terça-feira, setembro 17, 2013

The Canyons

Dia 260 (se vocês não tem certeza, imagine eu!)

Filme: The Canyons (2013) - IMDb 4,2
Diretor: Paul Scharader
Roteiro: Breat Easton Ellis
Atores: Lindsay Lohan, James Deen, Nolan Gerard Funk e mais
Duração: 99 min
País: EUA

Antes de começar a escrever sobre esse filme devo dizer que até vê-lo, Lindsay Lohan era uma completa desconhecida para mim. Quero dizer com isso que eu nunca tinha visto ela atuando. Claro que sendo uma das "bad Girls" de Hollywood e estando sempre envolvida em coisas pesadas eu não poderia deixar de ouvir sobre ela, mas nunca a tinha visto em um filme. Tinha um pouco de desprezo moral por ela. Mas é serio, deve haver algo muito "mal" com essa moça.



The Canyons tem previsão de estreia no Brasil para 26 de setembro. E agora que o Felipe fez uma coisa bem legal, mas ao mesmo tempo bem escrota com a comédia This Is The End/É o Fim, eu também quero chutar algumas bundas, e por isso vou alertando aos desavisados que as coisas vão engrossar daqui pra frente, e se você é uma alma sensível que não gosta de coisas escrotas misturadas com palavrões pode ir parando de ler porque The Canyons é inspirador.



Nele tem um cara tão louco, que só não está apodrecendo numa clinica de malucos psicopatas, (tudo bem, eu sei que "maluco psicopata" é pura redundância  mas e dai? vai para de ler?) - porque tem muito dinheiro do pai bancando sua ideia de produzir filmes e pagando a conta do melhor analista de Los Angeles para lhe manter na linha.
Ele é Christian (James Deen). Tem a garota, Tara, (Lindsay Lohan) que vive com esse cara e que se submete a um estranho jogo sexual envolvendo desconhecidos "pescados" na internet. - Dizem que a marca do escritor desse filme, Breat Easton Ellis, são suas histórias sobre o tédio existencial, o vazio da vida e uma ausência de significado mais profundo em seus personagens. Bom, dele eu só conhecia até então O Psicopata Americano, um romance escrito por ele, e que o mesmo se encarregou de adaptar para as telas. Então temos aqui mais um ser humano, Patrick Bateman, vivido por Christian Bale e tão desprovido de sentido moral e igualmente a merda de um doente mental, quanto nosso Christian de James Deen - Mas voltando, Tara se envolve na produção do novo filme de Christian, por pouco tempo, apenas o suficiente para sugerir um nome para viver o protagonista, um cara, que namora a assistente de Christian. 



O filme abre com curiosas cenas em P&B de salas de cinemas abandonadas e em ruínas, não uma, apenas, mas muitas igualmente no mesmo estado. Não percebi num primeiro momento qual o proposito dessa merda, mas me causou muito desconforto. Eu não gosto de ver salas de cinemas nesse estado de abandono,elas me lembram alguns cinemas que vi no centro de São Paulo e no Rio de janeiro há uma década, em completo abandono, quando os cinemas começaram a migrar para os Shoppings. Não gosto de Cinemas em shopping (por isso não os frequento). De uma alguma maneira, acho-os decadente e consumistas.
Depois da abertura temos um jantar em algum lugar chique de Los Angeles, em que estão presentes o casal Christian e Tara e o futuro protagonista do filme com sua namorada. Existe algo que Christian e sua assistente não sabem, mas Tara e Ryan (Nolan Gerald Funk), já tiveram um passado juntos. O amor de ambos não suportou a miserável vida que levavam para sobreviver, servindo bebidas a 8 dólares a hora. Nem todo amor, ou os melhores orgasmos do mundo que um homem possam dar a uma mulher são suficientes se não tiver acompanhado com a segurança financeira. Ela aguenta a vida fodida ao lado de Ryan por um ano, o que me faz pensar que maior que seu desejo por segurança é a sua esperança em dias melhores. Tara é uma mulher sobretudo inteligente e vai em frente.

No jantar, enquanto discutem o futuro do filme, Christian, sem sutileza fala sobre o estilo sexual de vida que leva com Tara. O cara tem uma mania controladora que se estende até ao desejo sexual de Tara, ele convida desconhecidos, casais e garotas para transar com ela enquanto ele observa e filma. - Esse cara devia mesmo era estar fazendo pôrnos! - O que ele faz mesmo com isso é controle. Ele não gosta de atuar. Ele prefere estar no controle.



O que se segue a esse dia é um jogo de gato e rato. Logo Christian desconfiará que Tara e Ryan já se conheciam e fara de tudo para foder com a vida de ambos.

Hollywood é o pano de fundo para desenvolvimento dessa história sobre o vazio existencial e perda de conexão entre as pessoas, talvez não tenha sido uma boa escolha, já que poucos da audiência poderiam se relacionar com o rico estilo de vida desse lugar em um nível pessoal. Todos os personagem deste filme são de um extremo materialismo em suas escolhas pessoais, o sexo é mecânico, sem envolvimento emocional e um orgasmo não é nada mais que um reflexo de um espirro

Os lugares de Los Angeles, são os endereços mais badalados e glamourizados e ai talvez, está o contraponto da decadência mostrada constantemente com os cinemas abandonados, como uma metalinguagem, a nos lembrar que o espaço que habitamos também é reflexo de nossas vidas vazias e sem conexão pessoais.

Apesar de tecnicamente bem acabado, é um filme que pode parecer degradante humanamente falando, mas não podemos acusá-lo de distorcer a realidade em que vivemos, pois quando a satisfação material é colocada acima das necessidades da alma, não há caminho para felicidade. Tudo pode se foder pelo caminho.




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