domingo, dezembro 15, 2013

Doze vieses cognitivos que nos impedem de ser racionais por mais tempo - Parte 1

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É do conhecimento de todos nós que cérebro humano é capaz de executar 10.000.000.000.000.000.000, cerca de 10 quatrilhões de processos por segundo. Algo que o torna mais poderosos que qualquer computado hoje existente. Mas também não significa que nosso cérebros não tenha limitações mesmo com tão grande poder de processamento. Uma calculadora humilde do tipo vendida em qualquer banquinha de camelô é capaz de fazer cálculos milhares de vezes melhor do que nós. E nossas memorias são muitas vezes inútil e cheia de falhas. Como se isso não bastasse ainda estamos sujeitos aos chamados vieses cognitivos aquelas falhas irritantes em nosso pensamento que nos levam a tomar decisões questionáveis e chegar conclusões errôneas. Aqui estão uma duzia desses vieses cognitivo mais comuns e perniciosos que você precisa saber.

Mas em nome da boa compreensão e importante que você saiba distinguir os vieses cognitivos das falacias lógicas, que é um erro proposital na argumentação lógica (por exemplo, argumentos circulares, apelo a força, sofismas e etc). Um viés cognitivo, por outro lado, é uma verdadeira deficiência ou limitação em nosso pensamento, uma falha de julgamento que decorre de erros de memória, atribuição social e erros de cálculo (como erros estatísticos ou uma falsa sensação de probabilidades).
Há quem defenda no ramo da psicologia, que nossos vieses cognitivos nos ajudam a processar informações de forma mais eficiente, especialmente em situações de perigo. Ainda assim, eles nos levam a erros graves. Muito bem, podemos estar propensos a esses erros de julgamentos, mais poderíamos pelo menos estar cientes deles. Fiz uma pesquisa sobre 12 deles, que julgo - e espero não ir nem um viés do tipo na minha escolha, que você deve ter em mente..

1 - Viés da concordância, ou confirmação - Nos simplesmente amamos concordar com as pessoas que concordam conosco. É por isso que só visitamos sites que expressam nossa visão de mundo e opiniões políticas, e por isso a maioria de nós pendura-se em torno de pessoas que sustentam pontos de vistas e gostos semelhantes aos nossos. De igual modo. tendemos a odiar indivíduos, grupos e fontes de noticias que nos fazem sentir desconfortável ou inseguro sobre nossos pontos de vistas. O psicologo do comportamento, o americano BF Skinner chamou isso de dissonância cognitiva. É este modo preferencial de comportamento que nos leva ao viés da confirmação. O ato muitas vezes inconsciente de fazer preferência apenas as perspectivas que alimentam nossos pontos de vista pré-existentes, ao mesmo tempo descartando ou ignorando opiniões - não importa quão válidas elas sejam - que ameacem nossa visão de mundo. E, paradoxalmente (adoro essa palavra!), a internet só tornou essa tendência ainda pior.

2 - Viés fora do grupo - Algo inversamente proporcional ao viés de confirmação que é uma manifestação de nossas tendências inatas tribais. Alguns cientistas afirmam, que estranhamente, muito deste efeito pode ter a ver com a ocitocina, ou "molécula do amor", como é também chamado esse neurotransmissor presente em nossos cérebros. Enquanto ele nos ajuda a forjar laços mais apertados com as pessoas de nossos grupos internos, desempenham uma função oposta para aqueles que estão fora deles. É o que nos faz desconfiar, ter medo, ou até mesmo desdenhar dos outros. Em última análise, esse viés nos leva a superestimar as habilidades e valor dos membros do nosso grupo imediato a custa de indivíduos que estão fora.

3 - Viés da falácia do jogo - Chama-se falácia, mas é na verdade uma falha em nosso pensamento. Temos uma tendência a colocar uma quantidade exagerada de peso em eventos anteriores, acreditando que de alguma maneira eles possam influenciar os resultados futuros. O exemplo clássico é o cara e coroa. Depois de virar cara, digamos, cinco vezes seguidas, a nossa inclinação é de prever um aumento na probabilidade de que o próximo sorteio será coroa, ou que as chances devem estar a nosso favor em nossas cabeças, quando na realidade elas ainda se encontram em 50/50. Como dizem os estatísticos, os resultados em diferentes lançamentos são estatisticamente independentes, e que a probabilidade de qualquer resultado ainda é de 50%. De um modo semelhante, há também o viés da expectativa positiva - o que muitas vezes alimenta vícios de jogo. É a sensação de que a nossa sorte tem para eventualmente mudar para nosso lado e que a deusa fortuna está a caminho. Do mesmo modo é a mesma sensação quando iniciamos um novo relacionamento romântico que nos leva a crer que vai ser melhor que o último.

4 - Viés da racionalização da pós-compra. E teve aquela vez que você comprou algo totalmente desnecessário, defeituoso ou muito caro, e então você racionalizou a compra de tal forma que você se convenceu de que era uma boa ideia o tempo todo? Sim, isso é a racionalização do pós compra em ação. Uma especie de mecanismo interno que nos faz sentir melhor depois de tomar decisões ruins, especialmente depois da fatura do cartão de crédito ou da caixa registradora. Também conhecida como Síndrome de Estocolmo do comprador, é uma maneira de justificar sub-conscientemente nossas compras - especialmente as caras. Os psicólogos sociais dizem que deriva do principio de compromisso, o nosso desejo psíquico de nos manter consistente e evitar o estado de dissonância cognitiva de que falava Skinner.

5 - Viés da negligência das probabilidades. Muito pouco de nós tem problemas em entrar em um carro para um passeio ou viagem, mas experimentamos uma grande intranquilidade ao pisar dentro de um avião e voar a 10.000 m. Voar, obviamente, é uma atividade totalmente antinatural e aparentemente perigosa. No entanto, praticamente todos nós sabemos e reconhecemos o fato de que a probabilidade de morrer em um acidente de carro é significativamente maior do que ser morto em um acidente de avião, mas nosso cérebro não vai liberar-nos de nossa lógica cristalina (estatisticamente, temos 1 em 84 chances de morrer em um acidente de veículos, contra 1 em 5.000 de morrer em um acidente aéreo). Eu li em outras fontes uma probabilidade maior ainda, como 1 em 20.000. É a mesma coisa que faz com que nos preocupemos em ser morto em um ato de terrorismo, em oposição a algo muito mais provável, como cair da escada ou um envenenamento acidental.
Isso é o que o psicólogo social Cass Sunstein chama probabilidade negligência - nossa incapacidade de compreender corretamente um bom senso de perigo e risco - o que muitas vezes nos leva a exagerar os riscos das atividades relativamente inofensivas. enquanto nos leva a subestimar os mais perigosos.

6 - Viés da seleção observacional. Este é o efeito de perceber de repente coisas que não percebíamos antes, e erradamente concluir que a frequência com que eles ela aparecem aumentou. Um exemplo perfeito é o que acontece depois de comprar um carro e que, inexplicavelmente, passamos a ver o mesmo carro praticamente em todos os lugares. Um efeito similar acontece com as mulheres grávidas recentemente, que passam de repente a perceber um monte de outras mulheres grávidas ao seu redor. Ou poderia ser ainda uma musica que ouvimos tocar mais vezes em todos os lugares. Não é que estas coisas estão aparecendo mais frequentemente, é que nós temos (por qualquer motivo) selecionado o item em nossa mente, e por isso estamos a percebe-lo mais vezes. O problema é que a maioria das pessoas não reconhecem isso com um viés selecional, e começam a acreditar que eles estão a acontecer mais vezes - o que pode ser um sentimento muito desconcertante. É também um viés cognitivo que contribui para a sensação de que o aparecimento frequente de certas coisas e acontecimentos não poderia ser apenas uma coincidência (embora seja).

Por enquanto, e para não abusar de nenhum possível viés que esteja lhe ocorrendo agora. continuaremos com nossa investigação da mente em outros post.


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