Dia 252.
Zé Ramalho: visionário. Poeta. Músico. Alien. Estradeiro. Nordestino.
Seu primeiro disco de estúdio foi lançado em 1978. Trazia canções que, anos depois, seriam clássicas marcas registradas: "Avôhai" (participação especial de Patrick Moratz, do Yes), "Vila do Sossego", "Chão de Giz", "Bicho de Sete Cabeças"... músicas que são imediatamente relacionadas a ele, que te conduzem àquela fazenda no meio do sertão onde você, sob efeito de cogumelos alucinógenos, escuta/vê um aparato espacial alienígena que lhe conta segredos que você sabia/não sabia.
Para cruzar uma segunda feira cinzenta é preciso sacrificar um pouco de seu sangue. Lidar com pessoas, com coisas, com situações, com escolhas... magoar e ser magoado, perder-se indo de encontro aos personagens encenados que insistem em dizer "eu sou você"...
Zé mescla Rock com música regional sertaneja, garantindo viagens impossíveis, alturas inimagináveis e resultados improváveis. Sua voz rouca e misteriosa traz uma mensagem criptografada que não pertence a esse mundo. Seus medos tornam-se nossos medos. Sua mensagem é nossa mensagem.
Até uma experiência maluca que pode te dar um choque de irrealidade: coloque para tocar ao mesmo tempo, iniciando juntas, "Purple Haze" do Jimi Hendrix e "A Dança das Borboletas" de Ramalho. E segure-se na cadeira.
As borboletas estão chegando/
Excuse me while I kiss the sky.
Viaje junto com Zé Ramalho em sua jornada através da existência. Siga os conselhos do Avô que é Pai. Não é nenhum Bicho de Sete Cabeças: sou só eu dizendo: Adeus Segunda-feira Cinzenta.
"Cachorro latindo, chorando sem pai
O tempo mentindo que o vento do norte não sabe soprar
O mar se levanta com tal desespero
Que eu penso que a terra não sente a cratera
Querendo lavar
Levar a cabeça pro fundo do mar"
Adeus Segunda Feira Cinzenta - Zé Ramalho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por comentar no 01Pd! Seja bem vindo e volte sempre!