Dia 305
Assault on Precinct 13 - 2005
Dir: Jean-François Richet
Elenco: Ethan Hawke, Laurence Fishburne, Gabriel Byrne
De tempos em tempos gosto de revisitar obras aleatórias
para pôr em teste sua qualidade. Filmes que, em minha cabeça, são muito bons.
Checar se são realmente tão bons assim ou se minha memória me trai.
Assalto à 13ª Delegacia (que, em minha memória, até o
título era diferente) é bastante ímpar. Quando comecei a revê-lo, pensei que
era o filme mais furado do mundo, um dos roteiros mais mal escritos que já
havia visto, pensei em parar e preservar minha memória afetiva... Nem é um
filme tão antigo assim, mas quando o vi era muito novo, gostava de qualquer
coisa.
Na história acompanhamos o Sargento Jake Roenick (Ethan
Hawke) que perdeu dois parceiros em uma operação policial desastrosa contra um
chefão do tráfico. Oito meses depois, Jake ainda sofre pela perda e, por conta
de um ferimento na operação, para de agir em campo, passa a lidar com
burocracia. É véspera de ano novo e quase todos os policiais da delegacia estão
de folga, exceto por Jake e o veterano Jasper (Brian Dennehy) que está às
vésperas da aposentadoria, quando os dois e uma pequena patota que se amontoou
no local recebem a notícia de que, por conta de uma nevasca, um grupo de
presidiários recém apreendidos precisará passar a noite no decrépito distrito
policial que está prestes a ser demolido. Normal, se entre eles não houvesse o
bandido mais badass motherfucker de Detroit, Marion Bishop (Lawrence Fishburne),
um assassino a sangue frio acusado de dezenas de crimes que estava na mira da
polícia por matar vários policiais de forma cruel e sanguinária.
O problema é que, além de não ter estrutura para manter
toda essa gente encarcerada, um grupo de criminosos encapuzados invade o lugar
e toca o terror entre presos e policiais. Inicialmente acredita-se que sejam
comparsas de Bishop tentando resgatá-lo, mas pouco depois uma verdade muito
mais suja vem à tona. Então policiais e criminosos, e principalmente Roenick e
Bishop, precisam unir forças para sobreviver a um inimigo tão inesperado e tão
violento que não se importa se as vidas que estão prestes a tirar são de
criminosos ou de policiais.
Assalto é o remake de um filme de mesmo nome datado de
1976 e dirigido por John Carpenter.
O motivo pelo qual disse que esse se trata de um caso
ímpar é simples: toda a história que precede o mal traduzido “assalto” em
questão é apenas um motivo para as cenas de ação, que por sua vez são o real
motivo de qualquer coisa. Tudo o que acontece antes da ação começar é apenas
uma justificativa furada que tenta dar alguma profundidade ao longa, mas não
passa de clichê sem vergonha. E, na verdade, nem precisava disso. O que
acontece antes do ataque ao DP é o que menos importa.
Até que a ação começa e tem início um bilhão de
reviravoltas, algumas inteligentes e inesperadas, outras nem tanto, mas o que
vale mesmo é o desenvolvimento das personagens e aquele clichê gigantesco de
Inimigo Meu. A diferença é que no final do filme o Lawrence Fishburne não
engravida, fora isso.
Assalto tem todos os seus defeitos, seu roteiro furado,
mas também tem suas qualidades inegáveis: a ação e o elenco são algumas delas,
mas o que faz o filme se manter atraente e interessante é o estilo e o ritmo. E
Assalto é um negócio muito estiloso e tem um ritmo fantástico. Além disso o
final é de explodir cabeças.
Vá por mim, é um triller policial desmiolado da melhor
qualidade.
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