quinta-feira, setembro 19, 2013

Seasick Steve - Hubcap Music, ou o que foi que aconteceu aqui?

Dia 262 (dependendo da versão da Matrix)

Logo ao primeiro riff de Hubcap Music, ao som de Down on The Farm, você se vê fazendo cara de Barack Obama, sabe como é? Aquele “Not Bad”? Quando você ouve a voz de Seasick Steve pela primeira vez, já arregala os olhos, começa a sacudir a cabeça, fecha os olhos... O som do cara é contagiante, a voz é sensacional, uma das linhas de guitarra soa estranha e interessante e, lá por volta da terceira música, você está se perguntando: mas quem diabos é Seasick Steve?

Aí vem o grande choque porque o sujeito é um velhinho de 72 anos com a maior cara de lavrador americano, saca? Caipirão mesmo. Tem uma barba branca iradíssima, usa aqueles macacões jeans e toca banjo! Pois é, aquela guitarra estranha e interessante... É um banjo!
Mas não é um banjo qualquer, dá uma olhada no negócio:


É Quase uma arma mitológica!
Feita essa descoberta, Hubcap se torna algo surpreendente e assustador. Isso porque Steve tem 72 anos e o fôlego e a voz de um cara de 30, no máximo.
Aí você pensa: nunca ouvi falar desse maluco na vida. Nem eu, mas ele tá lá, já gravou seis discos, tem uma legião cativa de fãs (e acredito que a reação de todos eles tenha sido semelhante à minha) e tem uma voz poderosa e uma barba mítica!
O som do cara é uma mistura incrível de country, rock, folk e blues, algo bem próximo do The Black Keys. As músicas são empolgantes pra caramba, som meio pesado, guitarras/banjos alucinados e a já citada voz de Steve são uma combinação inacreditável.
Cara, sério, você não tá em tendendo: a voz desse sujeito é um negócio maluco! Sabe na primeira vez que você ouve Johnny Cash? O cara tem aquela voz intimidante, fantástica, empostada, mas você saca logo de cara que ele é um senhor de idade, que tem muita carga nos ombros, que já deve ter cruzado o planeta a pés (afinal de contas ele já esteve em todo lugar) e você entende logo qual o lance do cara, que ele é algo acima de qualquer artista.
O Steve é diferente, você não consegue atribuir aquela voz aquele rosto!
Certo, sem comparação, a música dos dois não tem nada a ver e Cash é um monstro sagrado da música, parafraseando Fausto Silva.
Eu tô saindo de foco (e eu nunca faço isso), então é melhor parar por aqui.
Eu quero que você vá agora, AGORA, ouvir Hubcap Music ou qualquer outro trabalho desse sujeito surpreendente, desse caipira fantástico que eu conheci hoje revirando as centenas de músicas que o meu irmão (e mestre) Michel Euclides me indica toda semana.
A sensação ao fim da audição é a de ter levado uma pedrada na cabeça.
A sensação de ter sido atingido em cheio por algo que não se sabe o que é nem de onde vem, mas foi intenso e te deixou meio tonto.
Hubcap é um disco deliciosamente viciante, música de qualidade!

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