Dia 326.
Música é vida. O universo é feito de música. A vida é feita de música.
Talento é feito de metades: uma parte nasce com você; a outra cresce com disciplina, gosto e prazer.
Necessidade é que, para o músico, não há alternativa senão cantar, tocar, dançar, compor e fazer música.
Dito isto, temos o disco "Raimundo Fagner" de 1976. Começamos com a maravilhosa "Sinal Fechado", de Paulinho da Viola, gravada com maravilhosos violões e incríveis distorções, e as vozes de Fagner ecoando pelo som triste e fatalista de dois antigos amigos que se reencontram num lampejo de luz vermelha. Promessas vazias, palavras ocas, encontros marcados e até nunca mais.
Depois temos a belíssima "Conflito", de Petrúcio Maia e Clitério, uma ode ao amor sofrido. Linda.
Seguimos com "Asa Partida", de Fagner e Abel Silva, música que traz a marca do romantismo que prediz a linha que Fagner seguiria durante a década de 1980.
Em "Pavor dos Paraísos" e "Natureza Noturna", Fagner faz dupla com um dos maiores compositores do Brasil, Capinam, e cria belas obras de música e poesia.
"Corda de Aço" é uma faixa cheia de sentimento e profundidade, que sangra e sua, vai além das cores simples da obrigação rotineira, mostra os nós dos tendões sob músculos e pele, rica e apaixonada.
Em "Calma Violência" mostra-se a parceria que viria a ser duradoura na carreira de Fagner, com Fausto "Motherfucker" Nilo, uma faixa urbana e fortalezense, cheia de vontade de impedir os males que vem de nós - amém.
Em "Matinada", temos a adaptação de Raimundo Fagner de um tema lendário, a história de um amor sertanejo.
"Sangue e Pudins" traz novamente Fagner e Abel Silva numa jornada existencial em busca de sentido.
"Além do Cansaço", de Petrúcio Maia e Brandão, é uma faixa que flerta com o Rock, cheia de texturas e declives e aclives. Difícil, meio impenetrável mas bastante verdadeira.
Em "ABC" novamente se faz a dupla Fagner/Fausto Nilo, uma composição/canção de alto nível que enriqueceria a carreira de Fagner eternamente, também com uma pegada Rock 'N' Roll.
Nada mais justo, no dia do músico, que homenagear esse deus da música brasileira, Fagner, com a beleza que é seu terceiro disco.
Cinco luas cheias.
Longos dias e belas noites.
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