Dia 250
World
War Z – 2013
Dir:
Marc Foster
Elenco: Brad Pitt, Mireille Enos, Daniella Kertesz
Gerry imediatamente recusa, mas como ele está lidando com
militares, eles o obrigam a ir, usando o argumento de que eles são capazes de
tomar conta de sua família e, caso ele não acate às ordens, eles serão capazes
de jogar a família do cara no meio daquela Zona de
mortos vivos e pessoas ensandecidas que outrora foi os Estados Unidos da
América.
Prezando a segurança da própria família Gerry é mandado
em uma missão militar ao redor do mundo, acompanhado de um médico/cientista e
um pequeno grupo de militares.
Logo de cara o médico morre (o maluco escorrega e atira
na própria cara, algo que lembra demais Planeta Terror) deixando para Gerry a
missão de salvar a humanidade.
O que não faz lá muito sentido já que Gerry não tem o
treinamento de um médico/cientista e, daquele momento em diante, terá de cumprir
o papel de um.
Porém, após a morte do médico, a missão de Gerry que
deveria ser investigar a origem do Zeke se torna a pura e simples sobrevivência
em um mundo inteiramente tomado por zumbis.
GMZ é
um milagre só por existir. Provavelmente seja um dos filmes mais problemáticos
da história, enfrentou os mais diversos obstáculos para ser concluído, levou
quase 3 anos para ficar pronto, chegou a ser interrompido várias vezes,
precisou ter quase 50% de suas cenas refilmadas, em certo momento foi
interrompido pela polícia, que recolheu todas as armas que deveriam ser usadas
em cena, sem falar que foi rodado e escrito quase que simultaneamente.
Diante de todos esses percalços (e uma exageradíssima
recepção negativa) minha expectativa em ver um filme de qualidade era
baixíssima, o que deve ter ajudado um bocado.
Efeito ou não da expectativa baixa, GMZ
surpreende, seja pela ação frenética ou pelo roteiro redondo (ainda que sofrido
e com vários furos graves), o longa prende a atenção de uma forma que poucos
filmes me prenderam nos últimos anos. E em um mundo onde o facebook atualiza a
cada dez segundos, o celular toca e as pessoas fazem barulho o tempo inteiro
dentro e fora de casa, ver um filme de duas horas sem parar nem pra beber água em
plenas duas da tarde, é um feito e tanto.
Os primeiros 28 minutos (cronometrados) de GMZ são de tirar o fôlego, dariam sozinhos um
média metragem alucinante e até terminam de uma forma que, se acabasse ali,
seria algo a colocar 3 temporadas de The Walking Dead no chinelo de forma
vergonhosa.
Outro feito notável do longa é, ao desviar o foco
principal dos mortos vivos para a família Lane (nos minutos iniciais) e em
seguida para Gerry, é fazer com que o espectador (funcionou comigo) se importe
com os personagens vivos mais do que com os mortos vivos, coisa que não
acontece em TWD, que virou um zombie porn, uma disputa para ver qual morto vivo
tem a maquiagem mais bem feita, investindo muito em visual e deixando de lado o
roteiro. Há uma empatia rara com Gerry e a família, algo que me fez torcer pelo
personagem, que faz com que o expectador (falo por mim) sentisse medo junto do
protagonista.
Isso porque os zumbis de GMZ
são violentíssimos, agem em bandos, se movimentam como animais em manadas
destruindo tudo o que se encontre no caminho, perdendo o aspecto da
individualidade e até um pouco de personalidade (pego mais uma vez TWD como
exemplo), agindo como formigas em uma colônia, fazendo pontes com seus próprios
corpos para levar o bando adiante. Eles são fortes, eles são velozes e eles
devoram e esmagam tudo o que há pela frente, o que rende cenas fantásticas como
a das ruas de Israel.
O filme tem problemas, a produção complicada reflete de
forma muito clara em vários momentos (a continuidade, por exemplo, após tantas
refilmagens fica comprometida), mas nenhum desses problemas compromete o
resultado final e a criatividade demonstrada em vários aspectos compensa um bocado deles.
E o resultado final é um filme de ação frenética, um
suspense tenso e uma grande surpresa para este que vos fala.
Façam como eu: baixem suas expectativas ao mínimo e se
preparem para uma experiência muito satisfatória.
PS: a música que abre e ecoa por todo o longa se chama Isolated System e está no disco The 2nd Law, trabalho mais recente do MUSE.
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Fico feliz em concordamos sobre algo.
ResponderExcluirAqui também, mas temos de concordar que a discordância tem sua beleza.
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