sábado, setembro 07, 2013

Metropolis de Fritz Lang - A Origem de todos os universos distópicos - Assis Oliveira



Dia 250

Filme: Metrópolis (1927) - IMDb 8,4
Diretor: Fritz Lang
Roteiro: Thea von Harbou
Atores: Brigitte Helm, Alfred Abel, Gustav Frohlich e mais
Duração: 153 min

Em algum momento no futuro, a cidade de Metrópolis é o lar de uma sociedade utópica onde seus moradores ricos vivem uma vida despreocupada. Um deles é Freder Fredersen (Gustav Frohlich). Um dia, ele vê uma mulher bonita com um grupo de crianças, ela e as crianças rapidamente desaparecem. Tentando segui-la, sem que ela o veja, fica horrorizado ao descobrir um mundo subterrâneo dos trabalhadores que fazem funcionar o mundo perfeito acima deles. Uma das poucas pessoas fora dali e na superfície que sabem da existência desse mundo é o pai de Freder, Joh Fredersen (Alfred Abel) e que é o fundador e mestre de Metrópolis - IMDb.

Hoje, contos distópicos são comuns na ficção cientifica e nas tramas de fantasia. Estes filmes geralmente retratam um futuro não muito distante em que um grupo de pessoas estão sendo escravizados por outro grupo com mais poder, graças ao uso de alguma tecnologia ultra moderna e da manipulação em massa.


A formula de sucesso para a ficção distópica tem sido utilizada tantas vezes que parece tão antiga quanto a própria ficção. Na realidade, estes contos de muitas maneiras, tem uma divida criativa para com uma fonte mais recente, de 1927, o silencioso e clássico METRÓPOLIS. O filme narra a luta épica da elite da classe alta e os trabalhadores das classes mais baixa pelo controle da cidade futurista de Metópolis. A cidade é controlada por Joh Fredersen, cujo filho, Freder descobriu a verdadeira situação dos trabalhadores, que mantem a cidade funcionando. Sua descoberta e o encontro com uma bela mulher esclarecida e com um forte traço de revolucionaria chamada Maria, produz uma mudança na sua percepção da realidade da cidade. Horrorizado com tudo que ela lhe diz Freder resolve conhecer mais sobre os trabalhadores e suas dificuldades, colocando-se entre eles como  um igual. Enquanto Freder está levando sua vida dupla em algo que poderíamos facilmente chamar de favelas como as de hoje, seu pai prepara um plano para colocar os trabalhadores contra Maria, para que sua classe possa ampliar o controle sobre a cidade. O plano rapidamente foge de seu controle fazendo com que Freder se aproxime mais de Maria e dos trabalhadores e evite assim o que seria uma guerra civil.


The Wall?

Apesar do enredo extremamente previsível que ecoa como um conto bíblico de Cristo salvador da humanidade, Metrópolis nos apresenta uma trama convincente e futurista que no contexto do presente, nos fala muito sobre as questões e problemas que vivemos. De muitas maneiras, o filme acompanha o mal-estar social e econômico da década de 1920 na Alemanha, e prenuncia a luta que estava por vir em 1930. Curiosamente, apesar de suas advertências contra o totalitarismo, o filme foi um dos favoritos do ditador Nazista Adolph Hitler (agora conhecemos que tipo de inspiração o filme lhe causou), que encontrou na mensagem do filme um paralelo com sua própria visão distorcida do mundo.

A cenografia do filme e os efeitos visuais são tão impressionantes como o eram em 1927, e permite a quem assiste a ficar completamente absorto no mundo futurista do filme. A exploração do filme sobre a tecnologia tanto poder ser um elemento de libertação como de escravização permanece relevante no mundo de hoje, cada vez mais dependente dela.

Embora as histórias distópicas de hoje apresentarem invenções digitais que são infinitamente mais avançadas do que as maquinas imaginadas em 1927, Metrópolis continua a ser uma obra verdadeiramente inovadora de arte que, embora muitas vezes imitada, não pode ser replicada.

Como se trata de uma um filme de importância histórica para a sétima arte, e mais um que eu o colocaria entre os dez ou vinte filmes que todo cinéfilo deve ver, também não colocarei nenhum tipo de nota que o classifique.


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