The World’s End - 2013
Dir: Edgar Wright
Elenco: Simon Pegg, Nick Frost, Martin Freeman
The World’s End, que deve chegar ao mercado nacional
direto em DVD e com um título imbecil, é o terceiro e último capítulo da
trilogia Blood & Ice Cream, iniciada por Shaun of The Dead e Hot Fuzz. Os
três filmes contam com o mesmo elenco principal: Simon Pegg, Nick Frost e o
diretor Edgar Wright. A ideia da trilogia era satirizar e homenagear gêneros do
cinema mundial, sendo que seus dois primeiros títulos homenageavam o horror e o
thriller policial e o último faz esse serviço em nome do ficção científica.
TWE encerra esse ciclo e, como parte final, assume para
si a responsabilidade de ser o mais grandioso dos atos da saga iniciada em
2004.
E TWE é nada menos que o mais ambicioso e frenético dos
atos da trilogia, tornando-se assim o menos engraçado, mas nem por isso
inferior.
Na trama um grupo de amigos se reúne anos após o colegial
para tentar reviver a maratona Golden Mile, na qual devem percorrer uma série
de bares em sua cidade natal com o absurdo objetivo de consumir a maior
quantidade possível de álcool e chegarem vivos ao final desta, mas só após
finalizar a maratona no último pub: The World’s End.
E, apesar da resistência inicial dos amigos, convencidos
pelo protagonista Gary King (Pegg), a jornada do grupo tem um início muito
promissor até ser interrompida por uma invasão de humanoides robóticos (não
robôs) que dominam a cidade com o objetivo de se espalhar sobre a Terra e
pacificar a humanidade num esquema muito semelhante ao dos Testemunhas de
Jeová.
Temos aqui o retorno da trinca Wright/Pegg/Frost, mais
surtada que nunca, trazendo algumas ótimas ideias e reciclando o que deu certo
nos capítulos anteriores. A evolução de Wright como diretor é notável, assim
como a de todo o elenco, que agora conta também com Martin Freeman, que costuma
fazer figuração nos trabalhos do diretor, em um dos papeis principais.
Como disse antes, The World’s End é o filme menos
engraçado da trilogia, não exatamente o mais sério, mas o menos engraçado. Há
humor, mais britânico que nunca, diga-se de passagem, há comédia, mas o foco é
na ação. E esse é o grande acerto do longa: a ação constante e bem
coreografada.
Um dos poucos pontos negativos de TWE é a reciclagem
exagerada de sequências dos filmes anteriores. Há muitos momentos que, vistos
por quem não teve acesso aos outros dois filmes, podem parecer geniais, mas
para quem já os viu, parece desnecessariamente repetitivo.
Em contrapartida, todo o resto está excelente, dos
efeitos à fotografia e trilha sonora, coreografia das lutas, tudo está
impecável. Porém, uma coisa que sempre chamou atenção na trilogia, aqui se
mostra em seu potencial máximo: as atuações. As performances de todos os
atores, mas especialmente de Frost e Pegg estão fantásticas. Pegg aproveita
momentos para expor sua veia dramática, mesmo que no contexto se torne algo
hilário, e mostrar que sabe fazer mais que caras e bocas.
É incrível ver como, nas mãos corretas e com a devida
liberdade, o filme menos divertido da trilogia Blood & Ice Cream ainda seja
algo divertidíssimo. Sinceramente? Não queria que acabasse nunca, por mim
haveria Sangue e Sorvete para toda a eternidade, até o fim dos tempos. A
trilogia B&IC com toda a certeza vai fazer muita falta, mas valeu a pena
cada segundo.
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