quarta-feira, novembro 27, 2013

How I Live Now, ou: não é mais um filme de menininha.

Dia 331 - e olha lá o fim chegando.
How I Live Now - 2013
Dir: Kevin Macdonald
Elenco: Saoirse Ronan, Tom Holland, George MacKay

How I Live Now conta a história de uma garota americana, Daisy (Saoirse Ronan), que se muda, contra vontade, para a Inglaterra, para a casa de uma tia, às vésperas da 3º Guerra Mundial em busca de refúgio. Chegando lá, ela se depara com 3 primos e uma fazendo no campo, o tipo de lugar para ela nunca imaginou ir. É necessário informar que Daisy é uma daquelas adolescentes americanas fúteis e insuportáveis, cheias de transtornos, rebelde sem causa e que sofre de uma carência de atenção inacreditável, que a fazem beirar a esquizofrenia. Além de ser grossa, antipática... Resumindo, um ser humano desprezível.
Não bastasse a guerra estourando, ataques terroristas ao redor do globo, ameaça de bomba, a garota ainda se vê no meio do nada forçada a viver ao lado de primos caipiras. Deve ser realmente insuportável.
Porém, no entanto, todavia, Daisy conhece um dos primos mais a fundo, se apaixona e tal... Aquela coisa de filme adolescente, Nicolas Sparks, aquela baboseira toda, quase me fez desistir do filme, mas eu segui adiante, motivado pela possibilidade de falar mal. Eis que o filme chega em certo ponto e ocorre uma virada bem inesperada que quebra um bocado a coisa de remancezinho adolescente e te motiva a continuar vendo de boa vontade: a guerra começa pra valer, mesmo que, em momento algum, nós a vejamos acontecendo. Quando a primeira bomba nuclear explode, as cinzas começam a cair do céu como uma chuva (aliás, domingo passado a cidade aqui estava desse jeito, achei que estivesse virando Silent Hill), anunciando o pesadelo que está por vir, toda a tranquilidade e o romance são postos em suspensão por um tempinho. Mas logo voltam a acontecer, mesmo depois que a energia é cortada, mesmo depois que anunciam que os direitos civis estão suspensos e que se teve início lei marcial, os jovens, o novo casal, dois primos e um vizinho, decidem levar a vida adiante, tentar manter a normalidade.
Até que a guerra novamente bate à porta, dessa vez de uma forma muito mais violenta: soldados invadem o local, levam os garotos embora e forçam as garotas a morar em um alojamento/campo de concentração com um casal de estranhos e a trabalhar na lavoura.
E paramos por aqui.
Pode parecer mentira, pode parecer besteira, mas How I Live Now surpreende. Acredite se quiser, trata-se de um bom filme. Nas mãos de um diretor incompetente seria um drama indie sobre um casal que faz de tudo para sobreviver à guerra em busca um do outro (ou se fosse escrito pela Jane Austen), mas nas mãos do talentoso Kevin Macdonald, de O Último Rei da Escócia, HILN torna-se um drama denso e violento de sobrevivência e, sim, ok, tá bem, amor. Mais do que isso, uma trama sobre mutação e superação, visto que torna-se notável a evolução da protagonista, de uma patricinha mimada para uma pessoa capaz de fazer o que for preciso para sobreviver.
Certo, no final cai tudo para o draminha romântico outra vez, o que é sim meio chato, além de extremamente cafona, mas o filme tem momentos realmente impactantes, soluções realmente corajosas e de uma crueza que chega a chocar em certos momentos.

No fim das contas o saldo final é positivo, vão sem medo, sobrevivam à primeira e tediosa (e cafona) meia hora inicial e se surpreendam com How I Live Now.

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5 comentários:

  1. Achei o romance ótimo, não sei porque tanto ódio ao romance, de qualquer maneira, tem um bom diretor, também detestei a protagonista no começo, mas no fim simpatizei e muito com ela.

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    1. Não é que odeio o romance, é que ele está desgastado e banal ultimamente. Romantizam demais o romance nos dias de hoje :D

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  2. Ahhh, para! O filme é muito bom. As pessoas não tem dado mais crédito para as coisas no geral por sair muita porcaria aqui e alí. Esse "How I Live Now" é realmente uma grata surpresa. Eu sempre curto um "romance" + que tenha drama, ação, suspense, que é sempre bem vindo. Eu recomendo o filme e daria uma nota 8 para o mesmo. Fotografia linda, Direção muito boa e ainda por cima a Saoirse Ronan mano, essa Irlandesa manda muito bem apesar de nova (19 anos). A pequenina Harley Bird (Piper) contribuiu também pro filme não ser simplesmente romancizinho. E o filme foi minucioso em alguns aspectos. A Saoirse Ronan (Daisy) emagreceu, amadureceu, a raiz escura do cabelo dela foi aparecendo aos poucos... enfim, pra mim foi um ótimo filme.

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    1. Mas eu falei bem pra caramba do filme! Tá, lendo agora parece que eu falei mal pra caramba, mas eu gostei pacas! Só critiquei o romance porque achei muito melado, mas todos os outros aspectos foram exaltados pra caramba. Cê leu o texto até o final? Agora esse lance da raiz do cabelo, eu não tinha notado, toque de mestre mesmo, genial. Além de que todo o elenco do filme (tirando o galãzinho autista por quem a Daisy se apaixona, escola Crepúsculo de interpretação genérica de macho misterioso) é muito bom: o primo dela, Isaac (Tom Holland) também manda bem pra caramba, tem um filme com ele chamado O Impossível (http://www.01pordia.com/2013/02/o-impossivel.html) em que ele atua de igual pra igual com a Naomi Watts. Filmão, por sinal, vale ver.

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  3. Acabei de assistir ao filme e achei incrível! A história consegue se aprofundar cada vez mais, na medida em que a personagem principal vai percorrendo o caminho até encontrar ele. O cenário de guerra contribui muito com a qualidade da história, tornando os personagens secundários tão interessantes quanto o casal protagonista! Vale muito a pena conferir!

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