Dia 228
Em
um mundo onde os laços familiares, de amizade ou de até mesmo um simples
coleguismo parece não existir mais, ainda há aqueles caminhos que nos levam a
encontrar pessoas Brothers! Nosso
ponto de partida é a amizade, este é o assunto tratado no filme Sempre Ao Seu Lado (Hachiko: A
Dog’s Story) é um filme do gênero drama do ano de 2009, baseada na história
real de um cachorrinho e sua fiel amizade com seu dono (a história é japonesa)!
É a refilmagem do filme original japonês,
Hachiko Monogatari, de 1987. É dirigido por Lasse Hallstrom e escrito Stephen
P. Lindsey, é estrelado por Richard
Gere e Joan Allen.
O
filme inicia em uma sala de aula repleta de alunos assistindo apresentações de
redações escolares. Porém um garoto chama a atenção pelo teor da história de
sua redação, que narra a história de amizade entre um cachorro e um professor universitário.
Assim inicia-se a narrativa principal do longa, há uma volta no tempo no exato
momento em Hachi (dog fofo) e Parker (Richard Gere) se encontram. De
início Parker leva o filhotinho à
sua casa para encontrar no dia seguinte uma forma de devolvê-lo a seu dono. Só
que com as tentativas frustradas ele se vê apegado ao cachorro e para concluir
isso, um colega seu lhe informa que aquela raça canina dedica sua fiel amizade durante
toda a sua vida a uma só pessoa. Assim se passa os anos e os laços de amizade
se tornam intrinsecamente ligados, de tal forma que todos os dias Hachiko vai deixar o professor Parker na estação do trem, para o
embarque de um dia de trabalho. E os espera pacientemente no final da tarde no
mesmo local a volta de seu dono. Todos da cidade o conhecem e são super gentis
e carinhosos com o dog.
A
partir daqui fico inclinada a contar o enredo para que esta crítica seja
concluída, mas deixarei vocês assistirem, não posso narrar o mais emocionante
do filme. Com os passar dos anos, uma tragédia assola a família e é a partir
daqui que a lealdade do cachorrinho é exposta. Tristeza, angústia e pena são os
principais sentimentos que são cultivados no filme e pelo próprio espectador. A
temporalidade do passar da vida é bem mostrada no filme, a dor da perda de quem
se ama e à espera da volta de uma longa jornada. Sem dúvida a poesia que se
sobressai nesta lealdade é o fator principal para o debulhar de lágrimas. A
história do cachorrinho amigo é composta por uma belíssima fotografia, onde se
prioriza as paisagens naturais, o tempo nublado que condiz com a mudança de
atmosfera do filme, da vida para a morte. Creio que em toda a filmagem não foi
usado muitas artificialidades de cenários, o que vemos são ambientes reais e
familiares.
A
trilha sonora sempre se encontra no tempo certo, com músicas bem divertidas
quando Parker e Hachi protagonizam momentos felizes; e outras melancólicas quando
há cenas de carga dramática fortes. O roteiro é bem escrito, com diálogos bem
amarrados, ponto forte para o tom dos personagens, tranquilos e harmoniosos.
Afirmo com veemência que o ouro do filme é o roteiro, é tocante, passa
credibilidade, a sensação de perda que Hachi
sente é a mesma que sentimos, um vazio vulnerável. Stephen P. Lindsay soube conceber de forma coerente um excelente
roteiro dramático. Exemplo disso é quando perto do finalzinho, todo o foco do
filme se volta para Hachi que sente uma
tristeza profunda, dá uma peninha, é simplesmente inevitável não chorar, eu que
o diga, olhos marejados!
Confesso
que não conhecia o diretor Lasse
Hallstrom, um cineasta sueco de sucesso, famoso por dirigir os clipes do
ABBA (aquele grupo musical anos 70, é o novoo). Tem vários filmes no seu
currículo, uns conhecidos outros nem tanto, mas quem não conhece o meloso filme Querido John? Pois é, Hallstrom tem afeição por realizar
dramas, sabe adaptar uma história de forma chorosa da melhor maneira dramática!
Sua direção em Sempre Ao Seu Lado é
bem explorada, pois ele faz o espectador se envolver com o filme desde as
primeiras cenas. O elenco é perfeito, o conhecido galã Richard Gere que aqui personifica um homem cativante (sem faces sexys), um
personagem sério e comovente pela simplicidade. Joan Allen, uma atriz consagrada no teatro que agora explora seu
exímio talento no cinema, atua de forma marcante, perfeita.
Foi
muito complicado criticar este filme sem contar o ponto principal da história.
Mesmo que houvesse tal ponto narrado, Sempre Ao Seu Lado não é um filme para assistir cortando e passando cenas,
é um filme para assistir de maneira despretensiosa, sem julgamentos prévios,
porque ele se mostra surpreendente. Sim, é um filme que te surpreende por
conter uma história simples mas evidentemente tocante. É um daqueles longas que
você afirma, nem vou assistir é filme de
cachorro, chato, e depois de vê-lo repensa a afirmação. É um filme de
cachorro que ambienta uma amizade eterna, não é aquelas histórias sem nexo da sessão da tarde, onde o macaco, o
coelho, o cãozinho joga basquete, futebol melhor que o time todo! Surreal e esdrúxulo!
Há
uma cena bem legal, Hachi vai
envelhecendo, os anos vão passando e atrás dele há uma belíssima árvore,
localizada na estação do trem, ela vai mudando de acordo com as estações do ano
e Hachi continua na estação
esperando e esperando. Sempre Ao
Seu Lado é um ótimo filme, considero bastante superior a Marley e Eu! Não é uma obra-prima por conter certos excessos, mas
recomendo, pois se torna marcante por mostrar lições de vida, como uma
fascinante e verdadeira amizade. “Eles me ensinaram o significado da
lealdade, e a nunca esquecer quem amamos.”
Bjoss!
Janiê Maia
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por comentar no 01Pd! Seja bem vindo e volte sempre!