sábado, setembro 07, 2013

Guerra Mundial Z

Dia 250
World War Z – 2013
Dir: Marc Foster
Elenco: Brad Pitt, Mireille Enos, Daniella Kertesz
Guerra Mundial Z, filme que adapta livremente às telas o livro de mesmo nome do autor Max Brooks, conta a história de Gerry Lane, um ex investigador da ONU que se vê junto com a família em meio ao estopim do apocalipse zumbi, um evento global que tem o potencial de (finalmente!) extinguir a espécie humana da face da Terra. Em meio ao caos gerado pelo acontecimento Gerry é recrutado pelo exército para retomar as atividades que ele havia abandonado por conta de subentendidos transtornos emocionais causados pelo trabalho que exercia. O trabalho antigo do cara envolvia viajar a países em guerra ou assolados por doenças investigar os eventos que levaram àquela situação afim de saná-la. E seu novo trabalho será exatamente esse: descobrir em que lugar do mundo o vírus zumbi (o Zeke) teve início, o que causou a infecção e, se possível, descobrir como criar uma vacina para ela.
Gerry imediatamente recusa, mas como ele está lidando com militares, eles o obrigam a ir, usando o argumento de que eles são capazes de tomar conta de sua família e, caso ele não acate às ordens, eles serão capazes de jogar a família do cara no meio daquela Zona de mortos vivos e pessoas ensandecidas que outrora foi os Estados Unidos da América.
Prezando a segurança da própria família Gerry é mandado em uma missão militar ao redor do mundo, acompanhado de um médico/cientista e um pequeno grupo de militares.
Logo de cara o médico morre (o maluco escorrega e atira na própria cara, algo que lembra demais Planeta Terror) deixando para Gerry a missão de salvar a humanidade.
O que não faz lá muito sentido já que Gerry não tem o treinamento de um médico/cientista e, daquele momento em diante, terá de cumprir o papel de um.
Porém, após a morte do médico, a missão de Gerry que deveria ser investigar a origem do Zeke se torna a pura e simples sobrevivência em um mundo inteiramente tomado por zumbis.
GMZ é um milagre só por existir. Provavelmente seja um dos filmes mais problemáticos da história, enfrentou os mais diversos obstáculos para ser concluído, levou quase 3 anos para ficar pronto, chegou a ser interrompido várias vezes, precisou ter quase 50% de suas cenas refilmadas, em certo momento foi interrompido pela polícia, que recolheu todas as armas que deveriam ser usadas em cena, sem falar que foi rodado e escrito quase que simultaneamente.
Diante de todos esses percalços (e uma exageradíssima recepção negativa) minha expectativa em ver um filme de qualidade era baixíssima, o que deve ter ajudado um bocado.
Efeito ou não da expectativa baixa, GMZ surpreende, seja pela ação frenética ou pelo roteiro redondo (ainda que sofrido e com vários furos graves), o longa prende a atenção de uma forma que poucos filmes me prenderam nos últimos anos. E em um mundo onde o facebook atualiza a cada dez segundos, o celular toca e as pessoas fazem barulho o tempo inteiro dentro e fora de casa, ver um filme de duas horas sem parar nem pra beber água em plenas duas da tarde, é um feito e tanto.
Os primeiros 28 minutos (cronometrados) de GMZ são de tirar o fôlego, dariam sozinhos um média metragem alucinante e até terminam de uma forma que, se acabasse ali, seria algo a colocar 3 temporadas de The Walking Dead no chinelo de forma vergonhosa.
Outro feito notável do longa é, ao desviar o foco principal dos mortos vivos para a família Lane (nos minutos iniciais) e em seguida para Gerry, é fazer com que o espectador (funcionou comigo) se importe com os personagens vivos mais do que com os mortos vivos, coisa que não acontece em TWD, que virou um zombie porn, uma disputa para ver qual morto vivo tem a maquiagem mais bem feita, investindo muito em visual e deixando de lado o roteiro. Há uma empatia rara com Gerry e a família, algo que me fez torcer pelo personagem, que faz com que o expectador (falo por mim) sentisse medo junto do protagonista.
Isso porque os zumbis de GMZ são violentíssimos, agem em bandos, se movimentam como animais em manadas destruindo tudo o que se encontre no caminho, perdendo o aspecto da individualidade e até um pouco de personalidade (pego mais uma vez TWD como exemplo), agindo como formigas em uma colônia, fazendo pontes com seus próprios corpos para levar o bando adiante. Eles são fortes, eles são velozes e eles devoram e esmagam tudo o que há pela frente, o que rende cenas fantásticas como a das ruas de Israel.

O filme tem problemas, a produção complicada reflete de forma muito clara em vários momentos (a continuidade, por exemplo, após tantas refilmagens fica comprometida), mas nenhum desses problemas compromete o resultado final e a criatividade demonstrada em vários aspectos compensa um bocado deles.
E o resultado final é um filme de ação frenética, um suspense tenso e uma grande surpresa para este que vos fala.
Façam como eu: baixem suas expectativas ao mínimo e se preparem para uma experiência muito satisfatória.

PS: a música que abre e ecoa por todo o longa se chama Isolated System e está no disco The 2nd Law, trabalho mais recente do MUSE.

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2 comentários:

  1. Fico feliz em concordamos sobre algo.

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    1. Aqui também, mas temos de concordar que a discordância tem sua beleza.

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