quarta-feira, setembro 25, 2013

Europa Report

Dia 268
Europa Report - 2013
Dir: Sebastián Cordero
Elenco: Sharlto Copley, Michael Nyqvist, Christian Camargo

O que é mais assustador? A ideia de estarmos sozinhos no espaço ou a de não estarmos? Esta é uma das questões mais primordiais a assombrar a humanidade desde que essa é capaz formular questões. Desde que se tem lembranças, nós sempre sentimos medo de estar sozinhos na infinita escuridão espacial. Enquanto parte de nós deseja com toda sua força que estejamos.
Europa Report acompanha a primeira missão tripulada a Europa, uma das luas de Júpiter. Na nave de mesmo nome há seis tripulantes que irão o mais longe que qualquer ser humano jamais foi no espaço em uma missão que deve durar dois anos só na ida e mais dois anos na volta. Acompanhamos a missão desde sua preparação, seu lançamento e, por fim, o total isolamento espacial, tudo é mostrado em forma de documentário aproveitando imagens das próprias câmeras espalhadas pela nave, que registram cada minuto da vida dos astronautas ali dentro.
Até que temos uma perda de imagens e, quando voltamos a acompanhar, descobrimos que um dos tripulantes está morto. Não se sabe o que aconteceu, não se sabe como se deu, mas o cara já era e sua perda abalou toda a equipe de forma irremediável. Eles já estavam fora de casa há meses e haviam acabado de perder um membro importante da equipe e, sem ele, estavam incomunicáveis com a Terra já que os comunicadores estavam inutilizados por conta de uma tempestade solar. Havia a dúvida: seguir adiante na viagem? Ou voltar pra casa de mãos abanando após ter-se chegado tão longe?
Seguir viagem.
Acaba que, ao final dos dois anos, os cinco restantes chegam à quarta maior lua de Júpiter, sua superfície radioativa e congelada parece estéril e completamente morta, mas eis que os cinco acabam por encontrar uma forma primitiva de vida, uma espécie de alga, um aglomerado de células, invisível a olho nu. Mas lá está: vida fora da Terra, tão longe e tão primitiva, tão microscópica, mas ainda assim... vida. Porém, eles não tem tempo para comemorar a descoberta pois uma forma de vida um pouco mais complexa que uma alga mostra-se a eles de forma abrupta e extremamente violenta (para os padrões espaciais), ceifando a vida de mais um membro da tripulação.
E, após mais falhas técnicas na nave, logo após a descoberta mortal que os que sobreviveram até ali acabaram de fazer, a missão Europa se torna uma luta pela vida.


Claustrofobia, isolamento, incomunicabilidade, gravidade reduzida, mortes próximas... Europa Report é uma ficção científica espacial com um pé na realidade, algo que só se torna mais palpável com a estética documental e com as atuações realistas.


ER foi rodado com um orçamento reduzido, produção independente com atores desconhecidos (o mais famoso é Sharlto Copley, de Distrito 9), conta com um cenário fixo (a nave) e poucas externas que são mostradas pela perspectiva dos astronautas, então vê-se pouquíssimo de terreno externo e grande parte do que acontece é apenas suposto. A ameaça em si é mostrada em poucos frames nos segundos finais do longa.
Algo que dá um realismo ainda maior ao longa é a alternância entre as câmeras da nave e cenas de documentários gravadas na Terra pela chefe da missão dando depoimento e explicando as imagens encontradas, o que não se torna em momento algum didático demais ou cansativo.

Europa Reporte é como Lunar, do diretor Duncan Jones, uma sci fi barata, angustiante e extremamente funcional. Que pega o pouco que tem e entrega tudo o que pode fazer com aquilo. E o resultado é grandioso, com potencial e ambição para se tornar clássico.


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