Dia 257.
Este é um daqueles discos inesquecíveis cantado pelas duas vozes de Fagner. Aqui ele aparece no seu melhor estilo, com um violão nervoso e cheio de fúria. Sua música mistura o clássico e o nordestino de maneira a criar algo completamente novo e original. "Eternas Ondas" afigura-se como um trabalho sensível e vanguardista, ditando tendência para os artistas nordestinos durante a década de 1980 - e até prevendo como seria a carreira de Fagner deste ponto em diante.
Eternas Ondas (Zé Ramalho)
Quanto tempo temos antes de voltarem aquelas ondas
Que vieram como gotas em silêncio tão furioso;
Derrubando homens entre outros animais,
Devastando a sede desses matagais; (bis)
Devorando árvores, pensamentos seguindo
A linha do que foi escrito pelo mesmo lábio tão furioso.
E se teu amigo vento não te procurar
É porque multidões ele foi arrastar. (bis)
Os três momentos mais marcantes do disco são: a primeira faixa, que dá nome ao disco, composição de Zé Ramalho; a faixa de número 06, "Oh, My Love", versão da música de John Lennon (e ouvir Fagner cantando em inglês já vale o disco inteiro... e ele leva suas vozes ao máximo, numa de suas melhores performances.); A última faixa, "Vaca Estrela, Boi Fubá", versão musicada do poema do Pássaro do Sertão, Patativa do Assaré.
As outras faixas também são muito boas, não deixando a desejar quanto à qualidade que vinha sendo impressa à obra deste cearense tão importante para a música brasileira.
No mês de setembro, em que o vento tem nos procurado com tanta violência e intensidade, nada como dormir ao som das vozes devastadora de Fagner.
Obrigado e boa noite. Bom domingo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por comentar no 01Pd! Seja bem vindo e volte sempre!