Dia 182 Felipe Pereira 175
Monsters - 2010
Dir: Gareth Edwards
Elenco: Scoot McNairy, Whitney Able, Mario Zuniga
Monsters é um filme independente de 2010, dirigido por
Gareth Edwards. Conta a história de Andrew, fotógrafo de um jornal americano
que é incumbido pelo chefe de resgatar sua filha que está impedida de sair do
México. Tudo relativamente normal não fosse o fato de seis anos atrás uma sonda
da NASA ter despencado no México trazendo consigo amostras de vida alienígena
que se desenvolveu violentamente e se espalhou por todo o país, se instalando em
uma área intermediária entre os EUA e o México de modo a causar uma certa dor
de cabeça.
Tudo correria bem e Andrew levaria Samantha ao pai
normalmente, porém o trem no qual eles viajam se torna inviável e uma
prostituta rouba todos os documentos dos dois impossibilitando-os de voltar
para os EUA em uma barca, o que só dá-lhes a opção de voltar para casa a pés,
atravessando a área infectada e, só depois de cruzá-la, conseguir um
transporte.
Monstros mostra como se tornaria o mundo caso ocorresse
uma invasão alienígena, como seria o mundo de verdade caso seres de outros
espaços viessem para solo terráqueo, como a humanidade reagiria e, pasmem, se
adaptaria a eles. O objetivo do filme é traçar um retrato realista de um mundo
onde alienígenas existem, estão entre nós e não se parecem com absolutamente
nada do que nós imaginamos antes. Sem naves espaciais, sem lasers, sem “leve-me
ao seu líder”, sem “Luke, eu sou seu pai”. O objetivo de Monstros é ser o mais
pé no chão possível.
O resultado é tedioso.
Monstros é um Distrito 9 sem a ação frenética e sem o
sentido de urgência, no meio dos acontecimentos há um casal de desconhecidos
tentando voltar para seu país de origem. Só isso, nada mais. É um road movie
que, por acaso, se passa num mundo onde uns fungos bizarros cresceram numa
pedra e uns bichos sinistros com tentáculos se movem lentamente tão distante
que a câmera não foca neles direito.
Nos raros momentos em que algo se aproxima um pouco mais,
vai embora tão bruscamente quanto como chegou.
Além disso há uma espécie de crítica social, mas nada de
muito profundo ou que diga algo que já não houvesse sido dito antes e com mais
intensidade. E intensidade é o que NÃO há em Monstros.
Por outro lado os dois personagens principais, apesar de
nada interessantes, são bem construídos. A sensação que se tem é a de que os
atores que os interpretam dão a eles algo de carisma que o roteiro por si só
não conseguiu fazer.
A verdade é que o pouco que o filme tem a oferecer é bem
desenvolvido e, para um drama com alienígenas, até que se chega a algo
interessante em certo momento. Você se acostuma com aquele pouco que se mostra,
acaba por ficar tão entediado que se obriga a gostar um pouco mais daquilo.
Então, no final, quando você acha que Monsters vai chegar
a algum lugar, por mais que esse lugar seja extremamente óbvio, o filme
acaba. Acaba daquele jeito que cê fica meio “Como assim? Acabou?”. Sabe como é?
Quando as coisas começam a engrenar, acaba?
Eu entendo perfeitamente o objetivo do diretor com sua
obra, acho que ele chegou exatamente onde queria com ela, fez tudo o que estava
em seus planos e, se eu fosse ele e quisesse que meu filme fosse assim, eu
estaria extremamente feliz.
Mas é preciso encarar a triste realidade: se Distrito 9,
com toda a carga dramática de ação já é meio chato, o que acontece se você faz
um Distrito 9 sem ação?
Tédio.
Resumindo em uma frase, só para quem não entendeu ainda:
Monstros é chato pra cacete.
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