Dia 261 (agora tenho certeza!)
Devil - 2010
Dir: John Erick Dowdle
Elenco: Chris Messina, Caroline Dhavernas, Logan Marshall-Green.
Quando vi Demônio pela primeira vez (frase macabra essa,
hein?) na época de seu lançamento, eu o classifiquei como um filme OK. Não
surpreende mas não decepciona, três luas. Mas revendo hoje o longa escrito por
M. Night Shyamalan, percebi algo que não havia reparado na até então: Demônio é
bem ruinzinho.
A história não é nenhum primor: 5 desconhecidos ficam
presos em um elevador parado, coisas estranhas começam a acontecer e, um a um,
eles vão sendo mortos. Como só há eles ali dentro, um deles é o assassino. Manjado,
mas talvez funcionasse caso feito do jeito certo. O problema é que o sujeito
que dirige a história do nosso querido indiano Shy, o pouco experiente John
Erick Dowdle (Quarentena), não se arrisca em absolutamente nada e entrega um
filminho muito preguiçoso, sem grandes surpresas e com uma lição de moral
safada disfarçada de metáfora sobre justiça poética.
Em certo ponto do filme ocorre a grande revelação: o
assassino dentro do elevador não é um ser deste plano. Ele é ninguém menos que
O Inimigo, O Capiroto, O Pé Preto, O Mochila de Criança, O Capeta em pessoa. O
que vinha sendo martelado desde o começo do filme e não era lá um grande
segredo. A grande dúvida ali é: quem daquelas pessoas aleatórias seria a
encarnação do Pé Sujo? Seria o indiano arrogante? A velhinha ranzinza? A mulher
paranoica-feminista-ofendida-irritante? O militar negão? Ou o sósia do Tom
Hardy (aquele maluco do Prometheus)?
Enquanto isso na sala de justiça um investigador da
polícia e um vigia do prédio observam o que ocorre no elevador enquanto
planejam como vão tirar os 33 mineiros do buraco sem danos maiores. O problema
é que eles estão morrendo, eles tem essa mania chata de morrer quando as luzes
piscam, e o número de suspeitos (assim como o de vítimas) está diminuindo.
No fim das contas a resolução do mistério é tão covarde
quanto preguiçosa, é quase um daqueles episódios safados da sexta temporada de
Supernatural (com o agravante de que nem o Sam nem o Dean estão lá pra mandar
bala de sal no Capiroto). As coisas não melhoram com as revelações finais (que
o Shyamalan tira da bunda!) usadas para justificar as ações do Capeta, muito
menos com a “moral da história” que nos esfregam na cara, toda a bobagem de
perdão e a sensação de que o mundo é minúsculo ou tudo é muito conveniente (ou
o Capeta é muito infantil).
Demônio tem um visual bacana, um ritmo interessante e uma
direção conformista que nem surpreende nem desaponta. De resto o filme é bem
abaixo da média, cheio de erros bobos de continuidade e com um roteiro morno e
pobre. Na verdade Devil incomoda mais pela falta de ambição que por todos esses
fatores, mas é justamente por isso que, ao final do longa, fica a sensação de que
acabamos de ver um filme descartável, até mesmo esquecível.
O Capeta já teve dias mais interessantes.
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