Dia 291
Kill Bill: Vol. 1
Dir: Quentin Tarantino
Elenco: Uma Thurman, David Carradine, Daryl Hannah
Durante muito tempo Kill Bill me foi objeto de
preconceito, até hoje não entendo porque. Demorei demais para ver o épico
marcial sobre vingança do cineasta, mas acho que o vi na hora correta.
Kill Bill é o Círculo de Fogo de Quentin Tarantino. Enquanto
em seu épico de pancadaria o diretor Guillermo del Toro presta homenagem à
vertente oriental dos monstros gigantes e dos “rangers” que pilotam robôs para
deter essas bestas, o de Tarantino toma posse de outra vertente, bastante
distinta, para prestar sua própria homenagem: os filmes de artes marciais, as
sangrentas animações japonesas, os astros e estrelas que fizeram carreira
daquele lado do oceano.
Na trama acompanhamos uma mulher interpretada por Uma Thurman
é fuzilada junto a todos os convidados e seu noivo no dia de seu casamento,
sendo que na ocasião ela estava grávida. O mandante da chacina é Bill, que mais
tarde descobriremos ter um relacionamento bastante íntimo com a personagem de
Thurman, a quem é chamada durante todo o primeiro filme de “A Noiva”.
Apesar do empenho de Bill, A Noiva sobrevive e vai parar
em um hospital onde é drogada, negligenciada e abusada das mais terríveis
formas possíveis durante quatro longos anos de um coma profundo, até o dia em
que desperta, disposta a se vingar da forma mais cruel que puder de todos os
que destruíram sua vida. E ela vai matando todos, um a um, até chegar em seu
alvo principal: seu ex-amante Bill.
Sua kill list consiste em quatro pessoas além do homem
que a matou: O-Ren Ishii (Luci Liu), Vernita Green (Vivica A. Fox), Elle Driver
(Daryl Hannah) e Budd (Michael Madsen). As quatro pessoas contratadas para pôr
um fim à sua vida. Mas até que ela cumpra essas quatro missões e,
principalmente, até que ela chegue a seu alvo principal, A Noiva precisará
enfrentar meio mundo, derrotar a máfia, treinar com os mais poderosos mestres e
enfrentar os mais tortuosos desafios.
Kill Bill é a compilação máxima de uma vida bombardeada
por cultura pop de todas as direções: música, cinema, seriados, animações, vídeo
game... É, ao mesmo tempo, uma sucessão de referências a dezenas de ídolos, uma
aula de cinema e uma obra autoral. É como um Sucker Punch bem sucedido.
Não há redenção para Quentin Tarantino. Não há libertação
espiritual que não seja pela vingança, pelo sangue. O sangue pelo sangue. A
Noiva está sedenta, ela anseia por encontrar o homem que tirou tudo o que ela
possuía e ela mata tudo o que vier em seu caminho com o objetivo de impedir que
isso aconteça, qualquer coisa que atrase esse encontro.
O longa foi dividido em duas partes, Kill Bill: Vol. 1 e 2, sendo que na primeira A Noiva enfrenta os quatro acima citados e na segunda
ela vai de encontro a seu, outrora amante e mentor, nêmese.
Kill Bill é deliciosamente violento, uma catarse
sanguinária, a vingança pelas mãos do homem que mais sabe tratar do assunto nesse
lado do Pacífico.
Batalhas épicas, fantasticamente coreografadas e
executadas junto da mais brilhante das trilhas sonoras.
O que poderia ser mais cool que uma luta de espadas
samurai sob uma nevasca ao som de Santa Esmeralda? Difícil de responder essa,
hein? Qual cena de Pulp Fiction veio primeiro à cabeça?
KB: Vol. 1 encerra em um ponto chave, no momento exato em
que A Noiva se dirige ao seu desafio final, após ter enfrentado toda sorte de
obstáculo, após ter vencido o mais poderoso dos inimigos. E ela se dá conta de
que não chegou nem à metade de sua jornada, mal sabendo o que a espera no
futuro próximo.
Se tudo der certo, amanhã seguimos com Kill Bill: Vol. 2.
Não prometo nada :)
Vejo vocês por aí.
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