quarta-feira, agosto 28, 2013

O Exorcismo de Emily Rose (The Exorcism of Emily Rose) 2005 - Baseado em uma história real e bastante perturbadora!!!

Dia 240

Religião e ciência são duas vertentes que desde os primórdios dos tempos, desde que o mundo é mundo e desde que descobrimos nossa capacidade de pensar, cogitar, vivem em um debate acalorados sobre as mais variadas vertentes, assuntos, teorias e questionamentos. Um destes assuntos que levanta hipóteses é sobre a possessão demoníaca. Será que existe? Pode ser explicado cientificamente? Ou há dois planos espirituais? Bom, tais perguntas requerem pessoas especializadas nas áreas afins, e estar fora da minha alçada tais respostas, o que posso levantar são argumentos. Aí você me pergunta, onde ela quer chegar? Bom, tal introdução é importante para a crítica do filme de hoje, um filme bom e que nos deixa um pouco inquietos, O Exorcismo de Emily Rose.

The Exorcismo f Emily Rose (título original) é um filme americano do ano de 2005, do gênero suspense, drama e com toques de terror, a direção é de Scott Derrickson e roteiro escrito pelo próprio diretor e Paul H. Boardman. É estrelado por Jennifer Carpenter, Laura Linney e Tom Wilkinson. O filme conta a história da jovem Emily Rose (Jennifer Carpenter), que após um tempo afirmava estar possuída, e passou por uma série de exorcismos, o longa é baseado na história verídica da jovem alemã Anneliese Michel, curiosidade a parte, conto daqui a pouquinho o que se passava com ela. Os cineastas decidiram trocar o nome verdadeiro da exorcizada e dos envolvidos para preservar a família. Mas a verdadeira história de Anneliese é bem conhecida e infelizmente se trata de uma história triste, de uma garota que tinha sonhos e objetivos, que se perderam.
O filme todo se passa em um tribunal onde está sendo julgado o padre responsável pelo exorcismo de Emily, ele foi acusado de negligência que causou a morte da mesma, um homicídio culposo (quando não há intenção de matar). Sendo o réu interrogado, a história da jovem é contada como lembranças e as cenas de seus últimos e perturbadores dias são mostradas em flash back. Emily Rose é uma jovem alegre, tinha fé, amigos e um futuro brilhante, numa das primeiras cenas, mostra a moça comemorando sua aprovação na universidade. Ela se muda de casa e vai morar no campus universitário, lá é uma boa aluna, tem um relacionamento legal (tudo isso nas entrelinhas do filme). Uma certa noite, Emily começa apresentar sinais de perturbação, sente cheiro de queimado, fogo, enxofre (devil chegando), ela sente que há uma presença maligna, resignada e amedrontada ela volta ao dormitório, onde enfrenta sua primeira batalha, resiste fortemente a primeira tentativa de possessão, dá medo aquilo!

A situação só piora, Emily é internada e diagnosticada com epilepsia, que se tornou uma psicose, depois perturbação mental, ou seja, nenhum dos diagnósticos médicos tinham chegado a um consenso. Por que um dos especialistas, o médico que estava presente em um dos exorcismos, afirmou que a jovem não era doente, não tinha perturbação mental nenhuma. E aquilo o deixou de tal forma impressionado que estudava o caso secretamente, porque tinha medo dos demônios. Emily piorando a cada dia, foi levada de volta à casa dos pais, onde os seis demônios conseguem se apoderar de seu corpo de forma sinistra. A partir daí tem cenas interessantes, vozes macabras, uma profusão de línguas mortas pelos hóspedes malditos e as incansáveis tentativas de exorcismos do Padre Moore de tentar livrar Emily daquele infortúnio.
Para nos localizarmos na base do roteiro, vou resumir um pouco da história real utilizada como inspiração. Anneliese Michel foi uma jovem alemã da cidade de Klingenberg, que acreditava estar possuída por seis demônios (no filme sempre que há a presença maligna, uma voz conta 1,2,3,4,5,6.... Genial). Dos 16 aos 23 anos, idade em que faleceu, ela apresentou distúrbios graves, sua condição física e mental só piorava. Sem conseguir sucesso no tratamento médico, pois as drogas que tomava em nada melhoravam seu estado; ela se mutilava, comia insetos e contorcia todo seu corpo como se fosse quebrá-lo. Anneliese continuava afirmando que estava possuída e não aceitava mais tratamento médico, pois a mesma afirmava que seu destino estava traçado. A mesma veio a falecer no auge da juventude, e quando sua condição mental a aprisionou, o que debilitou seu corpo a um estado de desnutrição.
Anneliese Michel, a verdadeira jovem possuída. Degradação!
O mais legal do filme é que ele te rende bons sustos, daqueles que você coloca a mão como peneira para se preparar para o pior, esta é a magia do suspense, ótimo. E além do mais aqui não há apelação de suco de abacate vomitado, cabeças dando giros completos, mostra somente uma jovem perturbada. E o que nos perturba, o que me deixou com medo, é o olhar de Emily, aquelas pupilas dilatadas quando ela está possuída, é simplesmente inevitável você não ficar um pouquinho receoso. O longa mescla drama, mostra o sofrimento da jovem quando está livre por pouco tempo dos possuidores, o medo constante que sente, e a resignada sapiência de saber que seu destino é trágico. Na internet você encontra tudo sobre ela, até a gravação sinistra de seu exorcismo!
O diretor Scott Derricksson soube compor uma direção e roteiro bons, tem uns furos, mas compôs um filme que não se torna apelativo. Seu intuito, creio, era apenas contar a história da verdadeira possuída Anneliese Michel, e conseguiu, o contou no tom certo, errou apenas na demora do início da engrenagem da história. E também por se tornar um pouco repetitivo em certos diálogos, principalmente naqueles do Padre Moore. Fora isso Derrickson acertou também na fotografia, sempre em tons crus, pastéis, tristes e sombrios, a composição certa para o tema do filme. Outro acerto foi o recurso de usar sombras e não os fantasmas pálidos, creio que aqui não caberia utilizar, pois se trata de uma história de uma jovem possuída dentro do julgamento do réu, o padre.


O elenco faz bem seu trabalho, o veterano Tom Wilkinson interpreta um personagem angustiado, que nem se preocupa se for condenado, pois sua consciência está limpa, tem fé, era de se esperar de um padre. A advogada que defende o padre, personificada pela ótima Laura Linney, dá o tom certo para uma defensora agnóstica que começa a ter fé. Mas quem rouba a cena é a excelente Jennifer Carpenter (a irmã do Dexter – série show), está perfeita, grita, corre, faz umas caras e trejeitos sinistros, dignas do coisa ruim. Otimamente perturbadora!


Concluo afirmando que O Exorcismo de Emily Rose não é um filme religioso, não prega qualquer crença, ao contrário, mostra duas vertentes da história, o lado da fé e da razão. No decorrer do longa você irá ouvir os mais diversos argumentos, cabe a você escolher o lado, ou então fique na dúvida como eu, no meio a meio! Ademais, é um ótimo filme, mas aviso não é uma história de terror, é uma história única, singular com o seus apropriados questionamentos que nos remetem sempre a duvidar! Claro que você uma vez ou outra vai pensar no sai daqui coisa ruim!!! Indico outro filme também, Requiem, ano de 2006, não confunda com aquele outro, é baseado também na história de Anneliese.Só os loucos ignoram sua loucura, Emily sabia de seu estado lúcido, não era louca! (Padre Moore)


Bjoos! Até mais!

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