domingo, outubro 20, 2013

Reino de Fogo

Dia 293
Reign of Fire - 2002
Dir: Rob Bowman
Elenco: Christian Bale, Matthew McConaughey, Gerard Butler

Rob Bowman é um diretor americano que construiu uma carreira brilhante no mundo das séries de TV. Programas como Arquivo-X, do qual dirigiu vários episódios, Jornada nas Estrelas: A Nova Geração e, mais recentemente, a série Castle, além de ter produzido algumas dezenas de episódios de Esquadrão Classe A. Apesar da bem sucedida carreira televisiva, quase todas as incursões de Bowman no cinema foram desastrosas. Pra se ter uma ideia, o cara é o culpado pelo filme da Elektra e do duvidoso primeiro longa da já mencionada Arquivo-X. Mas, como eu disse, quase todas as poucas incursões cinematográficas do sujeito foram desastrosas. Exceto uma: Reino de Fogo. Um filme que coloca o Batman antes de assumir o capuz e o Rei Leônidas antes de jantar no Inferno dando porrada em Dragões sobre as cinzas do que um dia foi a Inglaterra.
O filme começa com o jovem Quinn Abercromby (que mais tarde será interpretado por Christian Bale) indo visitar a mãe no trabalho em escavações aleatórias no subterrâneo de Londres. Lá chegando o garoto é convencido por um dos trabalhadores do local a entrar em um fosso recém descoberto cuja entrada é apertada demais para alguém maior entrar. Dentro do buraco o jovem Quinn dá de cara com a primeira das criaturas que colocarão fogo no mundo. Isso porque as escavações lideradas pela mãe do garoto acabaram com o sono de um DRAGÃO! Tipo, um dragão clássico, medieval, não aquelas bichinhas que babam gosma lá em Comodo. Um dragão mesmo, que cospe fogo e tudo.
E em seis minutos de filme Bowman já mostra o monstro, sem mistério, sem flares, sem reflexos na poça d’água. Ainda hoje o visual é interessante, meio cretino, mas bem interessante.
Anos depois reencontramos Quinn, cuja mãe morreu no encontro com o bicho ainda nas escavações. Descobrimos por meio de recortes de jornais que o mundo foi posto abaixo por uma horda de repteis alados que despertaram naquele dia.
Então conhecemos a nova sociedade humana: os poucos que restaram e passaram a viver fugindo e se escondendo sob a liderança de Quinn e Creedy (Gerard Butler). E eles vivem nessa brincadeira até o dia em que um careca maluco bate à porta, pedindo abrigo e oferecendo seus serviços e seu pequeno exército de caçadores de dragões. Seu nome é Denton Van Zan (Matthew McConaughey irreconhecível). E ele promete apenas uma coisa: salvação.
E é aí que Reino de Fogo se transforma em um dos filmes mais testosterônicos dos anos 2000. Nada atingiu o mesmo nível de macheza até a estreia de Mercenários em 2010.
Não há exatamente o que se pode chamar de “roteiro” em Reino de Fogo e a trama se desenvolve da forma mais básica possível. A direção é bem qualquer coisa, não que se precise de muito para se fazer algo do gênero. As atuações, por outro lado, são bem acima da média, o que também não se espera de um filme assim, mas está lá. Bale dispensa comentários, Butler faz o seu feijão com arroz, mas quem rouba a cena é Matthew McConaughey. O sujeito está fantástico! Careca, badass, boca suja e irreconhecível, nem parece o galãzinho genérico da comédia romântica da Kate Hudson. O sujeito encarnou o mais perfeito e confortável astro de ação.
E por falar em ação, em Reino de Fogo é o que não falta. Os caras não pouparam criatividade no que se diz respeito a esculachar os cuspidores de fogo das formas mais alucinadas possíveis.

Como eu disse, Reino de Fogo não possui um dos roteiros mais elaborados do mundo mas, como filme de ação desmiolada, cumpre o que promete muito bem. É um dos filmes que mais me fascinava quando eu era um reles imberbe e, apesar de que olhando hoje é um negócio meio safado, envelheceu bem melhor que o esperado.

PS: e como o Michel Euclides acabou de me lembrar, foi ele quem me apresentou essa maravilha flamejante. Muito obrigado, irmão. 
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