sábado, agosto 24, 2013

N (Io e Napoleone) / Eu e napoleão



Dia 236

Filme:N (Io e Napoleone)/N (Eu e Napoleão) (2006) IMDb 6,1
Direção: Paolo Virzi
Roteiro: Francesco Bruni, Ernesto Ferrara (Romance)
Atores: Daniel Auteuil, Elio Germano, Monica Bellucci e outos
Duração 110 min

Não há nada mais na vida que o jovem professor Martino Papucci (Elio Germano) odeie mais que Napoleão Bonaparte (Daniel Auteuil). Com a mesma intensidade talvez, só o seu amor pela bela e nobre Emily (Monica Bellucci).


Ilha de Elba, 1814 o lugar para onde foi Napoleão no seu primeiro exílio logo após sua famosa derrota ao tentar colocar de joelhos os Russos e ser vencido pelo "General Inverno". Tão logo Martino fica sabendo que Napoleão sera exilado em sua ilha natal, ele passa a ter o recorrente sonho consigo mesmo matando a "besta", como ele se refere a Napoleão. Para intensificar seu ódio, logo que Napoleão desembarca, ele é informado por Emily que o romance de ambos não pode continuar, pois sua propriedade, e o ninho de amor deles, sendo a única adequada para hospedar Napoleão, teria sido desapropriada pelo prefeito da ilha. Era o que faltava para Martino levar a realidade seu sonho de assassinar Napoleão.

Napoleão
O idealismo politico e revolucionário do jovem, um Jacobino convicto, logo será posto a prova. Martino é também o homem mais culto da ilha, com habilidades de escrita e conhecido como um futuro e promissor escritor, assim sendo ele é convocado pelo prefeito para escrever as memórias de N, fato que o obrigará a estar mais próximo de seu desafeto do ele poderia imaginar. Abalado e surpreso com a convocação ele pensa em levar seu plano a pratica logo no primeiro encontro. Munido de uma pistola, no dia seguinte ele parte para encontrar-se com N. Claro que ao ver Napoleão bem diante de si, ele vacila. Não consegue sacar sua pistola e fica mais que abobalhado diante do Francês.

Martino
Martino apesar da impressão causada por Napoleão em si próprio, é claro fica profundadamente decepcionado consigo mesmo, mas não desiste de lhe tirar a vida, apenas adia enquanto espera não vacilar da próxima vez em fazer aquilo que para ele é uma obrigação filosófica e moral. E as oportunidades vão surgindo, e cada vez mais a convicção politica de Martino cede lugar a uma admiração por Napoleão. Logo dessa interação com o Imperador emergirá um novo homem, porque o próprio Martino acabará por admirá-lo tanto quanto suas ideias.

Emily
Trata-se de um filme fácil de se gostar, talvez por que seja uma comedia  e falada em italiano tudo fica ainda mais engraçado sem cair no humor caricatural. Atores italianos, exceto Auteuil, que faz o Imperador exilado e que é Francês, todos com devido sotaque característico do italiano falado na toscana que é a região da Itália onde se encontra a ilha.O ponto mais baixo da produção fica mesmo por conta da "Diva" Monica Bellucci como Emily, que com certeza esta aqui apenas para nos brindar com sua beleza. Eu já a vi atuar melhor, mas vou dar um desconto devido a pouca importância de seu personagem para a trama. Sendo uma produção também francesa temos todas as características do cinema francês que eu tanto gosto, uma excelente recriação de época, ainda que um pouco pobre e meio "burlesco", e bufante, o figurino talvez pela limitação financeira, mas ainda assim enche os olhos de quem assiste. O orgulho dos locais com a presença de Napoleão na ilha, a quem eles chamam de o Deus Sol, é muito engraçado. Eles acreditam que a partir daquele evento Elba deixará de ser apenas uma pequena ilha e entrará de vez na "modernidade".


Uma mensagem um tanto ambígua que pode ser lida da seguinte forma: Seus ideais políticos podem levar a um ódio cego, mas se você se permite a aproximar-se um pouco mais, poderá aprender que o objeto de seu ódio pode ser mais humano como todos os outros, às vezes engraçado, às vezes triste, por vezes patético, de modo que de repente é difícil odiá-lo. (afinal o que somos, senão humanos antes de nossos papeis sociais. Mesmo o de Imperador). Melhor seria ter lhe atirado na cabeça desde o inicio e salvar seu Jacobinismo, e a essa mesma conclusão também chega Martino ao final.


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