terça-feira, agosto 13, 2013

James Blunt – All The Lost Souls, 2007 (Pra sempre é apenas um minuto para mim)

Dia 225

Boa noite, senhoras e senhores, Felipe Pereira falando! Hoje vamos dar continuidade a minha série de posts na qual eu escancaro minha fascinação pelo povo britânico como um todo.
A vítima de hoje é um ex-soldado da rainha, um sujeito cheio de feridas de guerra que decidiu expor suas cicatrizes em forma de música: James Blunt, o fuzileiro mais sensível da Terra.
O primeiro disco de estúdio do cara foi até comentado por aqui pelo Michel Euclides: [X


Hoje discorrerei (eu sempre escrevo “hoje falaremos” como se mais de uma pessoa estivesse falando, coisa maluca, não? :p) sobre seu segundo trabalho de estúdio, o (adianto logo) excelente All The Lost Souls, todas as almas perdidas! Um disco intenso, cheio de sentimento, com uma dose de amargura, um pouco de rancor, e toda a paixão habitual dos discos do cara.
Esse segundo álbum teve menos singles que o anterior (que foi um single gigante de 40 minutos), mas esses foram mais marcantes. Músicas como Same Mistake, Cary You Home e 1973 tocaram à exaustão nas rádios e nas novelas, embalando romances água com açúcar incapazes de traduzir visualmente o que a letra de Blunt queria dizer.


All The Lost Souls é mais sonoro que Back to Bedlam, é mais produzido, tem letras mais elaboradas, refrãos menos grudentos, mais complexos. Tem músicas “românticas” como de costume (que Blunt nega a todo custo que sejam românticas) como a já mencionada Same Mistake, mas há em todas elas uma dor latente, um trauma, uma angústia ou uma dúvida. Nada é certeza no mundo do Sr Blunt, nada é colorido, tudo é meio nublado.
Isso fica extremamente visível (nublado/visível, sacou a metáfora poética?) na 3ª faixa do disco, a doente I’ll Take Everything, uma música diferente de tudo que Blunt havia feito até então, com uma sonoridade sombria e agressiva.

"Here I swear, forever is just a minute to me
And I'll take everything in this life
I'll join everyone when I die
Have my body, have my mind
Have my coat, take my time"

ATLS começa intimista, se torna denso e termina melancólico. Algo, como uma peça inteira, fantástico. Recomendo ainda a audição da Deluxe Edition, que vem com duas faixas extras: a poderosa Coz I Love You (apenas ao vivo) e um inusitado cover de Young Folks, do grupo Peter Bjorn and John.

É um disco feito para ser ouvido como um todo, que perde muito ao ser fragmentado em faixas separadas. Você até pode escolher suas favoritas, mas não vai apreciar a experiência como deve, como merece.

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