sexta-feira, julho 05, 2013

THE LONE RANGER/ O CAVALEIRO SOLITÁRIO - PARA NÓS A LENDA DO ZORRO.

Cinema - Assis Olveira

Filme: The Lone Ranger/O Cavaleiro Solitário (2013) - IMDb 6,7
Direção: Gore Verbinski
Roteiro: Justin Hayte e Ted Helliot
Elenco: Johnny Depp, Harmie Hammer, Helena Bonham Carter e mais
Duração 149 min



Antes de mais nada tenho que confessar, que já foi tempo em que o prazer de ir ao cinema para min ia além do desejo de ver apenas que seria exibido. Muitos dos leitores do 1PD, e que me perdoem o saudosismo, não alcançaram a comodidade dos cinemas no centro de nossa bela Fortaleza, antes dos shoppings virarem essa febre idiota. Uma pena pois a sala de cinema sempre foi a minha igreja. De vez em quando enfrento a fobia (qualquer coisa com mais de cinco pessoas, pra min é multidão), de estar em lugar com muita gente e resolvo ver algo que não aguento esperar pra ver em casa. Então sem mais delongas vamos ao nosso comentário de hoje.

Gore Verbinski apresenta uma aventura corajosa que eu pensava que seria simplesmente épica. The Lone Ranger/O Cavaleiro Solitário é uma fita rica em reviravoltas e lições de bom coração (para não mencionar as grandes brincadeiras espirituosas), a partir do conto clássico do homem mascarado John Reid e seu companheiro, Tonto e mais um monte de violência sugestivamente brutal bem ao estilo Disney.


Os heróis
O filme começa com um assalto de trem acelerado que imediatamente empurra o expectador para uma aventura sem parar. O ritmo (aprendi essa com o Felipe), só desacelera por breves flashbacks expositivos e tomadas de longas distancias extremas ao estilo de Wild West acompanhado pelo brilho musical de Hans Zimmer, absorvente e nostálgico. Através da lente rangida e empoeirada de Gore Verbinsk, este filme é uma ilustração crua e visceral muito semelhante e tão divertida quanto Piratas do Caribe. O diretor parece ter um talento para apresentar histórias em ambientes bárbaros, brutais (A Mexicana, Rango e MouseHunt – Um ratinho Encrenqueiro); onde o certo e o errado nem sempre são claros e o tom pode escurecer a qualquer momento. Mas não se preocupe, quando ele fica muito violento e triste (ou quando alguém come um pedaço de carne humana) – boom! – cavalo em uma arvore! É engraçado para o jovens expectadores. E como é Disney, não há muito sangue. Mas, com um desempenho de um refrigerador de William Fichtner como Butch Cavendish, Verbinski nos lembra que alguns bandidos são apenas maldade – há alguns candidatos a uma energia mais impiedosa e é fácil de comprometer a moralidade a um preço justo. Esse mal foi um pouco refrescante se pensarmos que vilões ultimamente andam muito amáveis (tem até “o Meu Malvado Favorito”). Eu sei, é apenas uma animação.


O vilão comedor de carne humana

Tal como acontece com o capitão Jack Sparrow, Johnny Depp faz o papel de apoio a atração principal em seu papel de Tonto. Johnny Depp desaparece no meio da sua maquiagem e afetação de sempre, mas Depp ressuscita um ícone ao trazer a atenção para um assunto muito negligenciado e sensível – Exploração dos nativos americanos durante a expansão das estradas de ferro americanas. Verbinsky não se intimidou ao abordar e carregar o assunto de forma intensa no filme. O Tonto de Depp não é um índio estereotipado, mas uma pessoa inteligente e muito capaz de sentir dor, arrependimento e vingança. O passado de Tonto não engrossa o enredo, mas legitima o que seria um personagem bobo e clichê. Ele tem diferentes peculiaridades e motivos do mesmo modo que Jonh Reid, mas para meu desgosto ele torna-se uma espécie de parceiro de cortesia. O que eu não sabia era o que esperar de Armie Hammer. Eu o vi em a Rede Social e as minhas expectativas eram baixas para ele. Mas o cara se virou bem ao fazer o papel de mantenedor da lei como o novo procurador-adjunto de sua cidade natal. Sua inocência é rapidamente roubada quando testemunha o assassinato de seu irmão. Hammer consegue dar profundidade real a John Reid. O desenvolvimento de seu caráter através do filme é constante e impressionante. Experimentar essa viagem com Hammer é hilária e ao mesmo tempo comovente.


Os heróis do passado
A química entre Hammer e Depp é surpreendentemente elétrica e nunca senti que Hammer dominasse as cenas apenas por ser grande e bonito. Senti que Lone Ranger é um novo clássico, o que acho que é raro nessa época de trilogias e de piratas de franquia, mas já estou ansioso para (e espero que não a odeie) a sequência inevitável e final.



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