houver - dever ser capaz de chorar como uma alma penada, dançar como James Brown, festejar como Dionísio, revoltar-se como Joana d'Arc e iluminar o irracional como Salvador Dali."

Steal This Singularity!



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