sexta-feira, novembro 22, 2013

10 Palavras-chaves para lhe ajudar a apreciar a literatura fantástica


Dia 326

Romances e histórias de fantasias costumam lançar um feitiço sobre os leitores com seus mundos vivos e personagens complexos. Mas existem diferentes tipos e regras de feitiço, e por causa disso, talvez você precise de um léxico para entende-los. Então, aqui estão dez palavras chaves que descrevem os diferentes mundos de fantasias e lhe ajudarão a entrar para esses mundos.


1 - Fantasia Portal - As Crônicas de Nárnia de CS Lewis é um exemplo perfeito de um portal de fantasia, em que alguém passa por ele e acaba em um mundo mágico, onde tudo é diferente, maravilhoso mas igualmente perigoso. O Mágico de Oz é um outro exemplo, ainda que aqui ele não seja literalmente um portal. A magia não se encontra nesse mundo. O protagonista viaja pelo portal para encontrá-la em outra dimensão e muitas vezes, essa fantasia envolve uma busca heroica de algum tipo. De acordo com a escritora de fantasia Farah Mendelson, o oposto da "fantasia de portal" é a "fantasia intrusivo" onde alguma entidade mágica alcança nosso mundo em um caminho inverso. Há também a "fantasia liminar" onde uma entidade não chega a atravessar o portal, ficando apenas na fronteira entre o nosso mundo e o mundo de fantasia, causando "vazamento" nos dois sentidos.

2 - Mundo Secundário - O mundo secundário é um lugar completamente mágico, como o mundo habitados por fadas, por exemplo. Ele é o tipico lugar onde ocorrem os contos de fadas. Quando esse termo foi cunhado por Tolkien, em seu ensaio, Sobre Histórias de Fadas, continentes perdidos, como Lemúria, Atlântida ou outros lugares mágicos e desconhecidos na terra eram frequentemente descritos como "mundo secundário". Mas hoje em dia, quando as pessoas falam sobre mundos secundários se referem a outro lugar que basicamente é um outro planeta, como Westero (Crônicas do Gelo e do Fogo). Um planeta parecido com a terra, onde existem (normalmente) seres cientes e uma cultura que é forte ou vagamente reconhecível como humana, mas não é apenas uma versão alternativa da história da terra. Westero é novamente, um melhor exemplo disso. Quando você parar para pensar nisso, é meio estranho que exista tantos planetas semelhantes à Terra, onde os humanos vivem em sociedade que lembram a história da Europa, ou mesmo da Asia, mas isso já se encontra estabelecido como uma convenção do gênero.

3. Épico de Fantasia - Uma fantasia épica é uma longa história, contada ao longo de vários volumes, e geralmente ocorre em um mundo secundário - ou, pelo menos, um épico tende a ser uma "fantasia envolvente", o que significa que você começa totalmente imerso no mundo mágico desde o inicio (em uma fantasia envolvente, ninguém passa por um portal ou tem a magia a se intrometer no mundo normal - as pessoas apenas vivem em mundo onde já existe a magia de forma natural). Um "poema épico" é um longo poema narrativo, que apresenta heróis lendários. A saga da Terra Média de Tolkien era vista como uma tentativa de "sintetizar um épico antigo (ou seja, a pré conquista normanda), que a Inglaterra nunca teve", diz o estudioso Brian Stableford. Depois do sucesso de Robert Jordan (A Roda do Tempo) e George R.R. Martin (Crônicas do Gelo e do Fogo), colocaram para fora uma tonelada de séries de fantasia épica no final dos anos 1990 e inicio de 2000.

Outro termo que também é usado como sinônimo de "fantasia épica" é "high fantasy" ou "fantasia heroica" sendo que ambos os termos conotam algo um pouco mais extravagante. De acordo com Stableford, o termo fantasia heroica foi cunhado por críticos que pensavam espada e feitiçaria como segunda classe, enquanto a fantasia como todo estava lutando para afirmar sua independência como gênero."High fantasy" foi cunhado pelo autor de Crônicas de Prydain, Lloyd Alexander, para descrever uma fantasia que ocorre inteiramente em um mundo secundário


4 - Espada e Magia - Então o que é Espada e Magia, e por que foi considerado um subgênero de segunda classe, enquanto a Fantasia Heroica foi considerado um gênero vendável? Segundo o editor da Pyr Book, Lou Anders é como Dungeons & Dragons - na verdade D&D e RPG semelhantes poder ter mantido espada e magia vivos como gênero, enquanto todo mundo estava fazendo Fantasia Heroica. Espada e Fantasia é menos "heroico" e tende a incluir muito mais bandidos e ladrões. Fantasia Heroica tem lugar no palácio, Espada e magia acontece no submundo das ruas escuras da cidade.


5 - Fantasia Urbana - Basicamente é uma história que tem lugar na cidade - muitas vezes uma cidade moderna, ao invés de um estilo medieval ou vitoriano, Esta cidade é muitas vezes em nosso mundo. Uma fantasia envolvente que ocorre na terra, em vez de um mundo secundário. Um conto que ocorre em Nova York e Londres pode ser chamado de fantasia urbana. Na verdade um conto com protagonista vivendo em uma sociedade que inclui vampiros, bruxas entre as pessoas normais, ocorrem agora em pequenas cidades ou subúrbios, por isso, algumas pessoas sugeriram que comecemos a usar o termo "fantasia suburbana" ou "fantasia rural" para descrever estes, -  ou simplesmente admitir que "fantasia urbana" não tem que ser urbana.


6 - Folclore - Muito antes de Tolkien ou Lord Dunsany, escritor irlândes de contos fantásticos, haviam histórias mágicas sendo transmitidas através da tradição oral - incluindo "formas de maior para menor, como épicos, mitos, lendas, contos de fadas, fábulas, provérbios, adivinhas, canções, piadas, insultos e brindes de rima", como diz Julie Carthy,  professora inglesa especialista em folclore. Cada cultura tem seu folclore e fornece a base para uma série de histórias de fantasias - há os contos de fadas como os dos Irmãos Grimm que se originaram de coletar e sintetizar um folclore local, há as fábulas, que são histórias para crianças com uma lição moral no seu final e os contos folclóricos ou lendas, que se propõem a ser histórias reais sobre algo que aconteceu no local, no passado. Essas histórias nos dão um  monte de motivos pra acreditar nos contadores de histórias de fantasia, do gigante com problemas a madrasta malvada


7 - Realismo Mágico, ou Realismo Fantástico, geralmente se refere a ficção literária onde a magia é parte da vida cotidiana, e há um toque surreal sobre a narrativa. A magia não é algo separado e diferente de todo resto, mas apenas uma extensão do mundo real. De acordo com Stebleford, o termo foi usado pela primeira vez para descrever a poesia de Pablo Neruda, mas se tornou amplamente com a popularidade do romance de Gabriel Garcia Marquez, Cem Anos de Solidão. Muitos dos autores latino-americanos são considerados expoentes do Realismo Mágico, embora o termo tenha sido usado para se referir a outros autores, até mesmo contadores de histórias de sonhos.


8 - Fantasia Gótica - Em poucas palavras, Fantasia Gótica contém uma grande quantidade de elementos de terror sobrenatural, como fantasmas, vampiros ou outros monstros, mas há também um elemento de romance, como um herói romântico, por exemplo, mais um mundo decadente, arruinado, anteriormente grande por definição e uma sensação de invasão e desespero. Fantasia gótica também é chamada, as vezes, de "dark fantasy", especialmente se ela ocorre em mundo secundário. A literatura gótica não precisa incluir elementos fantásticos, por exemplo, a literatura gótica do sul do Estados Unidos, como os escritos de William Faulkener e Eudora Welty, segundo ainda Stebleford, inclui elementos do grotesco, sem quaisquer elementos sobrenaturais. Mas um denominador comum na ficção gótica é a sensação de medo e o perigo de sucumbir a loucura.


9 - New Weird - Nova e estranho - De volta ao dia a ficção sobrenatural de horror foi muitas vezes referida como uma fantasia gótica, mas ela ficou estranha o suficiente, com as histórias de HP Lovercraft, e ai ela foi chamada lá fora de "ficção estranha". Basicamente, contos de terríveis criaturas e encontros com o inexplicável com uma vantagem fantástica para eles. Ela se misturou a ficção cientifica, fantasia e horror com uma fronteira distintamente literária a ela. As pessoas estavam tentando alavancar este subgênero na década de 1990 até que surgiu o texto fundamental em 2000, publicado por China Miévile, Lost Street Station, um romance ambientado em um mundo secundário com criaturas bizarras, uma ciência arcana e um arco de histórias pavorosas. Desde então muitos editores (Ann e Jeff Vandermeer) tem defendido a ideia do New Weird, como uma publicação de uma antologia de histórias que levem Lovercraft para uma direção mais estilisticamente ambiciosa. (Wikipédia).


10 - Grimdark - Ultimamente tem se falado muito sobre a fantasia "grimdark", que é essencialmente fantasia em um mundo escuro, opressivo e excessivamente violento. Com anti-heróis ou heróis moralmente cinza, e um monte de brutalidade. As pessoas tem apontados Richard K. Morgan e Joe Abercrombie como exemplos da nova onda de escrever grimdark. Morgan reage, definindo grimdark como sendo um termo pejorativo, que inclui não só seu trabalho e o de Abercrombie, mas também os romances de George R.R. Martin com seu mundo de Westero. Eu não sei exatamente o quanto isso soa pejorativo, mas há certamente muitos de nós que gosta desse tipo de coisas e usaria o selo de aprovação.



Fontes: Brian Stableford, Sci Fi Review, Wikipédia, Scifibr.com, scarium.







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