terça-feira, outubro 29, 2013

A Arte do Gore - Semana Halloween 3

Dia 302

Filme splatter ou filme Gore é um subgênero do cinema de terror que, deliberadamente, se concentra em representações gráficas de sangue e violência. Estas películas, por meio da utilização de efeitos especiais, tendem a apresentar um interesse evidente na vulnerabilidade do corpo humano e a sua teatral mutilação. O termo "cinema splatter" foi cunhada por George A. Romero para descrever seu filme “Zombie – O Despertar dos Mortos” (Dawn of the Dead) (1978), apesar desse filme geralmente ser considerado pelos críticos a ter aspirações mais altas, como comentário social, do que ser simplesmente exploradora para o seu próprio sangue. A combinação de violência gráfica e imagens sexualmente sugestivas em alguns filmes tem sido rotulado como " tortura pornô "ou" gorno "(a junção de "gore" e "porno"). Por outro lado, filmes como “Fome Animal” (Braindead) (1992), e até certa medida “Zombie – O Despertar dos Mortos”, os quais apresentam como top gore, pode ser interpretado como comédia, e se enquadram na categoria de splatstick ou algo como, palhaçada .
O termo “splatter” foi definido pelo crítico de cinema o americano John McCarty (Wikipédia).
E estamos de volta pra tentar saciar um pouco mais a sua sede de sangue no nosso TOP FIVE de filmes Gore, desta feita com um legitimo representante do gênero Trash. O Trash é algo que quase sempre acompanha os filmes Gore muito adequadamente. Trash pode ser como denominamos um filme tecnicamente ruim, mau feito (de proposito ou não), mas que tem valor como entretenimento. A definição de Filme Trash ainda é muito discutível, pois muitos filmes que em sua época foram grandes produções passaram a ser considerado Trash, quando os efeitos especiais se tornam datados. A estética cinematográfica Trash pode ser usada em qualquer gênero de filme ou vídeo  mas é mais usada no Terror.
Costuma-se considerar Trash todo filme de Terror que ao invés de causar medo ou tensão, é engraçado como por exemplo, o filme Dead Alive/Fome Animal (1992) que pretendo colocar como o próximo de nosso top 5. Novamente aqui, se tem também a discussão do termo, filmes que foram considerados assustadores há algumas décadas se tornarem risíveis para novas gerações.

Como já adiantei o filme que será o próximo da lista, vamos ao prato principal de hoje, a nossa mistura Trash/Gore. Espero que esteja à altura do seu refinado paladar.


Street Trash (1987) 
Dirigido por J. Michael Muro 

Escrito por Roy Frumkes


Essa história só faria mesmo sentido numa cidade que estava desmoronando por dentro, como a Nova York dos anos de 70 e 80. Ela é a ambientação perfeita para nosso protagonista Fredyee, (Mike Lackey), ele é apenas mais um vagabundo bêbado entre muitos que vagueiam pela cidade em busca de um gole de alguma coisa pra preencher sua famintas tripas. Em sua busca ele acaba dando de cara com a loja de bebidas local e rouba uma garrafa de Tenafly Viper - nem queira saber o que isso significa -, mas ele não faz ideia que essa cerveja especial foi encontrada pelo dono da loja atrás de uma parede no esquisito quarto dos fundos da loja. Uma das garrafas estava rachada e jorrava um repugnante liquido verde musgo cor de mer... deixa pra lá! Isso pode fazer alguns dólares para Fredyee, mas sorte dele, a garrafa é roubada por outro vagabundo mais sedento que ele. Em meio a sujeira de um prédio em destruição o vagabundo arranja um lugarzinho sossegado pra degustar seu ultimo  aperitivo da vida. Sentado em um sanitário o cara começa a entornar a garrafa e nem passa do primeiro gole. Começa a derreter no vaso em uma cena digna de ser classificada como antológica entre os filmes ditos Trash. Não, este não é o melhor filme já feito. Na verdade, é provavelmente o pior dos cinco filmes de nossa lista. A qualidade é muito ruim, o dialogo é quase pior e não é exatamente o tipo de filme que uma mulher iria querer assistir. É ainda um pouco lento na maioria do tempo. É no entanto dirigido, pelo que pesquisei, por um dos maiores operadores de Steady-Cam, J. Michael Muro. O cara já trabalhou com James Cameron, Martin Scorsese, Oliver Stone, Brian De Palma, e outros não menos notáveis nomes do cinema. Tem em seu curriculum, como operador algumas das mais nojentas cenas de pessoas se transformando em pasta, maionese e catchup e outras coisas pastosas. Opá! desculpe se estraguei seu lanche. O filme é também (possivelmente acidentalmente) uma metáfora perfeita para NYC da época. basta dar uma olhada em algumas das paisagens, os edifícios em ruínas, os imensos ferro-velhos que mais parecem montanhas de carros transformado em lixo. A cidade estava caindo aos pedaços e nada parecia ser capaz de detê-la, bem como os vagabundos que beberam a tal Viper. Naturalmente, também é um filme engraçado que soa como uma maldição para a apodrecida Nova York. Dizem que Muro, depois de torna-se um cristão renascido, seja o que signifique isso, renegou a obra. Disse estar feliz que as pessoas gostem do filme, mas ele não necessariamente quer ter nada a ver com isso. Eu te entendo Muro.

Perto de concluir nossa lista, percebo que dava pra ter mais. Um Top Ten, ao invés de um Top Five. Mas temo que vocês não teriam estomago para tanto. E como não desejo arranjar inimigos para o futuro, encerraremos a tortura daqui a dois dias. Até mais fã da nojeira!


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