Dia 311
Thor - 2011
Dir: Keneth Branagh
Elenco: Chris Hemsworth, Tom Hiddleston, Natalie Portman
Thor 2 – O Mundo Sombrio está nos cinemas, acho que não
há nada mais justo que dar uma passada aqui pra falar mal da recapitular
a primeira aparição do deus do trovão na tela grande. Quando o primeiro longa
do Thor chegou aos cinemas em meados de 2011, eu que não nutria expectativa
nenhuma pela obra, mas senti uma certa obrigação moral a gostar do que vi. É
complicado explicar, mas basicamente eu vi a MARVEL fazendo algo tão bacana nos
cinemas, que quando saí da sala após ver Thor, me senti mal por não ter gostado
tanto assim do filme. Talvez nem houvesse entendido o fato de não ter gostado,
mas ali havia algo de errado.
Até me empolguei um bocado com o longa, escrevi uma
resenha bastante positiva no meu finado blog, o saudoso Último Lugar, mas eis
que decidi rever o negócio e...
Complicado.
Hoje, tendo visto Thor sob uma ótica mais madura e crítica
(até porque, né?), pude ver com clareza o quanto seu roteiro é previsível e
preguiçoso. E quanto todas as situações são forçadas e pouco inspiradas.
A sinopse a gente já conhece, mas não custa recontar:
Thor, o deus do trovão, é banido de Asgard, a morada dos deuses nórdicos, por
seu próprio pai, Odin, após arranjar treta com os gigantes de gelo de Jotunheim.
Além de exilado, Thor é lançado na Terra sem seus poderes nem seu martelo e
inicia uma jornada em busca de reaver seu lugar no panteão dos deuses. Uma
jornada que só terminará no dia em que ele reconquistar o direito de erguer seu
martelo, o Mjolnir, o que indicará que ele terá evoluído, amadurecido e
conquistado a dignidade para honrar o trono de Asgard.
A premissa parece bacana e atraente, mas tudo se pede por
uma série de fatores que fazem uma diferença negativa inacreditável e
transformam um potencial blockbuster de sucesso em uma sessão da tarde
divertidinha de se ver enquanto almoça, um filme 2,5 luas, muito generosamente.
Um desses fatores é o roteiro, já mencionado, preguiçoso
e conformista, construído em cima do já batido e muito mal explorado mito do herói,
aquele cara que se vê em uma adversidade, morre, ressuscita e salva o mundo. Já
ouviu falar desse sujeito? E.T. – O Extra Terrestre manda lembranças. Aliás, o
roteiro de Thor e o de E.T. são incrivelmente parecidos, exceto que o filme do
Spielberg é um puta clássico e o do Keneth Branagh só vale pelo Loki.
Outro fator: Jane Foster, a doutora em não sei o que
vivida por Natalie Portman é simplesmente uma personagem pequena demais para a
grandiosidade da atriz que a interpreta. Isso porque a atriz encarou a
personagem em uma atitude visivelmente mercadológica em um momento alto de sua
carreira: ela havia acabado de sair de Cisne Negro com uma personagem
excelente, perturbada e interessantíssima para uma outra personagem
incrivelmente genérica e insignificante.
Outra coisa um pouco irritante: Thor passa o filme quase
inteiro sem poderer, o que o coloca em situações bizarras... Como uma luta na
lama com o Cigano Igor. Só faltou a música da Banheira do Gugu.
A bizarra escolha de ângulos do diretor, que faz a
aventura do loiro dos trovões parecer um banner animado de duas horas.
O filme é só erro? Não, há acertos geniais, todo a parte
de humor (mesmo a que sacaneia a si próprio) e a participação do Agente Coulson
são excelentes. Além de que há algumas ótimas sequências de ação no começo e no
final do longa e há um vilão em desenvolvimento que um dia viria a ser um dos
vilões mais bacanas do universo de heróis no cinema.
Em resumo, Thor é descompromissado. Mais descompromissado
do que deveria, o que faz dele um filme bacana de se ver, divertido, mas que
não adiciona absolutamente nada a coisa nenhuma.
Esperamos que a segunda incursão solo do herói/deus/alienígena
nas telas seja mais interessante que isso.
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