terça-feira, outubro 01, 2013

Cavalo - Rodrigo Amarante, ou: Eu sempre fui mais o George Harrison.

Dia 274. 

 Eu sinto uma falta mortal do Los Hermanos. Não, não é porque eu sou hipster - e eu acho que não sou. Nem considero os fãs deles como se fossem.

Não todos.



Mas... eles fazem falta. Sua sensibilidade, a maneira pouco ortodoxa de falar de amor e música e relacionamentos, o jeito meio safado de cantar para homens e mulheres...


Sim, eles deixam um espaço vazio na música brasileira. Espaço que jamais será tapado por outros artistas e bandas, por que os Barbudos conquistaram lugar cativo no coração e nos ouvidos de seus fãs.

Fim da rasgação de seda, falemos de "Cavalo", disco solo do Ruivo, o Amarante.


O Ruivo evoluiu. Diferente de Marcelo Camelo, que busca se prender àquela imagem de poeta incompreendido da MPB - mas sem querer desmerecer, isso faz parte do personagem dele, e eu até que curto aquela pose meio blasé dele -, Amarante busca fazer suas músicas de uma maneira mais honesta. Ele sente o que canta/toca. Ele se diverte, faz poesia limpa, música clara.

Além do mais, dos Beatles eu curtia o John e o Paul - mas eu sempre fui mais pelo George Harrison. Nos Hermanos eu sempre me identifiquei mais com o Ruivo e suas mil vozes.


Neste disco, podemos ver uma sonoridade mesclada entre o Little Joy - seu projeto paralelo com Fabrizio Moretti e Binki Shapir - e o terceiro disco dos Hermanos, "Ventura". Mas há algo mais, e é a evolução dele: um som autoral, com a cara dele. Não é algo descansado e preguiçoso: Amarante saiu de seu centro de conforto e criou faixas ritmicamente ricas e originais, com trechos de música eletrônica e percussão aqui e ali rasgando a cara das músicas. Atrevido, ousado, bonito de se ouvir.

Aconselho demais a audição deste que é um dos diferenciais do Los Hermanos. Ele, o Dionísio da Nova Música Brasileira: Rodrigo "Ruivo" Amarante.

Porque nem sempre.


Abraços.

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