terça-feira, junho 18, 2013

João e Maria: Caçadores de Bruxas (a crônica de um mundo sem facebook)

Dia 165 - Felipe Pereira 162


Hansel & Gretel: Witch Hunters - 2013
Dir: Tommy Wirkola
Elenco: Jeremy Renner, Gemma Arterton, Famke Janssen

Sabe aquele dia em que você chega do trabalho e só quer ver qualquer coisa? Qualquer coisa mesmo? O mundo tá pegando fogo lá fora e você tá um bagaço. Hoje é apenas terça e tá com a carga de uma sexta-feira e você tá tão cansado como se realmente fosse.
Então você chega em casa com o objetivo de ver a coisa mais desmiolada que houver à sua disposição, a coisa mais sem pé nem cabeça possível.
E me deparo com João e Maria: Caçadores de Bruxas, a coisa mais escrotamente divertida (não necessariamente boa) com que me deparei essa semana (lembrando que hoje é terça).
Do mesmo diretor daquele clássico dos zumbis nazistas congelados, João e Maria conta a história dos irmãos que dão título ao longa, que, após serem abandonados pelos pais em uma floresta (o facebook acabou de cair), os dois encontram uma casa feita de doces e começam a devorá-la. Porém, dentro da casa mora uma bruxa, ela os captura, os aprisiona e os força a comer doces e mais doces, afim de engordá-los e devorá-los, aquela coisa sem sentido dos contos de fadas. Os dois se libertam, atacam a bruxa e a atiram viva no fogo.
Daquele dia em diante, João e Maria nunca mais foram os mesmos. Eles descobriram um mundo bizarro e perigoso, o mundo das bruxas, e saíram em uma jornada pelo mundo medieval com o objetivo de encontrar e matar esses seres diabólicos.
O tempo passa, os dois envelhecem e surgem na pele de Jeremy Renner e Gemma Arterton, dois habilidosos e famosos caçadores de recompensas especializados em rastrear e matar bruxas e outros seres mitológicos sinistros.
Os dois chegam a uma cidade a convite do prefeito para investigar o misterioso desaparecimento de várias crianças e acabam descobrindo um esquema das bruxas para fazer coisas de bruxas com as crianças, um lance meio Stardust, juventude, força, aquela coisa toda. E eles partem pra cima da bruxarada com tudo.
JeMCdB é um filme totalmente zoado, não se leva a sério, é tosco pra cacete, pega uns atores relativamente renomados e os joga em papeis de heróis cretinos daqueles bem anos 90 (direito a olhada por cima do ombro, close nos olhos e frase de efeito (facebook voltou)), tem uns cenários tão toscos quanto os do filme do Thor, e o diretor é um cara de pau sem limites.
Pegue todos esses elementos, misture a essa onda escrota de fazer filme baseado em conto de fadas e faça um filme totalmente à moda caralha, sem critério nenhum. Não dá pra esperar uma recepção positiva da crítica, mas vale pela piada.
João e Maria é uma piada (uma interna, daquelas que não fazem sentido e nem tem muita graça) gigante, feita para um público minúsculo compreender. É exigir demais que um público maior vá ver graça nessa zona, chega até a ser meio ofensivo.
Mas JeM é algo que faltava nesse subgênero de contos de fadas modernizados, mesmo com essa de tirar onda dos outros exemplares, ele possui algo que os outros não tem: ele é empolgante. As cenas de luta são coreografadas como as dos Power Rangers, a sonoplastia é tão realista quanto e o filme parece começar pela metade, mas o ritmo dele é excelente (coisa que Jack, O Matador de Gigantes não tem, Branca de Neve e Thor não tem, Espelho, Espelho meu, nem se fala). E, acreditem, isso faz toda a diferença. Ritmo muda tudo.
Além disso a interação entre Renner e Arterton é convincente e a direção, em toda a sua falta de vergonha, é equilibrada.

Sério, o filme realmente diverte, sem pretensão nenhuma, mas diverte.

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Um comentário:

  1. Não consegui passar dos dez primeiros minutos, mas agora estou com vontade de dar uma nova chance, especialmente pelo ritmo e diversão.

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