Dia 165 - Felipe Pereira 162
Hansel & Gretel: Witch Hunters - 2013
Dir: Tommy Wirkola
Elenco: Jeremy Renner, Gemma Arterton, Famke Janssen
Sabe aquele dia em que você chega do trabalho e só quer
ver qualquer coisa? Qualquer coisa mesmo? O mundo tá pegando fogo lá fora e
você tá um bagaço. Hoje é apenas terça e tá com a carga de uma sexta-feira e
você tá tão cansado como se realmente fosse.
Então você chega em casa com o objetivo de ver a coisa
mais desmiolada que houver à sua disposição, a coisa mais sem pé nem cabeça
possível.
E me deparo com João e Maria: Caçadores de Bruxas, a
coisa mais escrotamente divertida (não necessariamente boa) com que me deparei
essa semana (lembrando que hoje é terça).
Do mesmo diretor daquele clássico dos zumbis nazistas
congelados, João e Maria conta a história dos irmãos que dão título ao longa, que,
após serem abandonados pelos pais em uma floresta (o facebook acabou de cair),
os dois encontram uma casa feita de doces e começam a devorá-la. Porém, dentro
da casa mora uma bruxa, ela os captura, os aprisiona e os força a comer doces e
mais doces, afim de engordá-los e devorá-los, aquela coisa sem sentido dos
contos de fadas. Os dois se libertam, atacam a bruxa e a atiram viva no fogo.
Daquele dia em diante, João e Maria nunca mais foram os
mesmos. Eles descobriram um mundo bizarro e perigoso, o mundo das bruxas, e saíram
em uma jornada pelo mundo medieval com o objetivo de encontrar e matar esses
seres diabólicos.
O tempo passa, os dois envelhecem e surgem na pele de
Jeremy Renner e Gemma Arterton, dois habilidosos e famosos caçadores de
recompensas especializados em rastrear e matar bruxas e outros seres
mitológicos sinistros.
Os dois chegam a uma cidade a convite do prefeito para
investigar o misterioso desaparecimento de várias crianças e acabam descobrindo
um esquema das bruxas para fazer coisas de bruxas com as crianças, um lance
meio Stardust, juventude, força, aquela coisa toda. E eles partem pra cima da
bruxarada com tudo.
JeMCdB é um filme totalmente zoado, não se leva a sério,
é tosco pra cacete, pega uns atores relativamente renomados e os joga em papeis
de heróis cretinos daqueles bem anos 90 (direito a olhada por cima do ombro,
close nos olhos e frase de efeito (facebook voltou)), tem uns cenários tão
toscos quanto os do filme do Thor, e o diretor é um cara de pau sem limites.
Pegue todos esses elementos, misture a essa onda escrota
de fazer filme baseado em conto de fadas e faça um filme totalmente à moda caralha,
sem critério nenhum. Não dá pra esperar uma recepção positiva da crítica, mas
vale pela piada.
João e Maria é uma piada (uma interna, daquelas que não
fazem sentido e nem tem muita graça) gigante, feita para um público minúsculo
compreender. É exigir demais que um público maior vá ver graça nessa zona,
chega até a ser meio ofensivo.
Mas JeM é algo que faltava nesse subgênero de contos de
fadas modernizados, mesmo com essa de tirar onda dos outros exemplares, ele
possui algo que os outros não tem: ele é empolgante. As cenas de luta são
coreografadas como as dos Power Rangers, a sonoplastia é tão realista quanto e
o filme parece começar pela metade, mas o ritmo dele é excelente (coisa que
Jack, O Matador de Gigantes não tem, Branca de Neve e Thor não tem, Espelho,
Espelho meu, nem se fala). E, acreditem, isso faz toda a diferença. Ritmo muda
tudo.
Além disso a interação entre Renner e Arterton é
convincente e a direção, em toda a sua falta de vergonha, é equilibrada.
Sério, o filme realmente diverte, sem pretensão nenhuma,
mas diverte.
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Não consegui passar dos dez primeiros minutos, mas agora estou com vontade de dar uma nova chance, especialmente pelo ritmo e diversão.
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