quinta-feira, maio 30, 2013

Altitude

Dia 150 - Felipe Pereira 145
Altitude - 2010
Dir: Kaare Andrews (isso é um cara do sexo masculino)
Elenco: Jessica Lowndes, Julianna Guill, Ryan Donowho e Nobody Cares (ele é chinês)

Às vezes eu gosto de sentar e ver um filme de terror desses bem cretinos. Quanto mais genérico melhor. Quanto mais underdog melhor. Raramente eu me surpreendo pela qualidade quando pratico esse exercício de desapego (por que dedicar uma hora e meia da sua vida a um filme desse tipo é um desapego danado!). Certo, não há uma razão lógica de se fazer isso, mas eu simplesmente gosto de sentar e desligar as engrenagens por uma hora e meia, sentar enquanto um filme passa na TV sem ter o compromisso de dedicar mais de 30% da minha atenção a ele. Por vezes é como se tivesse um macaco tocando pratos em minha cabeça durante a maior parte do tempo.
E tenho que admitir, durante segundos chego a compreender as pessoas menos providas de inteligência, é legal ser meio burro, é um tanto mais feliz.
Resumindo: filmes ruins me deixam feliz.
Não que Altitude seja um filme ruim, até para ser ruim precisa fazer sentido.
História? Um grupo de adolescentes indo para o outro lado do país ver um show do Coldplay (sério, esse é o máximo de realismo que se atinge por aqui) num teco teco quando são pegos por uma tempestade. Do nada um polvo gigante que habita no céu ataca seu avião e um a um eles vão sendo mortos, incrivelmente, quase nenhum deles é morto pelo polvo voador, a maioria é vitimada pela própria estupidez.
O grupo é formado por cinco jovens: o rapaz sensível e traumatizado, a namorada/amiga dele (também sensível, mas compreensiva), o cara que anda com um violão nas costas mas não toca nada, o esportista machão que grita “WOOOO” sem razão nenhuma o tempo inteiro e a bitch do grupo (todo grupo tem uma), namorada do esportista e provavelmente a única razão pela qual um cara daquele tamanho e com aquele comportamento iria par um show do Coldplay.
Da esquerda para a direita: o cara do violão, a namorada compreensiva, o rapaz sensível  e traumatizado, a vadia (repare na meia calça, vadias adoram meia calça) e o esportista que grita "WOOO" sem razão.
Todos devidamente estereotipados a modo de fazer o espectador querer que eles morram de uma forma lenta e dolorosa nas garras do polvo... Eu sei que polvos não tem garras, mas convenhamos, polvos também não voam.
Quer dizer, por que motivo não lovecraftiano haveria um polvo no céu? Se dissessem que um culto sinistro despertou uma besta pandimensional de seu sono milenar e que essa besta habita ou se encontra flutuando pelos céus, eu levaria na boa, mas a motivação apresentada aqui é no mínimo estupida, o tipo de explicação que se dá para a existência de um vilão nas últimas temporadas de Smallville... Algo ofensivo de tão retardado. Quer dizer, se fosse bem feito, seria algo bacana mas é algo simplesmente jogado na hora mais conveniente possível quando não há explicação que se dê para existir um polvo voador entre as nuvens... É um deus ex safado e cretino.

Obras do gênero “terror adolescente” não costumam me surpreender, mas Altitude o fez pela cara de pau. Isso por que mais de 2/3 desse bagaça se passam dentro de um avião, ou seja, teoricamente um thriller de confinamento tipo Enterrado Vivo, daqueles que usam o isolamento para desenvolver os personagens, daqueles que o diretor exige o máximo da atuação de seu elenco e...
O Máximo da Atuação...
Não rola... Simplesmente não rola, o elenco é formado por um bando de atores no nível da malhação. Não diria pior por que não há nada pior que os atores da malhação. O roteiro é ridículo, o polvo é ridículo, os personagens são ridículos, as sequências internas do avião são tão falsas quanto as perseguições de carros de filmes dos anos oitenta, com aqueles cenários móveis e o carro parado...
Os personagens são estúpidos ao ponto de amarrar uma corda na cintura e ir para fora do avião em pleno voo consertar um troço que quebrou... COM UM POLVO GIGANTE E UMA TEMPESTADE DO INFERNO DO LADO DE FORA!!!
E a atração principal: O Polvo!
O final apresenta uma teoria maluca sobre imaginação infantil que simplesmente não havia sido mencionada durante todo o decorrer da trama, até viagem no tempo tem... UMA ZONA!
Tenho de admitir que me diverti, mas isso não é algo muito bom por aqui... Não mesmo.
Pela diversão involuntária, o que posso dar a Altitude senão...

-


E não se esqueça:
Curta nossa fanpage:  https://www.facebook.com/01pordia
E siga-nos no twitter: https://twitter.com/The01PorDia


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por comentar no 01Pd! Seja bem vindo e volte sempre!