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Ontem
compus uma crítica extensa acerca de outro filme, hoje vou lhes apresentar algo
mais leve, mas de suma importância. Não será algo extenso, será uma crítica
condensada. A Dama de Ferro (The
Iron Lady, título original) é um filme britânico do final de 2011 e o início de
2012, dirigido por Phyllida Lloyd, do
gênero biografia e drama, é baseado na vida da ex primeira ministra britânica Margaret Thatcher. É estrelado pela
sempre excelente Meryl Streep.
O
filme conta a história de vida de Margaret
Thatcher, inicia desde sua juventude, como uma moça pobre, estudiosa, que
cuidava dos negócios da família, seu pai tinha uma quitanda, mas era bastante
envolvido com a política local. A história segue uma linha linear de memória,
onde uma solitária, senil e demente Thatcher
lembra de seus momentos mais importantes da sua vida e de sua ascensão
política, além disso ela conversa com o marido falecido, causando preocupação
por parte dos filhos. A partir destas memórias o longa narra toda a trajetória
política dela quanto a histórica, exemplo disso são as recriações da greve dos
mineiros, um dos maiores problemas enfrentados no governo dela, porquê a mesma
fez cortes orçamentários e diante disso é quase extirpada pelo povo.
Podemos
concluir pelo decorrer do filme que Thatcher
nunca conseguiu uma aprovação total do povo, a não ser no momento da Guerra
das Malvinas, onde Argentina e Inglaterra lutaram pela posse das ilhas, os
argentinos tinham a favor a localização geográfica enquanto os ingleses tinham
a tecnologia bélica a seu intento. Vitória dos ingleses, vitória de Thatcher, que garantiu mais uma vez uma
reeleição e conseguiu cair nas graças do povo, como a grande mãe da Inglaterra.
Apesar de conter teores históricos e políticos, A Dama de Ferro preza por focar na solidão da protagonista, uma
mulher antes jovem, e sempre forte, vive agora solitariamente a mercê das
lembrança como se quisesse voltar ao tempo e consertar alguns erros, que não
foram poucos.
Margaret Thatcher nunca
foi muito popular, tanto a nível inglês como mundial sempre causou polêmica,
dos russos recebeu a apropriada alcunha A
Dama de Ferro, pela forma como tratava os assuntos mais polêmicos da
política e também por ajudar a descontruir o muro ideológico da URSS. Algumas de suas decisões
políticas, em meu ver, foram um pouco desastrosas, um exemplo disto é quando o
filme mostra uma reunião onde Thatcher quer
de toda maneira que pessoas pobres e ricas paguem a mesma tacha de impostos. Um
de seus aliados à mesa se mostra contra, um porta-voz dos outros ministros, mas
ela se mostra irredutível. E durante um ataque de raiva na mesma reunião,
aproveita a deixa e corrige os erros ortográficos escritos por um dos
ministros, ela simplesmente o humilha, como consequência ele deixa de apoiá-la.
Claro
que esse pequeno fator não foi o principal por fazer Thatcher, que dirigiu a Inglaterra durante 11 anos, deixar o poder, mas sim a recessão
econômica causada pela crise do petróleo, as greves de variados setores, impostos
altos e as famosas privatizações. Simplesmente o país precisava mudar de líder,
estava mais do que na hora, e a pedido do marido, pediu que renunciasse, Tatcher deixa o poder, adorada e
odiada. Odiada pela maneira que cuidou de certos assuntos políticos, adorada porquê
numa época em que a política era imensamente masculina, ela soube fazer o
diferencial!
Todos
os elogios, as críticas positivas, a maneira como é admirada, os prêmios, tudo
isso é válido para Meryl Streep! É
merecidamente reconhecida como uma das melhores atrizes atuais, se não a
melhor, a forma como interpreta é simplesmente magnífica, a entrega aos
personagens é autêntica. Streep surge
nas primeiras cenas do filme como uma velhinha Thatcher que vai à uma loja de conveniências comprar leite! Ninguém
a reconhece e nem ajuda a senhora tão famosa, mostra uma certa falta de
reconhecimento, mas também foi escolha de Thatcher
a reclusão pós mandato. As 17 indicações de Meryl Streep ao Oscar é
merecida (um recorde), afinal é ela a verdadeira joia de A Dama de Ferro, faltou ao filme a mesma alcunha que Thatcher levou ao nome, um certo ferro,
firmeza, e emoção.
Não
digo que o filme é enfadonho, longe disso, o pecado da direção de Phyllida Lloyd são os intensos flashes
de memória. Poderia ter focado mais na esfera política e histórica, mostrar
mais a dama de ferro e sua vida
familiar com os filhos. O problema é que o foco tornou-se a demência da
ministra na velhice, principalmente ao conversar com o falecido marido, o
excesso aqui causa certo desconforto. O que te prende no filme é a atuação de Streep, a belíssima fotografia, que se
ilumina ainda mais quando a primeira ministra surge na tela e o roteiro no
enfoque político e histórico. A parte do drama deixou a desejar, esperei mais
foco na redoma familiar.
Termino
com a seguinte conclusão, A Dama de
Ferro é um bom filme, uma lição de vida, é um filme sobre uma grande mulher, mesmo que não
concorde com algumas de suas decisões políticas, Margaret Thatcher é simplesmente admirável, no que tange a sua ambição
de mostrar ao mundo que uma mulher pode sim tomar decisões ferrenhas, que uma mulher
sabe sobre política, história e que pode sim ser uma líder. Assistam! Recomendo porquê é histórico. Polêmicas à parte, Thatcher têm seu lugar garantido na
história, é um exemplo para mim e para qualquer mulher que deseja mostrar sua
capacidade, afinal não somos generais do
fogão! – Com todo respeito senhor, eu
tenho batalhado todos os dias da minha vida! (M. Thatcher)
Bjosss! Janiê Maia
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