sexta-feira, novembro 22, 2013

Raimundo Fagner (1976) - Fagner, ou: Eu mesmo não acho a chave de mim. (Feliz dia do músico).

Dia 326.

Raimundo Fagner é um dos maiores músicos do Brasil de todos os tempos, e ponto final.



Hoje, nos últimos minutos do dia do músico, após umas torres de cerveja com meus amigos e minha esposa, decidi falar sobre música, talento e necessidade.

Música é vida. O universo é feito de música. A vida é feita de música.

Talento é feito de metades: uma parte nasce com você; a outra cresce com disciplina, gosto e prazer.

Necessidade é que, para o músico, não há alternativa senão cantar, tocar, dançar, compor e fazer música.

Dito isto, temos o disco "Raimundo Fagner" de 1976. Começamos com a maravilhosa "Sinal Fechado", de Paulinho da Viola, gravada com maravilhosos violões e incríveis distorções, e as vozes de Fagner ecoando pelo som triste e fatalista de dois antigos amigos que se reencontram num lampejo de luz vermelha. Promessas vazias, palavras ocas, encontros marcados e até nunca mais.

Depois temos a belíssima "Conflito", de Petrúcio Maia e Clitério, uma ode ao amor sofrido. Linda.

Seguimos com "Asa Partida", de Fagner e Abel Silva, música que traz a marca do romantismo que prediz a linha que Fagner seguiria durante a década de 1980.

Em "Pavor dos Paraísos" e "Natureza Noturna", Fagner faz dupla com um dos maiores compositores do Brasil, Capinam, e cria belas obras de música e poesia.

"Corda de Aço" é uma faixa cheia de sentimento e profundidade, que sangra e sua, vai além das cores simples da obrigação rotineira, mostra os nós dos tendões sob músculos e pele, rica e apaixonada.

Em "Calma Violência" mostra-se a parceria que viria a ser duradoura na carreira de Fagner, com Fausto "Motherfucker" Nilo, uma faixa urbana e fortalezense, cheia de vontade de impedir os males que vem de nós - amém.

Em "Matinada", temos a adaptação de Raimundo Fagner de um tema lendário, a história de um amor sertanejo.

"Sangue e Pudins" traz novamente Fagner e Abel Silva numa jornada existencial em busca de sentido.

"Além do Cansaço", de Petrúcio Maia e Brandão, é uma faixa que flerta com o Rock, cheia de texturas e declives e aclives. Difícil, meio impenetrável mas bastante verdadeira.

Em "ABC" novamente se faz a dupla Fagner/Fausto Nilo, uma composição/canção de alto nível que enriqueceria a carreira de Fagner eternamente, também com uma pegada Rock 'N' Roll.


Nada mais justo, no dia do músico, que homenagear esse deus da música brasileira, Fagner, com a beleza que é seu terceiro disco.

Cinco luas cheias.

Longos dias e belas noites.


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