terça-feira, setembro 24, 2013

Oblivion

Dia 267
Oblivion - 2013
Dir: Joseph Kosinski
Elenco: Tom Cruise, Tom Cruise, Morgan Freeman e Olga Kurylenko.
“Que melhor forma de um homem morrer que enfrentar as terríveis desafios, pelas cinzas de seus pais e os templos de seus deuses?”

Oblivion é complicado de se falar, é um daqueles filmes que sustentam o mistério até seus últimos minutos e, mesmo assim, não dão todas as respostas facilmente.
O filme se passa anos após a última grande guerra lutada pela humanidade. Uma raça alienígena foi o oponente. Todas as nações se uniram em um último grande esforço para vencer essa guerra e, no processo, acabaram por destruir o planeta. O que sobrou de nós se mudou para Titã, a lua de Saturno.
Na Terra devastada pela guerra acompanhamos aqui Jack Harper (Tom Cruise) e sua parceira Victoria Olsen (Andrea Riseborough), que foram designados a ficar no planeta tomando conta da manutenção de drones que são responsáveis por enviar relatórios diariamente a respeito da situação do planeta para a base espacial do programa responsável por monitorar as atividades na superfície da Terra em busca de soluções para os problemas gerados pela última guerra.
Essa é a parte Wall-e de Oblivion.
Após a guerra o planeta se tornou inabitável, principalmente por conta da destruição da lua pela raça alienígena, que acabou causando a morte de quase toda a espécie humana, tornando o planeta habitado apenas pelos próprios aliens e por Jack e Victoria. A rotina de Jack consistem em rondar pelos arredores do lugar onde vive com Victoria, fazendo varreduras, consertando os drones e tentando sobreviver à ameaça alienígena que mata e destruí tudo o que se mova sobre a terra.
Jack e a parceira tiveram suas memórias apagadas como medida de segurança, tudo o que eles deveriam lembrar é o que aconteceu desde o dia em que foram ativados no programa, o que na prática não acontece. Jack tem sonhos, todos iguais e todos assombrados por uma lembrança fragmentada e repetitiva: uma mulher.
E quando um objeto não identificado despenca do espaço em um dos quadrantes cobertos por Jack e dentro desse objeto ele encontra a mulher que via em seus sonhos, verdades começam a vir à tona e Jack descobre que as coisas que ele sabe, tudo o que lhe foi contado até então e todas as lembranças que ele achava que não tinha, podem não ser exatamente verdade.
Tenho que confessar que minhas expectativas com Oblivion era muito baixas. Mais uma vez gostaria de agradecer aos críticos de cinema pelo ótimo trabalho em baixar minhas expectativas em filmes que me surpreendem. E Oblivion me surpreendeu, e como surpreendeu. Por uma série de fatores, mas o principal foi a notável evolução e amadurecimento técnico do diretor Joseph Kosinski desde seu último (e único) trabalho, Tron – O Legado. A evolução mais absurda foi no ritmo de um filme para o outro. Enquanto Tron é totalmente irregular, Oblivion opta por manter um passo constante e, mesmo cheio de reviravoltas, extremamente moderado, o que dá um charme imenso à produção. Outra boa surpresa foi o visual, as referências visuais que o longa faz. Há menções muito claras ao game Portal (os drones são extremamemte parecidos com os turrets do jogo da Valve, até mesmo nos sons que produzem. Além disso o figurino e a fotografia lembram muito o game) e a Half Life (também da Valve, cujas referências refletem nas cenas de ação e na movimentação dos drones). Além disso há referências claras a 2001, Wall-e e Moon, algumas ideias parecem realmente ter sido roubadas descaradamente destes mesmos citados. Certas referências acabam por tornar Oblivion um tanto quanto obvion demais (tudumpish!), realmente previsível. O que não diminui os méritos do longa porque, onde ele acerta ele acerta em cheio.
Tecnicamente o filme é belíssimo, sua fotografia hora azulada, hora cinzenta é charmosa, seu ritmo é correto e as atuações são comedidas, além de um uso extremamente sóbrio de efeitos visuais que nunca se sobrepõe ao roteiro ou mesmo às paisagens que compõe o cenário. Cruise é um ator confiável, raramente passa dos limites ou fica abaixo da média. Aqui ele está confortável, meio automático, já começa o filme sorrindo, mas não desaponta. O longa ainda conta com as atuações competentes da russa Olga Kurylenko no papel da mulher que surge nos sonhos de Jack, e de Morgan Freeman como... Melhor não comentar o papel do Freeman.
Resumindo, Oblivion é uma ficção científica complexa que pincela em dezenas de temas interessantes com naturalidade (o que acaba tornando-o superficial em certos aspectos) e tomando rumos, ainda que um pouco previsíveis, corretos. É um filme, veja só, agradável de se assistir. Levanta questões, nunca dá as respostas mastigadas e faz o expectador refletir.

Cumpre o que promete e vai um pouco além.

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