domingo, junho 23, 2013

Watchmen, Parte II - O Começo do Fim

Conclusão...
Dia 170 - Felipe Pereira 166
“None of you understand.
I'm not locked up in here with you.
You're locked up in here with me!”
Watchmen - 2009
Dir: Zack Snyder
Elenco:  Malin Akerman, Jackie Earle Haley, Patrick Wilson

Anteriormente:
Os novos Minutemen se fragmentam e cada um vai para seu lado.
Quando o Comediante morre, Rorschach inicia uma investigação que acaba trazendo à tona alguns podres que já começavam a ser esquecidos.

Nessa investigação ele contata velhos conhecidos: Manhattan e Espectral, que vivem juntos em uma relação complexa a nível molecular. Os dois dividem um lugar e trabalham juntos (além de manter um relacionamento sexual no mínimo bizarro). A nova vida do azulão consiste em trabalho científico constante sem ter de ir às ruas para nada. Ele tem tudo do que precisa ao alcance das mãos, não precisa de nada do que está lá fora e assim o mundo lá fora não o incomoda. Nesse momento o cara, que tem uma noção plena do tempo, consegue enxergar, da mesma forma, presente, passado e futuro, se dá conta de que não é capaz de ver o futuro. Que algo está ofuscando sua visão. O que ele faz a respeito disso é o que mais define tudo no que o personagem acredita e todas as coisas com as quais ele se importa: nada! Ele não faz nada e nem dá a mínima e, ainda por cima, expulsa Rorschach da sua base de operações, teleportando o cara pro meio do nada.
Com isso o sujeito se vê de volta à estaca zero e decide visitar mais duas pessoas: Dan Dreiberg, outrora conhecido como Coruja, e o ex-vilão, agora aposentado (sim, vilões se aposentam), Moloch. Duas visitas bastante infrutíferas, mas que revelam uma cadeia de acontecimentos que estão por vir, uma conspiração inesperada, por parte de pessoas improváveis e que toma um rumo... Pouco usual. Principalmente por que encontra Moloch, que sofria de câncer, morto com uma bala na cabeça exatamente no momento em que a polícia cerca o apartamento do ex-criminoso e prende Rorschach como principal suspeito. E essa é uma das cenas mais fantásticas do filme, porque o sujeito simplesmente não se rende e derruba quase que um batalhão inteiro antes de ser capturado e levado em custódia.
E isso faz com que toda a “ordem” que havia sido conquistada com a Lei Keene vá pelos ares, por que esse acontecimento (e um par de... coisas) faz com que o Coruja e a nova Espectral, Laurie Jupiter, se unam (entenda unam como quiser) para tirar o sujeito da prisão. E essa é outra sequência espetacular.


E então o cerco se fecha pra cima de todo mundo, a tal conspiração se revela ainda maior

do que parecia: uma ameaça em escala global planejada e projetada para espirrar em cima de quem estiver por perto. O idealizador de tal ato? Aí já é pedir demais, né filhote? Vai lá ver o filme, vai? Dá uma lida na HQ, tá?
Watchmen adapta a HQ de mesmo nome escrita por Allan Moore e ilustrada pelo talentoso Dave Gibbons. A história, foi originalmente publicada em 12 edições, ganhou vários prêmios e influenciou diretamente o cenário dos quadrinhos americanos em sua época.
Cada personagem (ou pelo menos os figurões) possui um correlativo semelhante nas páginas das HQs regulares, heróis de segunda, sem popularidade. O Comediante foi inspirado no Pacificador, Dr Manhattan no Capitão Átomo, o Coruja no Besouro Azul, Ozymandias no Thunderbolt, Rorschach no Questão e a Espectral em uma tal de Sombra da Noite.
Um fato curioso é que a ideia original por trás da saga era pegar alguns personagens menos consagrado da DC Comics e os utilizar em um arco fechado contando uma história isolada afim de torna-los mais populares. Moore já fez isso antes com personagens que, graças a ele, ganharam notoriedade. O Monstro do Pântano, por exemplo. As coisas fugiram totalmente ao controle e o resultado é o que nós conhecemos hoje como a mais importante história de heróis de todos os tempos. Ou algo próximo disso.
Apesar de o diretor, Zack Snyder, optar por seguir o roteiro da HQ à risca, ele tomou a liberdade de mudar o final de uma forma até bastante drástica. Algo que, de certa forma, dá um significado novo a todo o ocorrido, dá uma visão diferente. Tanto que muitos (eu incluso) consideram o filme e a HQ dois produtos diferentes. Eu particularmente não fiquei tão ofendido com a mudança, fiquei surpreso, impressionado até. Mas há quem se irrite pra caramba com a alteração.


O filme tem méritos inegáveis: toda a recriação da época é fantástica, o visual é incrível, a caracterização é muito bem feita e muito fiel, a trilha sonora é escolhida a dedo, a direção do Snyder é o arrasa quarteirão costumeiro, putz... Pode até haver discrepâncias quanto ao material original mas, pra mim, Watchmen é tão poderoso quanto outra adaptação do Moore para o cinema: V de Vingança. Ainda que tenha um respeito maior pelo que há no papel.
Watchmen é realista (como ideia), violento e subversivo. Pega seus heróis e dá uma tridimensionalidade incomum a eles, retira da trama a linearidade, dando um ritmo perfeito para se contar uma história, vagando pelo passado, presente e futuro. Há um conceito muito interessante do herói que teoricamente protege o povo mas se encontra acima da lei. Isso é o que mais carrega a história, claro que, lá para o clímax isso é um tanto deixado de lado (até explodir novamente numa proporção colossal), mas a ideia principal, a mais poderosa, é essa.
Aqui vemos como poderia ser um mundo no qual o Superman existe, como ele agiria e como ele nos veria.
Outra ideia interessante sobre esse mesmo conceito é mostrada em, imaginem só, Kill Bill Volume II, quando A Noiva se encontra com Bill e ele conta para ela a teoria que formulou sobre o Superman.


É de explodir cabeças. E membros. E o que restar dos corpos, reduzi-los a moléculas e recriá-los em forma de...
Deus.
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