Incontrolável

Dia 239

Unstoppable - 2010

Dir: Tony Scott

Elenco:  Denzel Washington, Chris Pine, Rosario Dawson

Incontrolável, 2010, é o último filme do diretor Tony Scott antes de o cara decidir colocar um fim trágico à própria vida jogando-se de uma ponte no ano passado.

A trama se passa em um mundo bizarro no qual Family Guy é exibido às 6 da manhã. Nela acompanhamos um trem que, após uma falha de operação causada por alguns funcionários aleatórios de uma ferrovia, sai de controle e começa a ganhar velocidade até se tornar uma ameaça incontrolável.

Não sendo suficiente, o trem possui quatro vagões (de 39) lotados de produtos químicos altamente tóxicos. Não foi suficiente para te deixar preocupado? Ele está indo em altíssima velocidade ao encontro de outro trem lotado de crianças em uma excursão escolar. O que gera uma tensão altíssima que perdura por pouquíssimos minutos em uma cena excelente que dá um belo dum susto no expectador.

Porém, passado o susto das crianças no trem, ainda assim há 39 vagões descontrolados rumando à cidade cheios de líquidos tóxicos. E quando todas as opções falham, quando todas as esperanças fraquejam, apenas dois homens tem o poder de parar esse trem alucinado que ruma à destruição: Denzel Washington, um maquinista veterano prestes a ser demitido, e Chris Pine, o jovem que tomará seu lugar.

O filme se resume a isso: dois caras que não se entendem muito bem tendo de unir forças para impedir uma catástrofe. Batido pra caramba, clichê repetitivo, vimos isso uma dezena de vezes, certo? Exato! Exceto pelo fato de que Incontrolável é baseado em uma história real.

Scott pega essa história real sobre esses dois caras que operaram o impossível e a conta de uma forma bacana pra caramba, dando a essa história ares de Velocidade Máxima com pitadas de filmes de monstro. Se você parar para examinar bem esse é um filme de monstro, daqueles em que uma besta alienígena pré-histórica ameaça cidades e pessoas indefesas. A diferença aqui é que essa besta pesa algumas centenas de toneladas, é completamente feita de aço e está correndo a uma velocidade absurda.

Os ângulos de câmera que Scott escolhe para filmar o trem, as tomadas que ele usa para mostrar a velocidade e a ameaça da máquina e as medidas tomadas para para-la só tornam esse aspecto ainda mais visível.

E é impressionante a forma como esse conflito extremamente básico prende a atenção do espectador, ainda mais quando o longa vai se aproximando do final e todas as esperanças vão se perdendo pelo caminho.

Outra coisa que prende a atenção é a dupla de protagonistas: Washington e Pine funcionam muito bem juntos, mesmo nas cenas mais conflituosas os dois seguram a barra e tornam tudo bem menos óbvio.

E Incontrolável é bastante óbvio, seja por sua história comum ou por ser uma história real que todos sabem que acaba bem. Mesmo assim, o desenvolver da trama, toda a burocracia exposta, tudo o que vai dando errado no decorrer e toda a adrenalina que vai acumulando fazem do último trabalho de Tony Scott algo extremamente prazeroso de se ver.

Isso e a belíssima fotografia de Ben Seresin, responsável pelos pores do sol do Michael Bay. Um filme na medida, que só surpreende pela honestidade e pela simplicidade, mas que vale cada um dos seus 98 minutos.

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