terça-feira, setembro 17, 2013

Various Cruelties - Various Cruelties, ou: Como sentir orgulho

Dia 260 (Se não for, passará a ser).

Conheço o Felipe Pereira há vinte e um anos. Posso dizer que, neste período, ele passou por várias transformações interessantes - para mim e para ele. Somos irmãos, filhos de mesmo pai e mesma mãe; portanto, compartilhamos DNA. Para além disso, compartilhamos também muito do gosto musical e por cinema, literatura, cultura e artes em geral.



E tenho um respeito e admiração imensos por este cara que é dez anos mais novo do que eu. Considero-o como meu primeiro filho, e a cada dia que passa ele demonstra ser digno de meu orgulho - não como algo produzido por mim, mas como alguém que conseguiu crescer e se tornar um ser humano bacana.

Sim, ele é rabugento e meio anti-social; sim, ele adora fones de ouvido e solidão. Mas se você não gosta dele, rapaz, é porque tem algo de errado contigo. Porque ele é autêntico. Não consegue fingir nem dissimular. Vejo isso como qualidade, mas, se isso te afeta, bem... reveja seus conceitos.

(E ele também é louco pelos meus filhos - sobrinhos dele - Nicholas e Maria Julia. Só nisso vão duzentos mil pontos a mais).

Após a rasgação de seda, vamos ao disco e ao porquê desta declaração acima: o Felipe me apresentou esta banda - e todos os dias me aparece com coisas novas. Seja um filme desconhecido do Peter Sellers, seja uma banda australiana que é venenosa e quer te matar, seja o livro de um autor espanhol que consegue misturar palhaços e neblina num terror assustador... O Felipe sempre consegue me surpreender com coisas boas. E eu vou com sede na dependência disso, porque apesar de eu ser um cara que se considera sedento de novidades, tenho um ritmo mais lento de fazer as coisas.

Enfim... e sobre o Various Cruelties e seu disco de 2012? Eles tem aquela sonoridade velha que a Amy Winehouse tinha, sabe? Aquela coisa com guitarras distorcidas, bateria simples - mas não simplória -, baixo marcante... e o vocal meio cansado de Liam O'Donnel... cara, isso dá uma mistura meio vintage de texturas suaves e cores de fim de tarde... um som muito agradável, cheio de surpresas, viciante.


Viciado desde ontem, e provavelmente escutando até o fim de semana para ver se me curo de uma gripe chata. Música também é remédio - e música ruim também é veneno.

Enfim... termino este review com a certeza de conhecer mais um grupo para o panteão supremo de boas bandas, e agradecendo ao Felipe Pereira por tudo - inclusive pelas vezes em que eu não posso estar aqui no 01Pd e ele faz a gentileza - e sacrifício - de encarar a postagem dupla.

Felipe, tenho muito orgulho de você, irmão. Obrigado.

E boa noite.

2 comentários:

  1. Por coincidência eu tava ouvindo a introdução de "Time Above the Earth" de The Kooks quando comecei a ler esse post e fiquei emocionado cara!
    O Felipe é o cara, sou fã dele e se ele estiver lendo esse comentário aproveito pra pedir emprestado R$100,00 pra eu te pagar dia... Brincadeira amigo!

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    1. Hahaha, também te adoro, cara! Não sei o que fiz pra ter um irmão e amigos tão fantásticos, mas se precisasse faria de novo.

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