quinta-feira, agosto 22, 2013

A Dama de Ferro (The Iron Lady) 2012 – Um filme biográfico sobre a polêmica e admirável Margaret Thatcher!

P.22-D.234

Ontem compus uma crítica extensa acerca de outro filme, hoje vou lhes apresentar algo mais leve, mas de suma importância. Não será algo extenso, será uma crítica condensada. A Dama de Ferro (The Iron Lady, título original) é um filme britânico do final de 2011 e o início de 2012, dirigido por Phyllida Lloyd, do gênero biografia e drama, é baseado na vida da ex primeira ministra britânica Margaret Thatcher. É estrelado pela sempre excelente Meryl Streep.
O filme conta a história de vida de Margaret Thatcher, inicia desde sua juventude, como uma moça pobre, estudiosa, que cuidava dos negócios da família, seu pai tinha uma quitanda, mas era bastante envolvido com a política local. A história segue uma linha linear de memória, onde uma solitária, senil e demente Thatcher lembra de seus momentos mais importantes da sua vida e de sua ascensão política, além disso ela conversa com o marido falecido, causando preocupação por parte dos filhos. A partir destas memórias o longa narra toda a trajetória política dela quanto a histórica, exemplo disso são as recriações da greve dos mineiros, um dos maiores problemas enfrentados no governo dela, porquê a mesma fez cortes orçamentários e diante disso é quase extirpada pelo povo.
Podemos concluir pelo decorrer do filme que Thatcher nunca conseguiu uma aprovação total do povo, a não ser no momento da Guerra das Malvinas, onde Argentina e Inglaterra lutaram pela posse das ilhas, os argentinos tinham a favor a localização geográfica enquanto os ingleses tinham a tecnologia bélica a seu intento. Vitória dos ingleses, vitória de Thatcher, que garantiu mais uma vez uma reeleição e conseguiu cair nas graças do povo, como a grande mãe da Inglaterra. Apesar de conter teores históricos e políticos, A Dama de Ferro preza por focar na solidão da protagonista, uma mulher antes jovem, e sempre forte, vive agora solitariamente a mercê das lembrança como se quisesse voltar ao tempo e consertar alguns erros, que não foram poucos.
Margaret Thatcher nunca foi muito popular, tanto a nível inglês como mundial sempre causou polêmica, dos russos recebeu a apropriada alcunha A Dama de Ferro, pela forma como tratava os assuntos mais polêmicos da política e também por ajudar a descontruir o muro ideológico da URSS. Algumas de suas decisões políticas, em meu ver, foram um pouco desastrosas, um exemplo disto é quando o filme mostra uma reunião onde Thatcher quer de toda maneira que pessoas pobres e ricas paguem a mesma tacha de impostos. Um de seus aliados à mesa se mostra contra, um porta-voz dos outros ministros, mas ela se mostra irredutível. E durante um ataque de raiva na mesma reunião, aproveita a deixa e corrige os erros ortográficos escritos por um dos ministros, ela simplesmente o humilha, como consequência ele deixa de apoiá-la. 


Claro que esse pequeno fator não foi o principal por fazer Thatcher, que dirigiu a Inglaterra durante 11 anos, deixar o poder, mas sim a recessão econômica causada pela crise do petróleo, as greves de variados setores, impostos altos e as famosas privatizações. Simplesmente o país precisava mudar de líder, estava mais do que na hora, e a pedido do marido, pediu que renunciasse, Tatcher deixa o poder, adorada e odiada. Odiada pela maneira que cuidou de certos assuntos políticos, adorada porquê numa época em que a política era imensamente masculina, ela soube fazer o diferencial!
Todos os elogios, as críticas positivas, a maneira como é admirada, os prêmios, tudo isso é válido para Meryl Streep! É merecidamente reconhecida como uma das melhores atrizes atuais, se não a melhor, a forma como interpreta é simplesmente magnífica, a entrega aos personagens é autêntica. Streep surge nas primeiras cenas do filme como uma velhinha Thatcher que vai à uma loja de conveniências comprar leite! Ninguém a reconhece e nem ajuda a senhora tão famosa, mostra uma certa falta de reconhecimento, mas também foi escolha de Thatcher a reclusão pós mandato. As 17 indicações de Meryl Streep ao Oscar é merecida (um recorde), afinal é ela a verdadeira joia de A Dama de Ferro, faltou ao filme a mesma alcunha que Thatcher levou ao nome, um certo ferro, firmeza, e emoção.
Não digo que o filme é enfadonho, longe disso, o pecado da direção de Phyllida Lloyd são os intensos flashes de memória. Poderia ter focado mais na esfera política e histórica, mostrar mais a dama de ferro e sua vida familiar com os filhos. O problema é que o foco tornou-se a demência da ministra na velhice, principalmente ao conversar com o falecido marido, o excesso aqui causa certo desconforto. O que te prende no filme é a atuação de Streep, a belíssima fotografia, que se ilumina ainda mais quando a primeira ministra surge na tela e o roteiro no enfoque político e histórico. A parte do drama deixou a desejar, esperei mais foco na redoma familiar.


Termino com a seguinte conclusão, A Dama de Ferro é um bom filme, uma lição de vida, é um filme sobre uma grande mulher, mesmo que não concorde com algumas de suas decisões políticas, Margaret Thatcher é simplesmente admirável, no que tange a sua ambição de mostrar ao mundo que uma mulher pode sim tomar decisões ferrenhas, que uma mulher sabe sobre política, história e que pode sim ser uma líder. Assistam! Recomendo porquê é histórico. Polêmicas à parte, Thatcher têm seu lugar garantido na história, é um exemplo para mim e para qualquer mulher que deseja mostrar sua capacidade, afinal não somos generais do fogão! – Com todo respeito senhor, eu tenho batalhado todos os dias da minha vida! (M. Thatcher)


Bjosss! Janiê Maia

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