domingo, setembro 08, 2013

La Migliore Offerta - Assis Oliveira

Dia 251

Filme: La Migliore Offerta (2013) - IMDb 7,7
Direção: Giussepe Tornatore
Roteiro: Giiussepe Tornatore
Atores: Geoffrey Rush, Jim Sturgess, Silvia Hoeks, Donald Sutherland e mais
Duração: 131 min
País: Italia

Pode-se falsificar o amor do mesmo modo com se falsifica uma obra de arte? Sentimentos podem ser dissimulados e direcionados a alguém como algo real, mas até que ponto eles poderiam lhe modificar profundamente  sendo você um velho homem com algo mais que experiência para perceber uma fraude? Tudo seria mais simples se não estivéssemos no falso e movediço terreno das ambições humanas.


Geoffrey Rush, como sempre fantástico e competente, faz Virgil Oldman, um velho leiloeiro e conhecedor de obra de artes. Nenhum profissional como ele reconhece a falsificação de uma tela, sua fama e credibilidade o faz o consultor até mesmo do Vaticano, quando o assunto é autenticidade de obras de artes. Excêntrico, perfeccionista e cheio de manias esquisitas, como a de não gostar de tocar as pessoas diretamente, - por isso tem uma grande coleção de luvas - ele toca seu negocio com mão de ferro e rigor. Nada é capaz de lhe tirar da sua rotina, até agora.

Uma intricada história, mas que as peças se encaixam e desenrolam como um mecanismo preciso de um automato. Um plano ardiloso, envolvendo fobias, medos, segredos, falsificações, arte, amor e claro uma mulher. A incapacidade de Oldman de lidar com as mulheres o faz presa fácil para esse ardiloso plano. Fica claro que ele não tem dificuldade de lidar com seus sentimentos, seu problema não é esse. Seu problema são as mulheres, e isso fica patente em uma de suas obsessões, colecionar quadros que retratem a beleza feminina. Oldman é um velho casto, mas mantem sua capacidade de amar e o faz amando as mulheres retratadas em sua coleção.

Eu mal posso descrever o meu estado de espirito ao final deste filme, uma mistura de sentimentos devastadores que me deixou sem folego, algo que só os melhores filmes conseguem fazer, e esse fez. Ha muito para falar sobre ele, mas com uma historia tão cheia de surpresa, algo mais que se diga pode estragar a intensão de quem o fez.


O filme é sobre sentimentos, mas é sobretudo sobre arte, sobre lugares onde se respira arte, como Roma e um pouco de Praga, esculturas voluptuosas, sensuais, peças preciosas de mobiliário. E como se não bastasse, tudo embalado pela encantadora, grandiosa, e não menos forma de arte que a musica de Ennio Morricone. Tudo está colocado aqui com uma metáfora para falar de sentimentos, mas sobretudo para falar do quanto pode ser ingênuo o amor, como somos bobos, como todas as nossas defesas são retiradas quando ele chega. É arte transformada em posse. O amor a beleza feminina transformada em ambição.

Um filme pra pra se ver no domingo e leva-lo a cama pensando se é a arte que imita a vida, ou a vida é que imita a arte.

PS - Quero agradecer a esse dois caras que me fizeram adquirir a irresistível mania de não conseguir ver um filme sem comentá-lo aqui.


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