terça-feira, outubro 15, 2013

jOBS - Criatividade, Talento, Loucura, Genialidade.


O filme encerra-se com essa magnífica citação

Aqui estão os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de caso. Os pinos redondos nos buracos quadrados. Aqueles que vêem as coisas de forma diferente. Eles não curtem regras. E não respeitam o status quo. Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou caluniá-los. Mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas. Empurram a raça humana para a frente. E, enquanto alguns os vêem como loucos, nós os vemos como geniais. Porque as pessoas loucas o bastante para acreditar que podem mudar o mundo, são as que o mudam.
Jack Kerouac


jOBS é um filme que conta a trajetória do hippie mais rico do mundo, Steve Jobs. Mostra a dor de uma pessoa em saber que foi entregue para a adoção, a parte mais sofrida, sentimentalmente falando. Jobs se sente inadequado gastando todas as economias de seus pais em uma universidade que não lhe dava garantias de nada. Apenas Status. Inclusive é recente uma pesquisa que fala sobre o superpovoamento de pessoas com nível superior no país e o retorno pouco visível, em termos de transformação da economia e suprimento de mão especializada que ainda está em deficit. Voltando ao filme, Steve por ser um cara culto, inteligente continua no Campus aprendendo mas não formalmente matriculado. É lá que ele conhece a mãe de Lisa, que é a filha de Jobs que após um relacionamento amoroso, fica grávida e escorraçada por Steve. É um momento muito triste, muito emotivo. Jobs acha que isso vai estragar a sua recém menina dos olhos, a Apple.
Ahna_OReilly

No filme você vê o surgimento dos microcomputadores, dos transistores, placas, a paixão que até hoje vemos no rosto de quem trabalha na área. É marcante o início da empreitada de Jobs. É como dizem, quem tem boca vai a Roma. E assim fez Jobs, mesmo não tendo o conhecimento de Woz, principal parceiro e gênio em eletrônica e hardware, tinha a veia de empreendedor nato. Talentoso, arriscado, voraz, desafiador, seguro, persuasivo conseguia convencer desde os primeiros parceiros, investidores, até tornar aos poucos a Apple em uma empresa sólida, lucrativa, organizada. O grande poder de Jobs era fazer todos acreditarem nas suas ideias, comprar seus produtos, entusiasmar-se com sua disposição e inovações. Mas apesar de tudo isso, toda criatividade, não foi o suficiente para livrá-lo de sua personalidade egocêntrica, inconsequente e muitas vezes ignorante em relação ao sofrimento humano. Aos poucos até mesmo o seu grande amigo, parceiro sócio, Woz, não se viu mais naquela empresa. Woz estava cansado em não ser visto, e pior que isso notou que o seu maior amigo, e parceiro, não se importava com a pessoa dele. Sentiu-se abandonado e muito frustado com o comportamento suicida de Jobs. Pediu demissão.

Nessa hora vemos a loucura, boca seca, o desespero de quem tenta tanto acertar, que não consegue olhar pro lado e vê que está a beira de um precipício. Steve Jobs foi enfraquecendo, até ser colocado em um projeto secundário, nomeado Macintosh. Era pra ser uma distração, mas com Jobs não existe distração. Então ele fez a máquina mais potente da época. Entre conflitos de poder entre ele e o diretor de marketing recém contrato, que era da PEPSI.
http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Sculley. Steve Jobs acabou sendo demitido da própria empresa que fundou. Caiu numa profunda desilusão e vê-se um momento mais maduro de Jobs. Em família, mais equilibrado, cuidando de sua empresa NeXT. Acordando sua filha, Lisa. Aborrecido com a hiperatividade de seu filho, e fazendo planos de fim de semana com sua esposa, mãe de Lisa. Recebe uma visita do Presidente da Apple convidando-o para voltar para a empresa que fundou. Relutante, porém interessado, diria excitadíssimo com a ideia. Acaba voltando. Mas não de uma vez. Ele passeia, vê, conversa, sente o clima de grandes funcionários. Percebe que dificilmente conseguiria fazer um trabalho com sua marca, tendo que baixar a cabeça para as decisões do conselho da empresa. Em uma grande manobra consegue demitir, a maioria dos executivos do conselho. Outro momento muito forte do filme, a decisão entre continuar onde está ou decidir bodar a árvore, fazer escolhas, ignorar o lado pessoal e vê o sentimento de traição nos olhos dos antigos companheiros. Nesse momento, vemos o quanto vale um grande talento, vemos o quanto vale a confiança que se é depositada em um líder e sua capacidade de modificar uma história de uma Apple a beira da falência e transformá-la na atual empresa mais valiosa do mundo.

jOBS é um filme-biografia intrigante pela forma extremamente egocêntrica na qual Steve Jobs está representado. Passei a odiar Steve Jobs. Me senti como se tivesse levando uma surra bem grande para aprender o que é a vida. Ele é totalmente o inverso do meu conceito de vida. Enquanto procuro, tirar leite de pedra, e vê salvação na humanidade, tentar compreender o mundo e não nadar contra a corrente. Steve não perde tempo, olha pra pedra e não vê nada que lhe agrade ali, levanta a cabeça, sobe a montanha e vai em busca do melhores bosques e da vaca holandesa. Jobs não se importa com os fracos, não é subserviente aos seus pensamentos. Não se acomete do pior sentimento, a pena. Seu temperamento é a expressão máxima do capitalismo, voraz, insano, desmedido, focado no resultado, nem que isso custe a decepção de pessoas nas quais conhece por meia-vida e ou que acaba de conhecer. Nem mesmo uma filha o faz repensar seus conceitos. Nada escapa do seu olhar de águia. Todo esse "Deus na barriga", não só lhe traz problemas. É encantador assistir a sua segurança, como ele não titubeia. Não dá voz ao talvez, ao amanhã eu faço, não descansa, entrega-se de corpo e alma. Persuasão lhe ajuda a conquistar seus colaboradores, negocia como se não houvesse nenhum outro como ele (e ele estava certo). A peteca dele não cai, não aceita não como resposta. 
Steve jOBS morreu dizendo que todo o dia deveríamos nos orgulhar das 24 horas que vivemos.

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